A Maldição de Luthiron

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 Olá pessoal boa noite :D Deixando um pedacinho para vocês, perdoem a demora, mas as crônicas está concorrendo no concurso de literatura Sesc 2016, coloquei sem pretensão, apenas para saber em que lugar ficaria, nem revisei para enviar rs, estou revisando aos poucos para por aqui, mas torçam por mim que eu agradeço :D

Todos concordaram, teriam que reforçar a cautela quando chegassem nesse lugar, Linade disse decidida.

_Se aconteceu no campo vermelho o sonho, então aqui estaremos seguros por hora, continuemos, são sete dias de viagem até chegar ao campo aberto, até chegarmos lá pensaremos em um jeito de assegurar que nada aconteça a Lúcia, ou quem sabe ela sonhe novamente, e consigamos saber o final, mas por hora esqueçamos o presságio e vamos nos concentrar aqui.

Todos concordaram e Ádino como que esperando o melhor momento para dar o anuncio falou contente: _A refeição esta pronta, já podemos comer.

Famintos, se dirigiram para o enorme veado assado que estava em um espeto de madeira, Lúcia seguiu com os outros, por mais que seu sonho a tivesse assustado, sua fome era enorme e deixou para pensar sobre isso outra hora, não acreditava que poderia acontecer de verdade, talvez a conversa com Luthiron sobre Balmac antes de pegar no sono a tivesse feito sonhar com ele, só isso, comeu com vontade, Ádino cortava pedaços suculentos do veado, ele tinha feito um chá para acompanhar e estava saboroso.

_Você cozinha muito bem Ádino, está delicioso esse chá e essa carne esta saborosa.

_Obrigado gosto de assar uma boa caça, quando me uni ao grupo ,não sabia como se fazia uma refeição, Jiron foi me dizendo o que fazer, agora já peguei prática e gosto também, e agora fico com ciúmes se outro resolve cozinhar em meu lugar.

Lúcia se lembrava de que havia estranhado quando Linade disse que era Ádino que cozinhava, ficou envergonhada do que havia pensado, e como que pedindo desculpas silenciosas, sorriu para ele, Ádino lhe retribuiu, com o melhor que conseguia, mas tinha um jeito tão desengonçado, que ficou muito estranho, ainda assim ela achou fofo e balançou a cabeça rindo e entretida com seu pedaço de carne, depois de todos alimentados, menos Luthiron que não comia, todos levantaram acampamento e seguiram viagem.

Luthiron se aproximou de Linade e disse baixo. _Essa menina ainda é muito inocente Lina, acho que ela nem imagina o perigo que está correndo ,está contente e calma como se não fosse nada demais ser atacada por Zargons, fico preocupado com essa inocência dela, chega a parecer um pouco tola com toda essa ingenuidade ainda.

_Fico contente que esteja preocupado com ela Luthiron, realmente Lúcia é muito ingênua ainda, e não conhece nada dos perigos que sabemos existir, com o tempo começará a ter uma ideia das coisas, ela precisa de muita proteção, a

inda é uma menina e realmente tola ainda, apesar de ser extremamente inteligente quando necessário, mas ainda não sabe a proporção das coisas.

_ Ela vai ter uma boa noção Lina quando passar por um perigo real com eles.

_Mas se bem conheço Lúcia, no outro dia já estará esquecida novamente, vai demorar para que perceba direito as coisas e em que está envolvida.

_ Até que gosto do jeito dela Lina, tem o coração puro e não olha para o grupo como se fosse melhor que eles muito pelo contrário, vejo o quanto está tentando ser aceita e isso eu não esperava ver nela.

_Conforme for conhecendo ela melhor Luthiron, vai gostar dela cada vez mais.

Depois dessa conversa andaram em silencio, Luthiron não sabia o que dizer, mas acreditava que Lúcia merecia a chance de provar que podia ser uma grande amiga, ele sentia um carinho involuntário por ela.

Lúcia percebeu que Ádino guardou o que sobrou do veado consigo, devia ser para servir algo pronto antes de cozinhar algo, caminharam até o anoitecer, tinham percorrido um longo trecho, e mais uma vez pararam para descansar, depois de uma refeição, esta bem mais pobre que a primeira, batatas assadas na brasa e alguns pássaros no espeto e chá novamente sem nem sinal do resto do veado que estava com Ádino, todos foram dormir, Jiron se ofereceu para montar guarda, mas Luthiron que parecia dormir pouco sempre foi que ficou de vigia, Lúcia pegou rápido no sono, assim como todos os outros, era uma viagem cansativa e todos estavam exaustos.

(...)

Lúcia despertou no meio da noite, estava com frio precisava pegar sua capa, quando se levantou para pega-la, algo chamou sua atenção, Luthiron estava de lado, um pouco distante, o suficiente para parecer escondido, estava entre as arvores.

Lúcia ficou curiosa e preocupada, ele podia ter visto algo, ou ouvido a aproximação de alguém, andou devagar na direção dele, queria perguntar o que estava havendo, chegando mais perto, viu Ádino, ele estava de frente para Luthiron, conversava com ele em voz baixa, Luthiron estava com a cabeça um tanto levantada, parecia olhar o céu.

Lúcia seguiu na direção onde estavam sem fazer barulho, estava curiosa com o que poderiam estar fazendo, e pela maneira como estavam agindo era para não acordar os outros.

Quando estava muito próxima, viu uma cena que quase parou seu coração, Luthiron estava parado com a boca escancarada, muito além do que um cavalo normal conseguiria, de dentro de sua boca saia uma coisa longa e viva, parecia que tinha uma cabeça na ponta, não tinha olhos nem nariz, nada, somente uma boca com dentes muitos grandes, aquilo se alimentava.

Ádino lhe dava o resto do veado que tinha guardado consigo ,cada vez que aquela boca se abria , arrancava um pedaço de carne, Lúcia podia ver o enorme bolo mastigado descer caminhar por aquele pescoço longo até chegar à boca escancarada de Luthiron que parecia estar hipnotizado, seus olhos estavam leitosos e não pareciam ver nada.

Ádino ao perceber a presença de Lúcia, ficou num misto de surpresa e contrariedade, levou o dedo indicador ao lábio para que Lúcia fizesse silêncio e continuou a falar com Luthiron.

_Isso meu amigo, se alimente bem, você precisa, não é sempre que temos carne de tão boa qualidade.

Aquilo que estava dentro de Luthiron conseguia mastigar os ossos como se fossem pães macios, quando estava acabando o alimento, Ádino começou a olhar Lúcia meio sem saber o que fazer, e ela logo percebeu que tinha que sair dali.

Estava apavorada com aquilo, virou as costas e estava saindo tentando fazer o menor ruído possível, sentiu um bafo quente em suas costas, ficou estática, não conseguia virar, estava com medo que uma boca cheia de dentes afiados a mordesse.

Uma voz conhecida a deixou mais apavorada ainda do que já estava. _Não devia bisbilhotar o que não é de sua conta Lúcia, não devia ter feito isso.

A vergonha tomava conta de Lúcia, como podia ter feito aquilo? Havia traído a confiança de Luthiron, se ao menos tivesse visto aquilo e saído logo em seguida, teria evitado que ele percebesse, mas quis ficar e olhar, como uma intrusa apenas para saciar sua curiosidade sem respeitar a privacidade dele.

Sem olhar para ele, ainda dominada pelo medo e a vergonha por ter invadido sua privacidade, Lúcia disse de cabeça baixa. _Sinto muito eu...

_Não tem importância o mal já está feito, agora a única coisa que sentirá é pavor de me olhar, como está sentido agora.

Ao dizer isso saiu a galope como se quisesse voar e não correr para sumir logo dali.

Bom pessoal espero que tenham gostado, coitado do nosso Luthiron né, deixem seus comentários e um votinho, beijos amores até a próxima :D

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora