Laura
-Acordou melhor? Pode ir para escola? -Seis horas da manhã e acordo com a mão leve de Carol checando minha temperatura. -Levanta, levanta, levanta! Hoje eu vou contigo para escola.
-Ai! Sai de cima de mim. Baleia pesa sabia? -Bom, Carol tem o corpo de dá inveja em qualquer um e eu estava feliz de acordar com ela me chamando. Mas ela não precisa saber disso, né? -E quem te convidou para ir comigo mesmo?
-Na real, eu me convidei... Se reclamar eu pesso para assistir aula na sala contigo.
-Eu não estou reclamando de nada. -Levantei da cama, peguei minha toalha e fui tomar banho. -Já volto!
-Já disse que esse teu pijama azul de unicórnios é horrível?. -Esculto ela gritando do quarto.
-Hoje ainda não. -Grito de volta.
Eduarda
Acordei super feliz, estava na esperança de Laura ir para escola hoje. Tomei um banho, vesti a blusa da farda, uma calsa jeans com lavagem mais clara, um tênis vans cinza e fui tomar café com minha vó.
-Bom dia vózinha! -Dei um beijo nela e sentei a mesa.
-Bom dia, Duda minha filha! Que felicidade é essa? E esse cheiro? Tem nome?
-Portinari! A colônia que a senhora me deu mês passado. -Só senti o impacto de algo me atingindo em cheio. -Ai vó! Foi só uma brincadeira.
-Me respeite não para você ver o que lhe acontece.
Tomamos o café juntas e depois eu fui para escola. Faltava muito tempo para bater o sinal, quase vinte minutos. Só tava seu Mário no portão.
-Bom dia seu Mário!
-Bom dia Eduarda!
-Você sabe como a garota está?
-Graças a Deus e a você, ela está bem melhor.
-Ela vem hoje? -Perguntei como quem não quer nada e ele me olhou com um sorriso que me deixou envergonhada. -É só pra falar que a professora deu nota a ela mesmo sem ter apresentado o trabalho.
-Carol, minha filha, foi lá buscar ela... Acho que elas vão vir juntas.
-Ah! Então ta bom. -Sei lá, acho que fiquei com um pouco de ciúmes de outro alguém vir com Laura.
-Olha elas lá! -Seu Mário mostra as garotas vindo em nossa direção e eu começo a soar.
Laura
Depois de tomar banho e escolher uma calça e um tênis legal com ajuda de Carol, vesti tudo incluindo uma blusa de frio e fomos tomar café. Meu pai não estava. Com certeza para evitar de ver Carol, saiu mais cedo que o habitual. Meu pai adorava ela, mas ficou muito decepcionado depois que soube ela é lésbica. Fomos para escola logo em seguida e vi tio Mário conversando com Eduarda perto do portão.
-Bom dia!-Me aproximei deles com Carol a meu lado. -Então Carol essa é a garota que eu te falei... Eduarda!
-Oi... Prazer!-Elas duas se cumprimentaram com um beijo de comadre. -Então você é a famosa Eduarda... A garota que salvou minha irmãzinha? Queremos muito te agradecer e te convidar para jantar hoje lá em casa, né pai?
-É sim... Que tal, Eduarda? Você e sua vó estão mais que convidadas e não aceitamos não como resposta.
-Na real quem tem que agradecer sou eu! Então o jantar é lá em casa. -Falei.
-Não, não, não Laur... Lá em casa mesmo! Seus pais vão também.
-Carol tem razão Laura! Deixa para ser na sua casa outro dia. -Tio Mário tomou a palavra.
-Bom, então hoje umas oito na casa do seu Mário. -Eduarda bateu o martelo invisível. E o sinal toca.
Nos despedimos de Carol e tio Mário seguindo em direção a nossa sala.
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A Breve História De Kelly e Laura
RomanceQuem ama antes do beijo, antes do toque, entende o que é amor de verdade. Mal sabia Kelly Sykes que aos 20 anos apaixonar-se pela primeira vez, ainda mais pela namorada de sua prima seria algo tão doloroso. Laura Mendes, quinze anos. Envolvida em...