Duas palavras

1.1K 194 67
                                    

Oieee vamos de mais um cap? Boa leitura e tomara que gostem :D

O caminho era estreito e Luthiron seguia na frente, Lúcia sabia que ele queria ficar com ela a sós, não haviam conseguido conversar direito e sozinhos realmente desde que se reencontraram novamente.

O riacho era um pequeno vau estreito com água cristalina, Lúcia tirou a camisa lembrando que Linade havia dito que o corpete era feito para usar como roupa então não se incomodou em ficar somente com ele, precisava da camisa para se esconder dos seguidores não dos membros do grupo.

Depois de um tempo de silencio, decidiu quebrar o silencio, pois tinha se torturado por toda a ausência de Luthiron.

— Queria te pedir desculpas. Sinto que foi por minha culpa...

Luthiron negou. — Não teve culpa de nada Lúcia, era a mim que eles queriam, eu soube desde o momento que apareceram com aquela corda e ficaram tentando me laçar. Nessa hora entendi que queriam algo comigo.

— Mas eu não alertei, eu tinha sonhado antes, ainda assim...

— Não adiantaria Lúcia, eles iriam me capturar de qualquer maneira. Fiquei apavorado quando vi o que aconteceu com Balmac, mas estava tão amarrado que não conseguia me mover. Foi tudo rápido.

— Mas depois que te levaram, o que aconteceu? Como você foi parar na caverna do oráculo?

— Era sobre isso que eu queria conversar, não comentei com ninguém na casa do oráculo porque não poderia, então esperei para quando pudéssemos seguir viagem. — Ele olhou para preocupado antes de continuar. — Depois que me levaram, seguiram para Elcandor e depois falaram sobre Venília e Hiabana, eu escutava atento o que eles diziam, não entendi nada. Apenas essas duas palavras.

Essa última não sei o que significa. Venília soube perfeitamente. Depois de Venília tem uma floresta imensa, são semanas para atravessá-la e depois dela...

Luthiron balançou a cabeça em conflito e Lúcia não o pressionou, já não tinha mais aquela ansiedade maluca de saber, já entendia que tudo tinha seu tempo e eles tinham o tempo deles, logo ele continuou.

— Mas seria impossível que fosse esse o meu destino, seria... Muita coincidência.

Luthiron estava se esquivando em algumas partes, ou ele não podia falar ou ainda não estava pronto, então fez a pergunta obvia. — E como você foi parar com o oráculo?

— É um pouco longo a narrativa.

Lúcia riu. — Então não perca tempo e me conte como foi.

Luthiron soltou uma risada baixa. — Me fizeram caminhar por um longo tempo, basicamente foi só correr e receber mordidas para acelerar o passo. Por fim chegamos perto de um lago. Estava sem vida nenhum pássaro voando por ali e nem um pequeno inseto, e lembrei a cena do lago na montanha, a sensação que eu tinha era a mesma.

Tinha certeza que havia algo de errado. Estava receoso, mas não podia falar, estava amordaçado.

Um dos zargons foi beber água e assim aconteceu, as águas começaram a ficar revoltas e no meio do lago apareceu a cabeça dela.

Nessa hora achei que tudo estava perdido, me considerei um ser morto, então resolvi aceitar minha condição.

Ela puxava um por um para dentro do lago, sem perguntas, sem sondagem apenas ataque. Fiquei quieto a esperar a minha vez, muitos correram, mas ela os alcançava e os laçava e arrastando para o lago, fiquei petrificado com a cena.

Em minutos não restava mais ninguém além de nós dois. Ela tirou a calda afiada de dentro do lago e para minha surpresa simplesmente cortou as cordas e a mordaça.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora