Cidade de Magia - Contos de Espinhos

Novo destino

O Capitão ainda estava lá, falando grosso e um pouco alto com uma mulher que apenas o encarava, era como se aquilo não importasse ou fosse muito recorrente. Ela foi a primeira a nos ver, exibiu um sorriso e apontou em nossa direção. O capitão se virou com uma expressão carrancuda, os olhos azuis quase em uma linha e as sombrancelhas franzidas não tocando uma a outra por meros centímetros. Ele viu Ryan e seu rosto suavizou. A mulher, alta como o capitão perdendo por meia cabeça, andou em nossa direção.
- Ryan, querido, demorou dessa vez. Quase partimos sem você.
- Fray, faça o que eu mandei. E dessa vez faça direito.
Ela se virou para o capitão.
- Certo, farei. Mas não vá se sentindo o maioral, lembre que também sou capitão. - ela voltou a nos olhar, mais precisamente, olhar para mim - Você deve ser a nova alma condenada que arrastou outra consigo. É mais baixa que pensei, mas tem o rosto melhor, apesar da sujeira.
- Fray, você não tem que caçar demônios?
Ela olhou para Ryan, a ironia não a tinha atingido.
- Doce, eu estou falando com a menina mestiça. Você parece interessante garota. Eu sempre acerto quanto a isso. Qual o seu nome?
- Maika.
Ela estalou a língua ainda exibindo seu sorriso, então tocou brevemente meu nariz e fez um não com o indicador.
- Mentir é feio. Mas vou fingir que acredito.
Ela piscou um olho.
- Sabe, eu sou muito boa em saber a verdade das pessoas, assim como parte do destino dela. Talvez possamos conversar durante o banho, vou cuidar de meu trabalho rapidinho.
- Fray!
O capitão chamou a atenção dela o que a levou a fazer uma careta.
- Você nunca se cansa de mandar em mim, não é, Than?
- Ande logo!
- Ok. Mas da próxima vez seja maos gentil, sabe que adoro quando é gentil.
Ela piscou mais uma vez para mim e saiu. Capitão se aproximou.
- Estive esperando por seu relatório.
- Eu recebi sua nova missão.
Ryan bateu em meu ombro com uma força um poico exagerada e eu fui um pouco para a frente, bruto  O capitão me dirigiu o olhar enfim.
- Vejo que já começou ela.
- Sim, vai dar trabalho. Em quanto tempo vai colocá-la para agir?
- O quanto antes, mas por enquanto deixo-a contigo. Como foi na terra da Aurora?
- Também foi congelada. Não sei quando, mas foi recente, alguns animais ainda estavam funcionando, mas o resto se foi.
- Alguma pista?
Ryan inspirou profundamente.
- Sim.
- Então?
- Não parece coisa boa. Encontrei resquícios de um círculo mágico. Um de Fair.
O rosto do capitão perdeu a cor, as pupilas dilataram e os ombros tensionaram.
- Estão roubando magia.
Ryan mordeu o lábio inferior e acenou.
- Algo mais?
- Sim. Tem algo... tem algo de estranho por lá. Eu vi rastros de de um lobo na neve, em volta de todo o reino e dentro, por todo lugar, não era natural, qualquer animal que pertencesse a aquele lugar ou que entrasse ali iria congelar, mas ele teve tempo o suficiente para andar por tudo e ainda sair, nem que corresse por todo o percuso isso seria possível.
O capitão permanecia abalado.
- Como tem certeza que foi um lobo?
Perguntei sem pensar, Ryan não pareceu se incomodar.
- Porque eu o vi.
- Mais alguma coisa?
O capitão tinha retomado a consciência.
- Eu andei verificando os padrões novamente e eu encontrei uma possibilidade. Se estiver correto o próximo reino é o do espelho.
O capitão acenou.
- Muito bem, vamos nos mover em três dias, quero que parta assim que estiver preparado. O reino do espelho é o destino.
Ele se virou para sair, mas Ryan o chamou novamente.
- Than, o que eu faço com ela?
- Você decide.
Ele voltou a andar e sumiu entre as tendas. Ryan soltou um longo suspiro enquanto apoiava as mãos nos quadris.
- O que é isso? Como sabe que esse reino é o próximo? E o que o lobo pode ter haver? Eu vou junto? Se vai sair como fica o meu treino?
Ele me envarou e eu me silenciei. Depois de outro suspiro ele se moveu.
- Você confia no seu fogo, incendiária?
Ele estava voltando para a tenda distante dele, me apressei para acompanhá-lo.
- Na verdade, não.
- Ele funciona?
- Estou controlando ele melhor agora.
- Então você vai comigo, não vou morrer de frio naquele reino abandonado.
- Você não pode acender uma fogueira?
- Digamos que eu tive alguns problemas vom alguns senhores do fogo.
- E não pode acender nenhum?
- Basicamente. Quero que prepare suas coisas e tome um banho. Vamos amanhã.
- Está me realmente me levando só para acender uma fogueira?
Ele parou de andar, estávamos na margem das árvores.
- Não, estou te levando porque quero que acenda algumas fogueiras e porque vai ser mais útil indo logo comigo do que ficando aqui e desmontando tendas.
Ele voltou a andar, mas eu permaneci ali. Quem ele pensava que era para me achar inútil? Minha raiva cresceu e senti meu pé esquentar, quando olhei para baixo vi a grama formar um foco de fogo e me apressei em apagar o quanto antes, não queria começar um incêndio em uma floresta, ainda mais uma sem fim.

×××
Estou voltando com uma emxurrada de emoções boas e ruins e totalmente inspirada. O dorama q estou assitindo está me fazendo bem..., apesar de me fazer chorar e viciar. Ah! Esses doramas...

Chegamos a 5 em fantasia!
Gente, vcs são demais!