Voltando lentamente...

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-Como assim você vai voltar para Perth? Troye... É a nossa viagem... Nós quatro planejamos isso.

-É... Mas eu não acho que consigo ficar aqui. Eu não posso ficar aqui, Mark. Isso tudo está me sufocando...

-Claro que está. - Mark revirou os olhos.

-O que você quer dizer?

-O que você sabe, Troye. Quer saber? Vai embora. Nós sabemos de quem é a culpa, no final das contas. - Troye largou as malas no chão.

-Não é culpa de ninguém, Mark.

-A culpa é dele. - Troye estava tão confuso que olhou para Ian e Jackson, que assistiam a briga como uma partida de ping-pong.

-Do que você está falando?

-Connor. A culpa é toda dele. - Troye soltou uma risada incrédula.

-Connor não tem nada com isso.

-Claro que não, Troye. Como poderia ser culpa do Connor se você fica trancado num quarto de hotel lendo as cartas dele quando deveria estar se divertindo com os seus amigos e o seu namorado?

-Connor é o namorado da minha melhor amiga. Connor é o meu melhor amigo. Se você não pode lidar com isso a culpa não é dele.

-Lidar? Eu posso lidar com um melhor amigo. Eu não posso lidar com Connor Franta. - Troye levantou as sobrancelhas para ele.

-O Connor é hétero, Mark. Hétero.

-Todo mundo é, até um certo ponto. - Troye riu, balançou a cabeça e saiu do quarto. - Eu não terminei de falar com você. - Mark o puxou pelo ombro.

-Nunca mais encoste em mim. Não encosta em mim. - Troye estava irritado. - Você quer saber? Naquela noite do acidente eu demorei cinco horas para pensar no assunto. CINCO horas no hospital até tomar a decisão de te pedir em namoro, porque eu achei que seríamos adultos o suficiente para lidar com a situação, mas jamais encoste os seus dedos em mim. Você não é maduro o suficiente, Mark. E eu não posso continuar lidando com isso. É uma pena que a nossa amizade tenha tomado certo rumo. - Troye fechou a porta do quarto e pegou o elevador.

 (...)

"Querido Connor...

Duas cartas em um único envelope. Eu estou tão preocupado com você que minhas mãos estão tremendo demais para que a minha letra fique como a de sempre. Eu não terminei a última e faz uns quatro dias desde que eu comecei a escrevê-la, mas é porque muita coisa aconteceu naquele dia. Eu fiquei cansado de ficar no quarto do hotel e estava ansioso demais para continuar escrevendo, então eu peguei as minhas coisas e saí. O motorista do táxi me deixou em Gordon's Bay, uma praia de mergulho aqui de Sydney que é o lugar mais bonito que eu já vi em toda a minha vida. Eu fiquei lá por literalmente horas, então a bateria do meu celular acabou e eu tive que arrumar um telefone público para ligar para o taxista de novo (o nome dele é Charles). Estava anoitecendo quando ele chegou, mas eu não queria voltar ao hotel. Então eu vi essas três crianças pela janela, pedindo dinheiro na rua. Eu fui com Charles ao supermercado e fiz a maior compra que eu já tinha visto e nós buscamos as crianças e as levamos na casa delas e, Connor? Foi um dos dias mais maravilhosos da minha vida. Ver a felicidade no rosto daquela mulher, que talvez nunca tenha tido nem metade de tudo o que eu comprei pra ela. Quando eu voltei ao hotel eu e Mark brigamos, porque eu estava morrendo de vontade de voltar para Perth. Foi um conselho do Charles enquanto estávamos no supermercado. Mas eu não podia... Apenas ir. Eu precisava... Conhecer. Então eu atravessei a Austrália pedindo carona e voltei para casa. Eu pulava de uma cidade para a próxima e depois pegava outra carona. E isso demorou quase três dias. Eu parava todas as noites para dormir, logicamente, mas foi incrível. E agora eu sei como você deve se sentir todos os dias na sua viagem. Minha mãe ficou um pouco chocada quando eu lhe contei sobre Mark, mas ela apenas sorriu para mim e me perguntou de Kayla.

Honestamente, Connor? Eu realmente não me importei com todo o lance da briga, do término, da maneira como tudo terminou. Eu só queria chegar em casa para os seus livros, o meu pôr-do-sol e o meu cd do Jake Bugg.

Espero que a família que lhe acolheu seja boa...


Love, Troye."

Connor guardou a carta no bolso da caderneta e olhou para Gellert.

-Então... Aquele castelo? - O garoto húngaro assentiu e os dois saíram de casa. 


--x--

HEY HEY HEY!!

Olha eu aqui... De novo... Com um capítulo novo YEEEY!!

Espero que tenham gostado... Troyezinho foi embora <3 

Connor não pareceu se importar... OUCH!

Enfim...

No próximo capítulo tem mais... 

Beijos de queijo e não esqueçam dos likezinhos e comentzinhos... Ah, é...

Esse capítulo é para a LuanaPimenta827 que votou nos seis primeiros capítulos, acho...

(Eu estava para fazer isso há um tempo, e achei que né... Por que não??)

Enfim...

É isso ai!!


Silver MoonsOnde histórias criam vida. Descubra agora