Silver Moons

Dez horas de viagem

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MEU TIO LINDO TROUXE O ROTEADOR DELE... AMANDO PRA SEMPRE, PORQUE AGORA DÁ PRA ESTUDAR QUE NEM GENTE <333

E POSTAR...

ENFIM...

ESPERO QUE GOSTEM DELE...

--x--

"Querido Troye...

Eu achei que a carta que eu te escrevi há dois anos e meio seria a última. Eu achei que as coisas melhorariam, porque no final daquele ano eu me mudei para Nova York. No final de novembro eu peguei as minhas coisas e vim. Meus pais ficaram felizes, mas preocupados. Eu estava indo embora e ninguém conseguia imaginar quando eu voltaria, eu estava indo sem um emprego, com a perspectiva de ganhar a vida com as minhas próprias fotografias. E eu estava... Empolgado. As coisas com Anthony estavam boas, eu tinha um apartamento, um namorado... Então as coisas estavam se ajeitando. Eu trabalhei como fotógrafo em alguns eventos, no começo. A minha vida estava ótima, eu tinha perspectivas excelentes.

No natal daquele ano eu fui para a Argentina com o Anthony, para conhecer a família dele. E eles são pessoas ótimas, mas eu achei uma realidade diferente, porque era tudo muito extravagante, tudo muito grande e tudo muito planejado. Acho que foi naquela viagem que eu comecei a sentir que as coisas estavam completamente fora do meu controle, então eu estava apavorado. Eu estava sendo obrigado a ver aquela família de pessoas que sabem usar três tipos de garfos diferentes em um único almoço me julgarem por eu ter escolhido uma profissão tão incerta quanto a fotografia. Todos aqueles médicos, bancários e advogados, todos bem sucedidos, todos influentes, todos com poder suficiente para colocarem Anthony no pedestal que ele estava. Foi o que eu descobri naquele almoço. Que os parentes dele tinham usado uns favores aqui, ligado ali e agora ele era funcionário da NASDAQ, sempre cheio de oportunidades na empresa, sempre viajando. Aquele feriado me desarmou, Troye. Eu tinha perdido tudo o que eu achava que sabia sobre o Anthony. Aquele cara que eu tinha me apaixonado nunca existiu. Eu senti orgulho dele por muito tempo, então eu descobri que ele era feito apenas de oportunidades. Eu não sabia o que fazer. Eu estava longe de casa há um mês, mas eu estava desejando nunca ter saído. E eu nunca me senti assim, então as coisas ficaram estranhas para mim nos dias que se seguiram. Elas melhoraram quando nós voltamos para Nova York, porque nós estávamos sozinhos, novamente, mas era mais porque eu estava ocupado com a galeria e com as festas que eu estava trabalhando e ele também estava ocupado. As viagens se tornaram mais frequentes depois dos dezoito meses dele na empresa e eu percebi que ele realmente se esforçava. Eu duvidava durante a maioria das viagens, quando eu ia com ele, porque também era tudo muito grande e exagerado. No último ano as viagens nos afastaram, o que eu senti como um alívio. Eu não tenho ido para a Austrália. Meus pais andam vindo para os Estados Unidos, porque o Dustin também está aqui e os meus parentes. Eu vi o Tyde da última vez, porque ele veio também. Eu sempre gostei dos dois juntos, Troye. Eles literalmente cresceram nesse relacionamento. Eles cresceram juntos.

Falando em crescer... As coisas melhoraram, cinco meses atrás. Nós estávamos nesse momento bom do nosso relacionamento, onde as voltas das viagens eram motivos para os nossos melhores jantares. Ele me pediu em casamento, dois meses atrás. E como as coisas estavam boas eu aceitei. Eu achei que as coisas poderiam ser assim pelo resto das nossas vidas. Eu fiquei empolgado com a perspectiva de que as coisas seriam assim, mas mais rápido que as coisas boas vieram, elas foram embora. Agora é julho, Troye. Nós estamos separados há quatro anos, Troye. Quatro anos. Eu só espero que esse período medíocre do meu relacionamento passe.

Com amor, Connor."

Troye dobrou a carta e a colocou no colo.

-Connor... O que estava acontecendo? - Connor balançou a cabeça. Troye entrelaçou os dedos deles.