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Kelly

Já estava no finzinho da tarde. Já tinha aceitado que Laura não viria mais buscar o celular, até que ouço a campainha. Fui para a saca ver se realmente era ela. Desci as escadas e abri a porta em seguida.
-Oi, Kelly!
-Entra! -Dei passagem para Mariana entrar. -Tudo bem?
-Está sim... Desculpa vir sem avisar.
-Não há problema... Senta!
-Não, obrigada! Não devo demorar. Laura está lá fo... Ops! -Ela coloca a mão na boca interrompendo o fim da frase.
-Ah, é? -Sorri aleatoriamente. -Bom saber!
-Não... Não... Não é Laura, é pai... Pai está lá fora! Pai que está me esperando.
-Se ela veio pedir para você pegar o celular, esquece. Não vou entregar!
-Poxa, Kelly. Não brinca!
-Não estou brincando! -Cruzei os braços me encostando no corre mão da escada. -Só entrego a ela!
-Para, Kelly! Eu não tenho o tempo todo, vai!
-Só entrego a ela, já falei! -Mantive a palavra.
-Af, tudo bem! Eu tenho que ir porque não posso chegar tarde em casa.
-Está bem! -Me aproximei de Mariana e beijei-lhe o rosto. -Avisa a ela!
-Está bem! -Ela sorriu um pouco tímida como sempre e saiu.

Laura

Acabei subindo até a casa de Mariana para pedi-lhe ajuda na recuperação do meu celular. Descemos para a casa de Kelly e enquanto Mari foi pegar meu celular, eu fiquei escondida atrás de uma árvore um pouco distante da casa. Não demorou muito e ela voltou.
-E ai? -Perguntei ansiosa.
-Ela não quis me entregar! -Afirmou Mari. -Disse ela que só entregava a você.
-Desgraçada! -Fiquei chateada.
-Você vai buscar agora? -Perguntou ela. -É que eu não posso demorar!
-Tudo bem! Eu vou te deixar em casa e depois eu volto para buscar.
-Não se preocupe comigo, Laura. Eu vou só mesmo, se quiser ficar é claro!
-Seu pai não brigaria com você chegar só?
-Não!
-Obrigada, Mari. -Agradeci e ela veio me abraçar, retribui beijando o rosto da garota.

Mari já estava bem distante e mais alguns passos ela se encobriria virando a esquina. Pensei em deixar meu celular para lá e voltar para casa. -É isso que devo fazer!

Kelly

Esperei Laura tocar a campainha, mas isso não aconteceu. Acho que ela prefere ficar sem o celular a vir me ver. Subi até o quarto e peguei o celular dela. Iria entregar a alguém, realizando o desejo dela de não me ver mais. Irei concluir minha passagem de volta para minha cidade bem longe daqui, assim que eu voltar. Irei procurar alguém competente para concluir a inauguração da nova filial. Talvez eu indique Hunter para da continuidade por aqui.
-Ai que susto! -Segurei em meu peito assim que vi Laura parada quando abri a porta. -Ai meu coração!
-Desculpa! -Ela veio me ajudar. -Eu não sabia que ia sair. Está tudo bem?
-Sim! Estou meio velha para andar me assustando assim.
-Foi sem querer!
-Tudo bem! -Respirei fundo me recompondo.
-Vim buscar meu celular. -Laura aponta para o aparelho em minha mão.
-Ah! -Entreguei o aparelho a ela. -Eu ia levar. Entra, por favor.
-Não. Era só isso mesmo, obrigada!
-Entra, Lua. Por favor, entra. -Dei passagem.
-está escurecendo e eu não posso chegar tarde!
-Eu te acompanho. Mas fica só cinco minutos, por favor!

Laura

Depois do susto, no levar da conversa, vi que Kelly estava um pouco triste.
-Não sei se é uma boa ideia ficar aqui!
-Só cinco minutos! Será a última vez que vai me ver, prometo!
-O que você vai fazer? -Falei entrando na casa.
-Eu vou embora! -Kelly força um sorriso.
-Por que? -Perguntei com o coração apertado.
-Eu não soube lhe dar com o amor! -Ela continuava sorrindo forçado. -Você tem razão, a gente não pode mais se ver.
-Mas... -Eu não tinha razão, estava com um nó na garganta, o coração apertado, já tinha viciado em ver Kelly todos os dias. Eu sei que isso tudo é clichê, mas o que seria dos bons romances sem clichê? Sem os "Eu Te Amo" repetidos? Sem os abraços apertados? Sem os beijos na boca? As noites de amor? O que vai ser de mim sem a esperança de rever Kelly?

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora