Notícias ruins e preocupação.

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A casa era uma construção em madeira coberta com folhas de palmeira já secas e com algumas bem verdes em alguma parte ou outra da cabana mostrando o trabalho de vedar as goteiras. As madeiras totalmente rústicas tinha uma pequena varanda, dentro havia uma lamparina acesa e Lúcia presumiu que alguém estava cozinhando, saia fumaça da chaminé.

Havia uma pequena janela com cortinas floridas e gastas, que dava um ar muito aconchegante visto de fora.

Ele subiu os dois degraus parando na varanda abrindo a porta. — Entrem, por favor.

Todos entraram menos Luthiron e Jahil por ser uma casa pequena, na sala tinha um banco de madeira com assento e algumas almofadas muito gastas.

Uma lareira com um fogo crepitando e ao lado em um canto uma pilha de madeira bem arrumadas, no canto perto da porta tinha uma prateleira com alguns objetos decorando, um vaso e algumas louças sem par.

Um tapete de pele no chão quase sem nenhum pelo e uma mesa pequena de madeira escura ao centro sem nenhum enfeite a não ser um cachimbo muito usado pela sua aparência. A casa era muito humilde, mas agradável, típico de uma família que tinha prosperidade e era feliz no passado.

Caluto estava de pé em cima da mesa em silêncio, seu semblante demostrava preocupação, Jahil conversava muito baixo com Balmac na porta.

Lúcia observava Cálido enquanto trazia o chá, seu andar era estranho mas seus modos eram muito educados . Devia ter tido uma vida muito boa antes da chegada do espectro pensou Lúcia.

Agora todos estavam estranhos conversando juntos na porta e pareciam discutir em voz baixa.

Cálido serviu o chá a Lúcia dizendo. — Parece que seus amigos estão em uma reunião importante.

Ela sorriu. — É sim eles sempre fazem isso.

— Porque você não está com eles dando sua opinião?

— Prefiro tomar esse chá que está muito saboroso, obrigada.

Na verdade Lúcia também estava meio magoada de não ser incluída na conversa, mas como já havia reparado ali nenhum era incluído, entrava na conversa e pronto, ou seja, eles a estavam de certa forma a tratando como igual. E o que eu esperava? Pensou Lúcia, que me convidassem a dar uma opinião? Que me chamassem como se eu fosse melhor que os outros?

Subitamente Lúcia se sentiu envergonhada, porque no fundo era mesmo isso que ela estava esperando, levantou de um pulo e foi se juntar a conversa.

O fauno servia os outros que haviam entrado um pouco deixando apenas Luthiron e Jahil com a cabeça na porta espiando para dentro para participar da conversa.

Lúcia ficou ao lado de Balmac, segurando a xícara na mão e prestando atenção para poder seguir a conversa.

Linade perguntou ao fauno. — Como os Orcs agem quando estão fazendo o transporte do milho?

— Eles são muito atrapalhados, e preguiçosos na verdade, pois ficam um tempão bebendo e conversando, para depois eles fazerem o serviço, eles não aguentam carregar muito peso e demoram para terminar, e são muito agressivos entre eles.

— E com vocês, eles mexem? Eles vêm aqui para destruir coisas ou machucar vocês?

— Não nenhum deles, mas os Zargons também não mexiam conosco, nós só tínhamos que deixar a parte deles empilhada lá fora e eles recolhiam e iam embora.

Linade parecia decepcionada com alguma coisa. — E o que eles falam?

O fauno parecia desconcertado com a pergunta. — Eu não entendo a língua deles, em na verdade nunca havia visto nenhum deles antes de virem buscar a parte do espectro aqui a três colheitas atrás.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora