Uma poção de três longos dias

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Linade levantou olhando aquilo ainda assustada. — Temos que descer e liberar as escadas, ninguém poderá mais subir.

Luthiron abaixou a cabeça perto do ouvido de Lúcia.

— Parabéns, teve muita coragem menina, estou orgulhoso de você, agora precisará é ter paciência, serão três dias aqui dentro fazendo o que não tenho a menor ideia do que seja, mas quando ver o povo de Jahil liberto sua dor vai passar eu prometo.

Lúcia assentiu de cabeça baixa, esperançosa que isso fosse verdade, Luthiron aproximou ainda mais o focinho e ela sentiu o toque gelado do nariz dele em sua bochecha. — Vou sentir sua falta lá embaixo, mas fico contente que esteja aqui e não lá, agora está segura e vamos fazer com que fique ainda em segurança nesses três dias, só... não desista.

Lúcia abraçou Luthiron com força, se sentia só, apenas em pensar em ficar ali sem eles. — Também sentirei falta de vocês, não fiquem machucados, não me deixem preocupada.

Balmac se aproximou de Lúcia que o abraçou com um braço e ainda continuou segurando a cabeça de Luthiron com o outro. Balmac falou amoroso, parecia uma despedida e isso apertou o coração dela.

— Não prometemos que não nos machucaremos, mas prometemos que faremos o possível para manter eles longe daqui.

Lúcia beijou o focinho de cada um deles, logo os dois saíram apressados pelo corredor.

Ádino carregou Lúcia, que o abraçou escondendo a cabeça em seu pescoço.

— Não chore, foi um dia difícil hoje depois de toda a prova que você passou, mas foi corajosa, fiquei orgulhoso de ver isso no quarto do rei, acho que eu não teria conseguido, teria me mijado todo.

Ele desceu Lúcia no chão e passou o braço pelo nariz fungando.

Lúcia sorriu com carinho e esticou a mão para tirar a grossa lágrima que escorria pela bochecha dele. — Obrigada.

Ele fez um aceno e saiu ainda fungando e soluçando em direção a porta.

Jiron como sempre se aproximou dizendo com carinho, mas ainda de longe.

— Boa sorte Lúcia, espero que encontre forças para essa última etapa de sua missão.

Ela abraçou aquela águia tão séria, mas tão fiel aos amigos, ele ficou um pouco surpreso, não era acostumado com muita aproximação, mas depois envolveu Lúcia com suas asas, falando baixo.

— Você vai conseguir, confio em você, ainda mais vendo a imensa coragem que teve ao enfrentar os pastores que era seu maior obstáculo para seguir com a missão, tenho certeza que daqui a três dias o povo de Jahil estará em sua antiga forma.

Soltou Lúcia e saiu voando pela porta sem olhar para trás e nem esperar resposta.

Dávolo os observava de longe perto da porta, não manifestou pressa ou mesmo impaciência com as despedidas.

Era direito deles esse momento, depois das coisas que passaram juntos para chegar até ali, eram unidos e fiéis um ao outro.

Érono apareceu na porta, depois de ter saído com Linade aos gritos para que liberassem as escadas.

— Estão descendo senhor, e agora irão guardar a torre pelo lado de fora.

Dávolo ainda mantinha os olhos em Lúcia que continuava ajoelhada perto do corpo do jeguinho. — Muito bom, traga água e provisões, Lúcia irá precisar nesse primeiro momento.

— Sim senhor. — Érono e saiu apressado.

Dávolo se aproximou e estendeu a mão e Lúcia pegou. — Vamos ter um tempo ainda Lúcia, para organizar o forte e esperar que venham seguidores para tentar retomá-lo.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora