Querido desconhecido

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(O capítulo é narrado pelo Connor <3)

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"Querido desconhecido...

Se algum dia alguém que lia como ninguém me disse para escrever sobre o meu relacionamento eu acho que ela não sabia o que estava fazendo, mas nós podemos tentar.

Ele tem essa marca de nascença abaixo do olho esquerdo e ele empurra o cabelo com a palma da mão, para tirá-lo da testa, o que não funciona.

Eu conheci Troye quase dezesseis meses antes do nosso primeiro beijo, quando ele estava apenas tentando ser gentil, no começo de fevereiro de 2015. Meus pais estavam decididos a deixarem La Crescent e o jardim que eu vivera por dezoito anos da minha vida para encontrarem algo de novo, então eles pensaram em Perth. Eu ia embora no meio do último ano, para um país diferente, com pessoas que eu não conhecia. Naquele ponto da minha vida eu teria ficado em Portland com o meu irmão Dustin, se ele não estivesse passando por problemas financeiros, então eu fui para a Austrália. E Troye fora só o garoto que estava tentando ajudar.

Eu o pedi em casamento cerca de seis anos depois de nos conhecermos. Eu ainda tinha um olho machucado, pelo o que Anthony me fizera, mas ele me pedira em casamento primeiro, quando tudo aconteceu, com um anel de coco, como quando eu o pedira em namoro. Às vezes eu penso o que poderia ter acontecido conosco se as coisas em Portland tivessem dado certo. Eu sei que ele e Mark seriam felizes, porque ele encontraria em Mark o amor que ele encontrara em mim. Eu nunca gostei de dizer que Troye e eu nascemos um para o outro, porque eu não acredito muito que isso seja real, mas nós tivemos sorte de nos encontrarmos. Eu só tive muita sorte em ser ele sentado naquela escada, naquela manhã. Eu tive sorte em encontrar nele um melhor amigo. Nós só estávamos nos lugares certos e nos momentos certos, então as coisas apenas... Aconteceram. Eu só não gosto de pensar muito nisso, porque eu estou feliz com ele. Às vezes eu também penso que eu não merecia tudo isso, porque ninguém nunca realmente sente que é bom o suficiente para quem a pessoa ama, então às vezes eu penso que Troye poderia ter encontrado em Mark alguém que teria construído um relacionamento com ele, mesmo quando Troye fora embora para Edimburgo.

Eu poderia ficar aqui e escrever sobre como os olhos dele são os mais bonitos que eu já vi, em como, mesmo depois de treze anos o conhecendo eu ainda olho para ele e não consigo evitar de sorrir todas as vezes que ele sorri. Eu poderia dizer como eu gosto de o assistir chegar em casa, abrir a porta do carro para as crianças e tirar a gravata assim que ele fecha a porta da frente. Em como ele sorri quando o pequeno James nos acorda, no domingo de manhã, mas talvez você ainda não consiga imaginar como eu me sinto, porque mesmo depois de tanto tempo eu ainda não sei bem como eu me sinto.

Se algum dia me perguntarem o que eu sinto sobre ele a minha primeira resposta será orgulho. Eu sinto orgulho de quem ele é. De como ele chegou longe, em como ele realmente lutou e deixou algumas coisas para trás. Eu não digo sobre nós, quando eu terminei com ele um pouco antes de Edimburgo, mas eu digo sobre a família. Eu via em Troye como ele era completamente apaixonado pela família, então quando a proposta para a Vanity Fair apareceu ele teve que deixar a vida dele na Escócia e se mudar para Nova York, para ficar em Nova York, longe da família, novamente. Ele já me dissera que esperava voltar para a Austrália assim que as coisas terminassem em Edimburgo, mas ele nunca teve a oportunidade. Eu sei como ele sente falta de lá. Eu sei como ele deve sentir falta de todo mundo, porque é como eu me sinto, por mais que nós tenhamos o Dustin e a família dele com a Gina logo ali em Portland e a Kayla nos feriados e condições financeiras para levar as crianças para Perth durante as férias e os natais, mas não é muito como nós achamos que deveria ser. Mas as coisas estão boas como nunca. E é por isso que eu sinto orgulho de Troye, porque ele é um ótimo editor, porque ele é um ótimo pai para os nossos filhos e porque ele é um ótimo marido.

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