Eu poderia ficar daquele jeito para sempre. Shun me abraçava e eu o envolvia também. Eu não podia acreditar que aquilo estivesse acontecendo, devia ser um sonho, um dos que eu não tinha haviam muitos anos, desde que a garotinha aparecera. Eu não podia soltá-lo, se o fizesse talvez ele se esfarelasse como cinzas de um sonho destruído.
- Prometa que vai me esperar.
Ele pediu. Foi a primeira coisa que ele disse depois de me beijar. Ah! Ele tinha mesmo feito aquilo.
- Prometo.
- Não esqueça que você é minha Emi.
Fechei os olhos me deliciando com suas palavras.
- Não esquecerei, jamais.
Sua súbita ação permanecia uma incógnita, mas eu não me importava. Eu estava feliz. Mais que feliz. Poderia cantar e dançar pela eternidade.
- Shun, o que significa Emi?
- Esse, é o meu segredo.
Fechei meus olhos e imaginei vários significados, esperava que fosse algum deles. Ele passou a mão por minha cabeça então por meus cabelos, parando em minha nuca.
- Por favor, - olhei para ele, para as duas joias que eram seus olhos, para o cabelo branco mais assanhado que no dia em que se atrasou - Não esqueça dessa promessa. Você é minha e sendo assim, eu...
Exibi um sorriso largo para ele, aquilo não bastava para mostrar o quão feliz eu estava.
- Você é meu.
Completei um pouco sem jeito, mas ele retribuiu meu sorriso, alcancei as nuvens. Mas minha curiosidade era colossal.
- O que houve, para me dizer isso agora?
Foi uma pergunta inocente então recebi uma resposta inocente, mas na hora eu não percebi que aquela não se tratava de toda a verdade.
- Você vai partir. Eu não podia mais esperar.
Seus olhos se entristeceram. Levei minha mão ao rosto dele, eu queria deixa-lo feliz, feliz para sempre, como nos contos de fadas que eu tinha lido escondida durante a noite.
- Eu esperaria por todo o tempo que existe se fosse por você.
Ele sorriu.
- E eu percorreria todo esse tempo, por você.
Então ele me beijou novamente. O som do trem se tornou audível, os trilhos começaram a tremer e nós nos separamos apenas com a parada dele.
Lan se voltou com Claren, ela estava tão feliz que era como se a melhor coisa do mundo também tivesse acontecido com ela. Claren me abraçou por um longo minuto e eu abracei Shun novamente.
- Esse não é o nosso adeus, esse é o nosso até breve. Você vai conseguir, Emi, lembre-se dessas palavras.
- Eu vou lembrar. Não vou esquecer de nenhum segundo. Até breve, Shun.
- Até breve, Emi.
Eu entrei no trem, Lan seguiu à frente.
- Todos a bordo!
Gritou um homem agitando um sino, ele entrou em outro vagão. Me virei para trás e observei Claren e Shun. Esperava mesmo que aquele fosse apenas um até breve. Um solavanco indicou que começávamos a nos deslocar. Acenei com toda a minha energia. O trem avançou. Corri para dentro e fui para uma janela, pressionei meu rosto contra o vidro e acenei vigorosamente até que os dois fossem pequenos demais para que os enxergasse.
- Eles não podem mais vê-la. Está só gastando energia.
Desabei no assento e olhei para Lan, ela colocava minha mochila na grade acima de nossas cabeças, ao lado estava a dela própria. Me levantei.
- Deixe que faço isso.
- Não seja boba. Isso não é nada para mim.
Ela terminou e sentou, fiquei ao seu lado. Estava escuro, a única coisa que dava para ver era o brilho da floresta de cores iluminada pela lua que começava a minguar.
Suspirei, eu deveria dormir logo, eu estava sempre com sono de qualquer forma, mas o sono não vinha.
- Eu sei que foi algo maravilhoso que aconteceu ali. Me diz o que foi?
- Nada.
Eu estava envergonhada. Não podia começar a falar de tudo o que sentia para Lan simplismente por partimos em uma viajem juntas. Ela me deu uma cotovelada no ombro, protestei com dor.
- Eu sei que está com vergonha e que foi algo supinpa ali. Estava muito feliz, além disso sua cara está vermelha até agora.
- Eu não vou falar.
Ela bufou.
- Tudo bem, estraga prazeres. Então vou advinhar. Ele te beijou.
- O quê?
Como ela podia acertar de primeira? Lan sorriu satisfeita.
- Acertei! - ela fez uma pequena dança da vitória e eu a empurrei de leve - O que eu não entendo é esse seu envolvimento com o lobinho. Não que eu seja contra, o cara também é lindo, mesmo que eu não goste dos lupinos, mas é estranho. E essa raposa... eu sei que ele faz seu coração saltar só com um olhar. - ela se inclinou para mim - Eu senti tudinho sabe.
Voltei a empurrá-la o que só a fez gargalhar.
- Ainda não sei do que está falando.
- Ora, Maika. Eu sei que você gosta dele, tipo, um monte. Mas eu também sei que o carinha da lua também te faz feliz. É como se estivesse em um a dualidade. Isso não é justo. Eu não tenho um pescocinho e você tem dois loucos para avançar em ti.
Ignorei o que ela disse no final, mas pensei sobre a dualidade. Eu não tinha aquilo. Tinha? Eu sempre tinha gostado de Shun, mas o que Lan tinha dito também era verdade, Adam me fazia feliz de um jeito estranho.
Sacudi a cabeça e afastei a idéia. Não. Eu gostava de Shun, apenas dele e não era naquele instante, ainda mais depois de ter sido correspondida, que iria pensar em ter dúvidas. Eu amava Shun. Apenas Shun.×××
Foram 2, então vcs já sabem q amanhã corre risco de ñ ter.
Escritora ainda sem net, mas batalhando aqui por vcs.Falando sobre o livro...
Eita! O Shun realmente agiu. Vcs já pensaram no que fez ele agir assim do nada? Acho q tinha q ser algo bem forte para ir tão contra a personalidade dele.
E enfim tudo vai mudar e como a ruivinha disse só vai ter problema.
Vcs terão alguns colorios a mais, um presentinho. Kkkkkkkk
Ah! E #10 em Fantasia.
Pessoal, vcs são demais. Se não fosse por vcs isso não seria possível.
(Extremamente orgulhosa aqui).
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Cidade de Magia - Contos de Espinhos
FantasyTirya está a caminho da Cidade dos Contos, onde nem todo conto tem um final feliz. Além de ter que suportar um superior de uma personalidade complicada e mais uma vez ficar sozinha ela vai ter que enfrentar os perigos e criaturas da Floresta sem f...