A dama do lago

1.4K 237 24
                                    

Olá pessoal >D Vamos a mais um pedacinho? Ótima leitura *-*

De inicio apenas uma face, uma mulher. Olhos leitosos os fitavam em um rosto incrivelmente belo e intensamente branco, os cabelos negros e lisos deixava a mulher com uma brancura quase impossível.

Ela já estava com mais da metade do corpo fora da água e o cabelo ainda não mostrava as pontas. Lucia estranhou isso, eram mesmo extremamente compridos.

O corpo perfeito parecia uma escultura em mármore branco. Estava seminua com os seios cobertos por um limbo muito verde.

Lúcia continuou silêncio com um misto de interesse, admiração e medo.

A mulher não parecia ser perigosa, não tinha um rosto assassino e sim de uma deusa, só que por alguma razão ou instinto que ela não sabia explicar, preferiu ficar o mais silenciosa possível. Tinha um leve pressentimento que se falasse, alguma coisa ruim poderia acontecer.

Luthiron estava rígido e totalmente alerta, ela conseguia sentir a tensão sob seu pelo macio.

O primeiro a quebrar o silêncio foi ele. — Sinto muito minha senhora, não queríamos incomodá-la, foi um lamentável acidente, caímos quando passávamos por aqui.

— Qual dos dois me acordou?

Lúcia sentiu vontade de falar que tinha sido ela, só para poder ouvir mais sua voz que era calma e macia como uma brisa, com certeza ficaria lindo se cantasse uma canção.

Luthiron foi mais rápido. — Deve ter sido eu minha senhora, pela posição que caí talvez a ponta do meu rabo tenha tocado de leve o lago.

Não foi com intenção logicamente, sei o quanto precisa repousar, e com seu sono tão leve imaginei que acordaria e esperei aqui para lhe pedir perdão.

Apesar do corpo tenso ele falava com extrema calma e simpatia, mas estava mentindo.

Talvez fosse seu instinto que gritava perigo ou o comportamento de Luthiron, mas agora prestava atenção a cada palavra. Sentia que alguma coisa estava errada Se ela fosse boa Luthiron não estaria mentindo daquele jeito tentando contornar algo tão simples e não estaria sendo tão diplomático.

A mulher os encarava com desconfiança, mas estava sorrindo. Lúcia não conseguiu ver maldade na criatura, ela tinha um sorriso encantador.

— Me deixe ver, você disse ter caído perto do lago? Caiu onde querido?

— Do meu lado senhora, é que tenho o rabo comprido e por isso presumo que fui eu.

— Me deixe ver, sempre gosto de ter certeza.

Alguma coisa do lado dela saiu do lago, parecia um rabo de cobra muito liso, a mulher continuava sorrindo e olhando fixo para Luthiron.

Aquele rabo era imenso e quase não havia engrossado muito depois da ponta.

Outro burburinho no lago e logo surgiu outra ponta parecida com o primeiro. Algo no íntimo de Lúcia dizia que aquilo fazia parte da criatura, o primeiro estava parado perto de Luthiron e o outro estava mais levantado vindo em sua direção.

Segurou o punhal mais firme, o medo finalmente vencia seu fascínio, aquilo realmente não cheirava bem, estavam em apuros.

Aquela primeira ponta tocou Luthiron e ele continuou quieto sem mover um músculo.

O outro tocou Lúcia, era gelado, mas apesar do medo ficou imóvel deixando aquilo tocá-la. Seguia os passos de Luthiron fielmente.

As duas pontas foram retornando ao lago e agora a mulher estava séria.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora