O centauro

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Olá pessoal, mais um pedacinho para vocês tá :) Não estou podendo ficar muito no watt porque estou sítio na casa de meu pai, mas já demorei muito a postar aqui, então aqui está, perdoem mesmo a demora, não é falta de compromisso com vocês é problema com saúde e aí já viram né.

Lúcia abriu os olhos, estava com frio, sentia que estava deitada em algo macio, viu Luthiron. Seu focinho acariciou seu rosto e ela reclamou debilmente. — Estou com frio, já estamos na neve não é? Agora vou poder usar as botas forradas que era de mamãe.

Lúcia voltou a dormir e Luthiron olhou apavorado para Érono, como se percebesse seu pavor ele falou. — Ela esta com febre meu amigo, se essa febre não baixar, ela correrá riscos ainda. Colocarei mais uma pele por cima dela e irei preparar um chá que pode ajudar. Terei de sair um pouco não tenho essa erva comigo.

Luthiron concordou e assim que a cobriu Érono saiu apressado do quarto, ouviu o barulho dos cascos, ele havia partido para a floresta a galope.

Luthiron agradeceu mentalmente seu amigo por tudo, quando chegou ele foi rápido e sem fazer perguntas a tirou de cima dele a colocando na mesa da cozinha, limpou e costurou o corte. Lúcia nem mesmo tinha reclamado da dor, estava inconsciente e ao ver o semblante de Érono ele tinha ficado muito preocupado com a situação dela.

Depois de a colocar na cama ele começou a cuidar dela com ervas e poções de sua raça. Luthiron não queria incomodá-lo, ele vivia seguro em sua cabana e por ser conhecedor das artes da forja o espectro o deixava viver sossegado.

Em troca desse sossego ele tinha de trabalhar duro fazendo uma cota de armas ao espectro tendo que entregar a cada mês. Depois de prontas ele tinha que levar as armas ao local marcado, que sempre eram recolhidos por um aliado, estava destinado a servidão.

Mesmo sabendo que não seria tocado pela mão do espectro, Érono fabricava as armas com capricho para que seu povo não pagasse pela sua insubordinação.

Olhava Lúcia dormir e sua frustração aumentava, ela não estava bem, estava pálida e suas bochechas estavam muito vermelhas. Delirava, falando coisas sem sentido.

Se sentia impotente naquele momento. Se tivesse sua forma normal, ele mesmo cuidaria dela, ele mesmo a curaria usando os seus conhecimentos que não eram poucos quando se tratava de cura, mas era um escravo na forma de um animal a única coisa que podia fazer agora era esperar e torcer para que ela vencesse o veneno e a falta de sangue em seu corpo.

Luthiron suspirou enquanto velava seu sono conturbado, não conseguiu deixar de sentir pena do sofrimento dela. Tão frágil ainda, pensou ele, nem mesmo sendo uma elfa ela conseguiria resistir se não recebesse ajuda e agora só Érono poderia salvar a vida dela, talvez se ela vencesse o veneno houvesse esperança.

****

Lúcia tinha sonhos estranhos e sem sentido, tinha visto um homem com corpo de cavalo, ele a forçava a beber algo amargo, será que era veneno? Será que era mais uma visão, no seu sonho sentia horríveis dores nas costas, e ela pedia ao homem com corpo de cavalo para não envenená-la, tinha que salvar seus amigos da escravidão, precisava honrar o nome de seu pai, tinha que ver o oráculo antes de ter catorze anos e se ele fizesse isso ela morreria. Depois dessas visões confusas, caía em um sono profundo.

Lembrava do Zargon em cima dela e levantava os braços para se proteger, ao abrir os olhos via novamente o homem estranho a forçando a beber outro líquido, esse era com um gosto menos amargo, mas queimou o estômago de Lúcia.

Perguntava a ele por que ele estava fazendo isso com ela. Nunca entendia a resposta e novamente caiu em um sono profundo.

Acordou com muita sede, mas nenhum deles lhe dava água, Lúcia tinha certeza que ia morrer de sede e novamente dormiu, mas dessa vez com sonhos interessantes, pássaros, cavalos, sol escaldante, estava com muito calor.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora