Velas

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Mas que grande porcaria! Abri meus olhos, Akira continuava na posição. Me curvei e apoiei a cabeça sobre as duas mãos as espalmando em minha testa.
Eu ia perder o almoço com Shun. Minha grande chance! Toda perdida, mas... chance de que mesmo? De qualquer forma já era.
- Maika!
Akira me censurou. O encarei com raiva, era culpa dele. Por que tinha que inventar aquela meditação justo hoje? Ele permaneceu quieto, esperando.
Suspirei. Mas que porcaria ainda maior! Como podia culpar Akira? Não tinha nada haver com ele, não tinha como adivinhar que eu tinha decidido ter um suposto "encontro" unilateral naquele dia. Akira estava ali para me ajudar, nada mais, nada menos. Mas ainda assim... Mas que coisa, Akira! Tantos dias, tinha que ser hoje?!
- Algo incomodando?
- Não.
Não ia despejar nele como estava frustrada por perder o almoço com Shun, mais uma vez, muito menos explicar o porquê de ser algo importante e acabar dizendo o que sentia pela raposa.
Alinhei minha postura mais uma vez e mergulhei e mais não meditação.

◇•°•◇

- Não está funcionando.
Mesmo?
Quase soltei o sarcasmo para cima do mestre. Ele andava de um lado para outro. Parava algumas vezes, se virava para mim e voltava a andar.
- Vamos voltar.
Minha barriga se manifestou em concordância, já se passava e muito do meio dia, confirmado pela grande depressão que meu estômago estava passando, e não tínhamos comido absolutamente nada. Me levantei do chão e seguimos de volta para a Cidade.

◇•°•◇

- Já conseguiu manifestar seu inscius por vontade própria?
Engoli a comida que tinha na boca e continuava sem saber a origem.
- Uma vez, no teste de entrada para a Unique. - ele mergulhou em pensamentos, me lembrei de mais uma vez - Ah! E um pouco antes, quando treinava com Shun.
- Alguém... falou com você?
Lembrei da garotinha e do homem.
- Tipo... uma voz? - ele acenou - Sim.
Ele se levantou e saiu. Terminei a comida às pressas e segui atrás dele. Quando cheguei à sala ele voltava para ela com três velas nas mãos. Suspirei, mais uma vez as velas.
- Quero que as acenda do mesmo modo.
Ele as colocou no chão. Olhei ao redor, para as várias almofadas tão delicadas.
- Quer que eu faça isso aqui?
Ergui uma sombrancelha. Ele pareceu me emcarar por alguns segundos, depois se agachou e pegou as velas do chão.
- Vamos para fora.
Eu ri. Seria realmente engraçado se eu conseguisse acender as velas e acabar queimando uma das almofadas, imaginava como Akira iria reagir.

×××
DESCULPEM! Estou com muuu~ito sono mesmo. Amanhã escreverei mais, bem mais.

Cidade de Magia - Contos de EspinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora