Parada Final

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Eu tinha explicado para Lan todo o plano para voltarmos mais cedo. Ela acenava e dava idéias de ação. Algum tempo depois houve uma parada e tenho quase certeza de que uma pessoa entrou. Depois disso eu dormi.
Acordei com as costas e pescoço doendo, uma luz forte me despertou, abri os olhos e pela janela tive uma visão incrível. Era um túnel verde e muito claro. As plantas formando uma parede, a luz penetrando entre as folhas e dando ao verde mais vida.
- Esse é o túnel verde. Não tiveram criatividade na hora de dar o nome. Vamos passar por mais desses.
Virei o rosto e vi Lan esticar os braços para cima.
- Ainda falta bastante para chegarmos no destino, a Cidade dos contos fica muito isolada.
- Como funciona?
- O quê?
- Esse lugar, esse...plano.
- Ah! Eu não prestei muita atenção nessas aulas, mas aqui foi feito com magia e pelo que sei, magia sempre se apoia em alguma coisa, então deve ser um mundo em cima de outro ou coisa assim.
- Então, ainda estamos na Terra?
Ela pensou um pouco.
- Acho que sim. Não sei. Mas deve ser. Afinal a lua ainda é o que define as transformações dos lobos. Só que aqui é diferente de lá.
- Parece tão grande quando vemos do limite da cidade.
- Só ilusão. As pessoas ficariam desesperadas se se sentissem dentro de uma redoma o tempo todo. As bruxas fizeram assim para parecer não sei com o que, mas deve ter sido com sua... Terra. De qualquer forma não é realmente grande. Se caminhar por um tempo em linha reta logo vai ver que na verdade está voltando. O único jeito de sair de uma Cidade para outra é por trem, eles são encantados. O que liga uma cidade a outra são os túneis verdes e assim vai.
Acenei ainda processando tudo.
Depois de algum tempo fomos para o vagão restaurante e vi que as únicas ali éramos nós, me perguntei onde estava o outro passageiro.
- Lan, quase ninguém viaja para outra Cidade?
- Não.
- Por que?
Ela me encarou.
- Não sei.
Eu olhei para meu pão e ela com seu copo de café.
- Não vai comer?
- Eu não como como você. Eu bebo sangue, esqueceu garota?
Lembrar que eu estava com uma vampira não foi nada agradável.
- Sim, esqueci.
Ela gargalhou.
- Não vai perguntar que sangue eu bebo ou como consigo ou como eu bebo?
Passei a olhar para meu pão.
- Não.
- Você não gosta de vampiros?
Não respondi, levei o pão à boca e o mordi.
- Você tem medo de vampiros?
Ela perguntou muito próxima a mim e eu gelei. Será que ela ia fazer alguma coisa? Eu tinha confiado nela, deve ter sido idiotice e por causa disso podia estar morta em breve e de corpo vazio, sem uma gota de sangue.
Escutei um sorriso alto e enfim olhei para ela. Lan gargalhava tanto que apertava a barriga e seus olhos estavam fechados.
- Isso foi ótimo. Não acredito que tem medo de vampiros. Isso é hilário!
- Não tem graça!
O homem atrás do balcão também sorriu. Ela enxugou algumas lágrimas e olhou para mim ainda sorrindo.
- Você sabia que somos uns dos mais fracos? A diferença é que somos em geral mais inteligentes e é isso que nos torna ameaçadores. Por exemplo...
Ela olhou para o garçom, ele deu de ombros.
- Se você quisesse poderia me queimar todinha e eu nem ia perceber e ia morrer. Mas eu sendo esperta conseguiria fugir antes disso.
O garçom se afastou.
- Você é mais poderosa, mas eu sou mais inteligente. Essa é a diferença. Os vampiros perceberam há muito que a inteligência é uma arma maior que o poder. Por isso caprichamos bastante no estudo. Dominamos todos os tipos de artes humanas e usamos a habilidade da velocidade constantemente, mas na mente. Ganhamos mais tempo para pensar assim.
Fiquei impressionada com aquilo e mais ainda por ela dizer ser fraca.
Lan passou o restante da vaijem me explicando sobre coisas que eu não sabia sobre o lugar. Quais e espécies valorizavam a pureza acima de tudo. Quais Cidades existiam e os perigos delas. Ela falou de coisas que eu não sabia que existiam e coisas que eu sabia, mas não imaginava ser daquele jeito.
Quando o trem parou pela décima vez foi anunciada a estação. Estávamos em nosso destino. Pegamos nossas coisas e descemos. Aquela plataforma estava acabada, ferrugem para todos os lados, bancos quebrados e cobertos por plantas. Uma única pessoa ali, do seu lado um gato preto sentado aos seus pés, um deles batia no chão impacientemente. Soubemos que ele aguardava por nós por seu uniforme, era igual ao dos guardas da Cidade de Magia, mas esse era marrom.
Estávamos na Floresta sem fim.

×××
Olá pessoal!
Hoje quero perguntar algo a vocês.
Eu estou pensando em trabalhar em uma outra história durante as férias e decidi deixar vocês me ajudarem a escolher. O que acham?
No final de cada capítulo estarei deixando um resuminho da sinopse das possíveis escolhas. Depois irei perguntar qual vocês escolheram.

Cidade de Magia - Contos de EspinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora