Minha querida Verona

123 16 21
                                    

Querido Troye...

Você pode andar pelas ruas cheias de gente ou pelos becos vazios. Você pode fotografar os monumentos de pedra, olhar para as janelas desgastadas pelas centenas de anos ali, pode navegar pelo Rio Ádige, ou ficar olhando para o relógio da Torre Dei Lamberti o dia inteiro. Você pode andar com a sua câmera dando sopa no seu pescoço, sabendo que você tem uma chance tão pequena de ser roubado que você não dá a mínima. Você pode passar um dia inteiro sentado na fonte da Piazza Delle Erbe, lendo, escrevendo ou pensando, ao som de alguém tocando violino. Você pode comprar souvenirs na beira do rio, tomar um café em um desses lugares maravilhosos espalhados pela cidade, ou jantar em um café pequeno, onde as pessoas vão te tratar surpreendentemente bem. Você pode tirar fotos dos bilhetes de amor colados na entrada da Casa Di Giulietta e pode deixar um lá, falando sobre esse seu relacionamento a distância e cheio de complicações com o seu melhor amigo. Outra coisa para se fazer é conhecer o prédio maravilhoso da universidade local e entrar em cada igreja que você encontrar, porque independente da sua religião os seus olhos vão ficar maravilhados com cada detalhe.

Há muitas coisas a se fazer e em dez dias, mesmo já tendo feito tudo isso é como se eu soubesse que ainda não fiz tudo. Como se eu quisesse fazer tudo de novo diversas vezes. Faça o que você quiser, mas você nunca odiará Verona, estando sozinho ou acompanhado.

Não há nada que você faça demais, que pareça demais. Eu amo Verona. E se algo maravilhoso não estivesse esperando por mim em Perth...

Eu ficaria por aqui.

Com amor, Connor."

Connor ligou para um rapaz em Bombaim assim que deixou o correio.

Troye abriu a porta.

-Nós... Troye... Olha pra mim. - Ele fez sinal para Kayla, que entrou. - Eu posso falar com você? Eu preciso de um amigo. - Ele assentiu e os dois foram até o quarto dele.

-O que foi? - Ela esfregou as próprias mãos.

-Você fala com o Connor? - Ele negou. - Vocês ainda trocam as cartas?

-Por quê? 

-Porque eu preciso saber dele. Ele não fala mais comigo, Troye.

-Eu não... Não tenho falado com ele. Só quando o Brandon ou a Nicola decidem ligar e eu estou perto, mas nós nem conversamos direito, porque ele nunca para de falar.

-Você acha isso estranho? 

-Ele falar demais? Não... 

-Mas ele geralmente não fala.

-Você  sabe que eu odeio quando você faz isso? - Kayla assentiu. 

-Ele não fala comigo há um mês. E a última vez foi a coisa mais... Estranha do mundo, porque ele me respondeu com umas duas linhas. Eu acho que... Eu acho que o Connor pode estar...

-Morrendo? Cansado? Ocupado?

-Com outra pessoa?

-Kayla...

-Qual o outro motivo, Troye? Ele cansou de mim e agora... Agora ele deve ter achado outra pessoa. Ele falou de alguém? - Troye negou. -  Ele deve ter mencionado. Ele deve ter falado com alguém. Eu não sei o que eu fiz de errado, Troye, mas... Eu não sei o que fazer. Eu sinto falta dele. Eu só o quero de volta. - Troye respirou fundo e esfregou o rosto com as mãos. O coração estava disparado e a culpa parecia fechar a garganta dele.

-Ele está com outras pessoas. Conhecendo outras pessoas, sendo amigo de outras pessoas, trabalhando com outras pessoas...

-Você sabe o que eu quero dizer. Acho que ele está pegando alguém, beijando alguém, dormindo com alguém.

-Connor não seria capaz de dormir com outra pessoa estando com você, acredite. E pelo que o Brandon fala eu nem sei se daria certo, porque parece que ele está indo de cidade em cidade sem parar.

-Você acha?

-Ele não dormiria com alguém estando com você, Kayla. - Troye não estava mentindo. Connor não amava Kayla, isso é fato. Ele não queria estar com ela, mas Connor nunca traiu Kayla com Troye. Tudo o que os envolvia nunca passara de palavras e as palavras não eram tão... Assim.

-Troye... Me desculpa pelo Brandon. Eu não devia ter contado. - ele respirou fundo.

-Tudo bem.

-Como tudo isso com Brandon aconteceu? Quero dizer... Foi loucura.

-Foi meio que acidente. - Kayla assentiu.

-Nós estamos bem, Troye?

-Claro... - Kayla dormiu lá naquela noite. Quando Troye viu que era seguro ele correu até o quarto de Tyde, que estava acordado.

-Eu preciso de um favor. - Tyde tirou o fone. - Se alguma carta do Connor chegar enquanto ela está aqui eu preciso que você esconda, mas ninguém pode saber das cartas, Tyde. Ela não pode imaginar. - Tyde assentiu. A carta chegou uns dois dias depois, enquanto Kayla estava na cozinha com Laurelle e Sage. Tyde limpou a caixa de correspondências e guardou a carta no bolso, antes de entrar em casa. Ele deixou tudo no aparador e correu para o quarto de Troye.  O mais velho piscou.

-Eu amo você! - Então ele se trancou no banheiro, leu e a escondeu na caixa de sapatos.


--x--

AI QUE DÓ DA KAYLA...

Mentira...

Verdade...

AFF... 

Gente... Eu já estou escrevendo os capítulos do Con em Perth :)

Adeus...

Até amanhã!

Silver MoonsOnde histórias criam vida. Descubra agora