A lenda

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Lembrando a lenda que Luthiron havia contado, Lúcia pegou uma flecha e pensou na quantidade de seguidores que estavam ali, tinha que fazer alguma coisa, não poderia deixar que machucassem Linade.

Acertou a flecha em um Orc que estava muito perto de Linade, que apesar da distancia pequena e do perigo que estava correndo, não se moveu e continuou acertando a flecha na direção dos Orcs que se aproximavam de Lúcia tentando protegê-la também.

A flecha não tinha mudado como nas lendas, Lúcia não desistiu, tinha aprendido e visto coisas demais para não acreditar no poder mágico do povo do oráculo, tinha que ter algum fundamento aquela lenda.

Retirou mais uma flecha pedindo ao arco que não a abandonasse e quando lançou três Orcs caíram. Sentiu naquela hora uma fagulha de esperança e começou a lançar as flechas no meio da horda de Orcs, a cada flecha lançada três caíam, Linade era muito ágil e derrubava um a cada flechada, aos poucos os corpos foram ficando pelo chão, logo haviam poucos, que começavam a recuar.

— Linade não podemos deixar eles com vida e sair avisando mais algum grupo que esteja por ai.

— Tem razão Lúcia, vamos caçá-los, e se conseguirmos sair dessa vamos procurar os outros.

Linade saiu correndo na direção dos que seguiam para a floresta e Lúcia fez o mesmo, eram ágeis e juntas foram caçando um por um.

De longe com sua visão já treinada viu uma fogueira, e se desesperou, tinha que acabar com todos antes que chegassem perto demais daquele acampamento e avisasse os outros, ainda estavam dispersos e isso seria o fim.

Lançou uma flecha e ela acertou primeiro o Orc que estava mais a frente com uma distancia considerável, essa flecha ricocheteou e acertou outro, e mais uma vez, a flecha parecia ter vida própria. Depois de algum tempo de caçada, não havia mais nenhum sinal de correria, ou barulho que denunciasse algum orc ou zargon com vida, as duas pararam respirando rápido e alertas com qualquer barulho. A batalha havia cessado e elas saíram à procura dos outros.

— Será que foram capturados Linade?

— É o que vamos descobrir, se eles pegaram algum dos nossos, vamos recuperá-lo nem que para isso tenhamos que morrer tentando.

— Os outros seguiram em direções opostas, estou mais preocupada com Caluto e com Jiron, que não retornaram depois que saíram para ver se era seguro.

— Eu também estou mais preocupada com os dois, os outros estavam lutando com um grupo considerável, mas em dois dariam conta do recado. Vamos, tem alguma coisa a frente, vi fogueira nessa direção quando corria atrás de um deles.

O sangue nas mãos de Linade e de Lúcia estava sendo lavados pela chuva forte que caia. As duas corriam e paravam por um tempo tentando escutar, procuravam qualquer barulho, depois de algum tempo ficaram alertas com as vozes estranhas no meio da floresta.

Lúcia sussurrou. — Acho que os achamos, resta agora saber se tem algum dos nossos com eles.

— Se estiverem lá, teremos que planejar muito bem como fazer para resgatá-los.

As duas foram se aproximando silenciosamente, vários Orcs e Zargons estavam em um acampamento montado as pressas, tinham caminhado uma boa distância, e por ser um pequeno grupo deveriam ter achado que tinham sido vencidos, o que era o maior medo de Lúcia, pois estavam dispersos e nem ela sabia aonde todos estavam, mas ali estava Caluto presa a uma gaiola, não se movia, estava caída totalmente desacordada.

Apesar da luz da fogueira, Lúcia não conseguia ver se ela estava respirando, a fogueira não fornecia muita luz.

Muitos Orcs e Zargons andavam por ali, vários estavam feridos, e mais um grupo estava sentado ao longe, eram muitos e ela tinha que avisar aos outros, mas para isso precisaria encontra-los tomou distancia em silencio, em suas costas sentia a respiração regular de Linade, que a acompanhava de perto.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora