Laura
Já percebi pela voz de Kelly que não viria boas notícias a partir de então.
-O que ele queria? -Perguntei assim que ela guardou o celular no bolso.
-Vou ter que voltar! -Ela voltou a andar em sentido a minha casa.-Então é isso? -Perguntei já abrindo a porta de casa.
-Eu não tenho culpa. Ele é meu patrão!
-Okay! Tchau. -Fechei a porta.
-Laura! -Ela batia. -Laura... Lua!-Ela bateu mais algumas vezes na porta até ficar tudo em silêncio. Olhei pela janela e Kelly não estava mais. Senti um aperto no meu coração, quis chorar, mas me contive.-Laurinha!-Mãe se aproxima e beija minha testa. -E ai?
-Eu falei que ela está viva. Os funcionários do hospital cometeram um erro!
-Ai minha filha, isso é sério?
-Sim.
-Que bom, meu amor. E por que ainda está tristinha?
-Por nada! -Menti. -Só estou cansada.
-Mas antes vai comer alguma coisa! Ah, e é sem escapatória. Vai ter que comer sim. Fiz aquele bolo de cenoura com cobertura de chocolate que você gosta. Vem!
-Ah não mãe. Estou sem fome. Depois eu como, prometo!
-Agora, Laura! -Ela falou, eu baixei a cabeça e fui para a cozinha.
-Mãe, você poderia deixar eu ir no hospital que Eduarda está internada, não era?
-Não. Ela não está internada no hospital da cidade vizinha, minha querida! -Mãe cortava um pedaço do bolo. -Sinto muito, mas se você estiver com esse pensamento de ir viajar...
-Tudo bem!
-Cadê Kelly?
-Deve está arrumando as malas para ir viajar!
-É? Não sabia que ela estava de viagem marcada!
-Não. Ela não estava. O patrão ligou e quer ela lá urgente.
-Hum! Laura, vocês não...-Mãe me encarou concluindo com o olhar a pergunta.
-NÃO!
-Estou confiando em você que se diz tão apaixonada por aquela outra.
-Anram!
-É! Ela também já é mulher feita, deve pensar bem antes de mexer com uma garota de menor.
-Anram!
-Ela é de maior, bem sucedida... É, besteira minha achar isso.
-É besteira sim.
-Além do mais, ela gosta tanto daquela prima.
-Verdade!
-E ela não parece viver essa fasezinha besta de adolescente que quer chamar atenção dos pais.
-ah, mãe. Para vai! Eu nunca tive com Kelly do jeito que você está pensando.
-Tudo bem. Continuem assim! Vou já para o trabalho e você vai ficar com seu Mário.
-Ah não, mãe!
-Ah sim, mãe! -Ela tentou imitar minha voz. -Não quero mais que fique sozinha depois do que seu pai fez.
-A senhora sabe dele?
-Está por ai!
-Nunca imaginei que ele fizesse algo parecido com aquilo! -Fiquei triste ao lembrar do meu pai violento quebrando a casa inteira.
-Já imaginava! Eu escondi muito as maldades do seu pai, acho que isso foi um erro! -Ela sentou do outro lado da mesa e pegou em minhas mãos. -Eu deveria ter te preparado para isso!
-Tudo bem! Já acabei.
-Filha, você não comeu nada!
-Desculpa, eu não consigo! -Levantei e fui para meu quarto.Kelly
Estava arrumando minhas malas quando ouço o bip do celular. Para minha surpresa, era mensagem dona Ângela "Mário, você poderia vir buscar Laura? Ela está um pouco triste. E por favor, faz ela comer alguma coisa. "
Sem dúvida a mensagem veio errada. Mas fiquei bastante preocupada.-Kelly!-Ângela abre a porta para mim. -Entra! Soube que vai voltar.
-Verdade! Amanhã pela manhã. -Falei adentrando na casa. -Desculpa vir sem avisar.
-Não tem problema, querida! Aqui não tem desse tipo de cerimônia. Só não vou poder ficar te fazendo companhia.
-Tudo bem! A demora é pouca, é que eu fui ali na rua de cima e quando estava vindo recebi uma mensagem sua. -Menti. -É indelicadeza da minha parte, já que não era destinada a mim. Mas fiquei bastante preocupada.
-Mensagem para você?
-Isso! Você deve ter mandado errado. -Entreguei o celular a ela.
-Nossa, Kelly. Desculpa, é que eu pedi para seu Mário cuidar dela até eu chegar...
-Entendo! Eu poderia ver ela?
-Eu vou ter que ir agora. Você poderia fazer um favor para mim, minha filha?
-Claro!
-Depois quando vocês conversaram, você poderia acompanhá-la até a casa do seu Mário e pedir para ele fazê-la comer. Bichinha ainda não comeu nada!
-Ah, claro!
-Obrigada! Tchau, Kelly! Se não nos vermos até a amanhã, te desejo uma excelente viagem.
-Obrigada! -Abracei Ângela. -Tchau, Bom trabalho.Laura
Estava debruçada sobre minha cama com o travesseiro cobrindo minha cabeça. Ouvi vagamente a voz de Kelly, mas pensei ser mais umas de minhas loucuras. Já havia acontecido isso várias vezes quando fiquei doente assim que Eduarda sumiu. Ouvia sempre a voz dela, mas quando a procurava, não achava em lugar nenhum.
-Lua! -Novamente ouvi a voz. Dessa vez, mais próxima de mim. -Lua!-Senti o travesseiro sendo puxado.
-Kelly! -Levantei rapidamente, o que me fez ter uma tontura.
-Laura! -Ela me pegou nos braços. -Está tudo bem, meu amor?
-Eu... Eu estou... -Levei minha mão massageando levemente minha testa. -Pode me soltar, estou bem!
-Desculpa! -Kelly me soltou e deu um passo para trás.
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A Breve História De Kelly e Laura
RomanceQuem ama antes do beijo, antes do toque, entende o que é amor de verdade. Mal sabia Kelly Sykes que aos 20 anos apaixonar-se pela primeira vez, ainda mais pela namorada de sua prima seria algo tão doloroso. Laura Mendes, quinze anos. Envolvida em...