O oráculo (Parte 1)

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Lúcia acordou cedo, estava ansiosa para a continuação da viagem, para sair logo dali, a conversa na noite anterior havia mexido com seu receio. Caluto também já estava acordada.

Estava quieta perto de Jahil, mesmo depois de se abrir um pouco, agora se mantinha em silencio evitando conversas.

Todos respeitavam isso, conversavam vários assuntos entre si enquanto se preparavam para a partida, mas eram apenas planos e suposições de possíveis situações e nenhuma palavra sobre a conversa que tiveram.

E Lúcia á entendia que ali estavam sem informações sobre a situação, e essa falta implicava em perigos que ainda desconheciam.

Decidiram partir, Balmac não apresentava nenhum sinal de piora, ao contrário, andava normal, apesar de estar cauteloso nos passos ainda. Ele sentia o ferimento ainda.

E com certeza esse tinha sido o maior motivo para a caça tão singela que ele havia conseguido na noite anterior.

Seguiram viagem acompanhando o curso do rio. Ainda ventava bastante e uma fina chuva começou a incomodar no meio da tarde.

Por vezes a beira do rio dificultava a passagem com matas que se fechavam chegando até o limite barrando o caminho.

Nessas horas Ádino usava sua marreta, forçando a passagem. Andavam silenciosos tentando evitar qualquer barulho.

Caluto e Jiron sempre voavam a frente tomando pouca distância, voltavam em silenciosa aterrissagem o que era sinal de segurança à frente.

Logo o riacho formou uma curva fechada, eles seguiram ainda mais cautelosos por não poder ver a frente.

Encontraram logo depois uma floresta de árvores com troncos muito grossos e com folhagens ralas e escuras. O solo plano era repleto de um mato curto e alguns cogumelos venenosos amontoados aqui e ali.

Era úmida e sem atrativos, a não ser algumas flores comuns amarelo pálido que saíam das trepadeiras que se agarravam em algumas árvores mais altas.

Vez ou outra passavam pássaros voando, curiosos com os viajantes. Linade ficava alerta observando que tipos de pássaros eram. Talvez o espectro usasse alguns deles para espiar a floresta pensava Lúcia vendo essa preocupação com as pequenas criaturas.

A noite chegava sem luar, o céu escuro e a falta de luz deixava Lúcia apreensiva com as sombras que se formavam e se mexiam com o vento, enquanto Ádino tentava acender um fogo, porém não estava obtendo sucesso, a madeira úmida não ajudou nesse dia e

o escuro foi a companhia de todos enquanto dormiam revezando na vigia.

O dia amanheceu com um sol pálido deixando a floresta mais amistosa com a claridade. O pouco calor que ele liberava não ajudava a secar as roupas úmidas.

Um vento fraco soprava deixando as roupas mais geladas e o encontro de abrigo agora era mais almejado para passarem a noite.

Depois da metade do dia saíram do limite da floresta, passaram por um campo com pequenas flores, não havia marcas de trilhas por ali, era um local pouco usado e assim deveria ser menos vigiado pensou Lúcia se animando um pouco.

Caluto e Jiron vinham apressados na direção do grupo, haviam saído cedo para sondar o caminho e agora voltavam com aquela pressa que a deixou meio em dúvidas sobre suas conclusões com o lugar.

Jiron não pousou, apenas desceu em uma altura que todos pudessem ouvir.

— Nos sigam, está vindo um batalhão de seguidores montados em dragonetes, estão vigiando o local, logo chegam aqui. Corram.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora