A dor foi imediata. Esqueci de tudo enquanto sentia minha testa latejar e a dor se expalhar como um terremoto por toda a minha cabeça. Levantei minha cabeça quase chorando, levando as mãos ao epicentro da dor. Me encolhi abaixando a cabeça. Algumas lágrimas rolaram, não tem nada pior que uma batida na cabeça, ainda mais quando a gravidade causa isso. Passadas rápidas e pesadas soaram contra a madeira, as percebi com mais sensibilidade qie nunca.
- Você está bem?
Olhei em diagonal para cima, a máscara de corvo estava bem a minha frente. Funguei e acenei. Provavelmente parecia uma criança.◇•°•◇
Levei a mão à cabeça tocando nos tecidos que a envolviam.
- Vamos encerrar por hoje.
Akira fechou a caixa que tinha os vários potes e gases.
- Não desenfaixe. O creme vai ajudar a curar mais rápido.
Um pequeno arranhão e uma testa inchada era o que eu tinha ganho. Suspirei. Ao menos o enfaixado iria esconder o inchaço que definitivamente era muito vergonhoso.
- Obrigada.
Ele acenou e colocou a caixa de volta ao seu lugar.
- Então... o que eu vou fazer agora?
Ele olhou para cima.
- Caligrafia.
- O quê?
- É o possível por agora.
- Não tem mais nada?
- Talvez prefira fazer os treinos de força?
- Não.
Tinha acabado de ir ao chão, se eu levantasse uma pedra qualquer o mundo giraria rápido demais para mim.
- Caligrafia parece bom.
Ele andou até um armário e o abriu, tirou um punhado de folhas de lá, um potinho e os trouxe para a mesa baixa em que me encontrava. Depois de dispor o papel e o pote de vidro na mesa, se levantou e foi a outro armário, de lá voltou com um pincel de pelo nas mãos e o estendeu para mim.
- É para usar isso? - olhei o pincel - Como vou escrever?
Ele suspirou e parou de estender o pincel para mim, se sentou à minha frente puxou uma folha e pegou o vidro, o abriu e vi que continha tinta preta. Ele mergulhou o pincel na tinta e fez um círculo na folha, um bem grande. Depois me entregou o pincel e aproximou a folha de mim.
- Escreva seu nome aí.
Obedeci. Mergulhei o pincel na tinta e comecei os traços para escrever meu nome. Um traço, mais um e... a tinta acabou. Enxarquei o pincel e o levei à folha. O pincel ficou parado no ar, acima da folha, tinta caiu nela fazendo um pingo imprevisto. Eu estava escrevendo meu nome. Meu nome de verdade. Um T quase certo estava ali, apressada transformei o T em um M e logo escrevia Maika. Eu estava ficando impaciente com o pincel, a tinta sempre acabava muito rápido, mas antes que eu pintasse tudo de preto com raiva, terminei. Akira se levantou e pegou minha folha, não disse nada. Apenas a colocou sobre a mesa mais uma vez e indicou que eu devia continuar. Mergulhei o pincel mais uma vez.×××
Estamos indo um pouco devagar. Por favor, tenham paciência comigo, é que a parte do Akira realmente é importante e preciso deixar tudo claro.
Não acontece muita coisa porque não tem muito o que acontecer mesmo. Por isso vou aproveitar e usar as aulas para explicar umas coisas que ainda não tinham sido expostas.
Por isso(hoje odeio essas duas palavrinhas) prestem atenção nas aulas.
Hehehe
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Cidade de Magia - Contos de Espinhos
FantasyTirya está a caminho da Cidade dos Contos, onde nem todo conto tem um final feliz. Além de ter que suportar um superior de uma personalidade complicada e mais uma vez ficar sozinha ela vai ter que enfrentar os perigos e criaturas da Floresta sem f...