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Kelly

Estava no aeroporto me despedindo de todos novamente. Iria para o nordeste! Seis horas de avião, mais duas de carro e enfim iria ver minha amada. Pedi para ninguém falar para ela que eu iria fazer uma surpresa. Todos concordaram em não falar nada para Laura.
...

Como esperado, finzinho de tarde e já estou na entrada da cidade. Fernanda me esperava com a sobrinha. Pedi ajuda a médica, já que eu não sabia com encontrar Laura nessa imensa cidade (Sentiu a ironia?).
-Essa ali é a casa dela! -Falou Mariana apontando para a casa.
-Obrigada! -Sorri para ela que desceu do carro e entro no da tia que vinha logo a trás. Elas foram embora e eu fiquei lá, procurando coragem para chamar a garota.
Buzinei algumas vez e Laura apareceu na porta amarrando os cabelos em um coque.

Laura

Estava sozinha, quando ouvi o som de buzina. Olhei pela janela e tinha um carro parado enfrente a minha casa. Achei o carro parecido com o da vó de Eduarda, mas logo imaginei que seria impossível. O motorista continuava insistindo até que eu decidi sair e ver quem era.
Senti meu coração disparar quando vi Kelly vindo em minha direção. Ela desfilava até mim com um sorriso perfeito e eu tentei acordar. Tentei acordar porque aquilo só podia ser um sonho. Um lindo sonho!
-Oi! -Ela falou.
-Ô.. Ô... I.. Oi.
-Achei que ia ganhar um abraço seu! -Ela sorria, se aproximou, passou as mãos pela minha cintura e cruzou os braços por trás de mim. Foi me apertando e encaixando o corpo dela no meu. Senti o cheiro e o toque dela pela primeira vez. Elevei meus braços até o pescoço dela e retribui o abraço. Senti meus pés sair do chão e o abraço cada vez mais apertado por um tempo, até ela me devolver ao chão. -A meses eu sonho com isso! -Falou perto do meu ouvido e se afastou de mim.
-O que... O que.... Veio fazer aqui?
-Vim te ver! -Meu rosto queimou. -Oh! Ficou vermelhinha!
-Para vai! -Fiquei com mais vergonha ainda. -Fala sério!
-Estou falando!
-Vem! Vamos entrar. -Senti um choque e lembrei de Eduarda ao tocar a mão de Kelly.
-Não vai dá! Tenho que arrumar um lugar para dormir ainda... A casa deve está cheia de poeira!
-Ah, que pena!
-Nós vamos nos ver bastante... Vou passar uns dias aqui!
-Eba! -Sorri.
-Tenho que ir! Beijo?! -Ela me abraçou novamente e beijou meu rosto.

Kelly

Entrei no carro e minha roupa estava com o cheiro de Laura. Assenei um tchauzinho para ela que gentilmente retribuiu. Além do mais soltou um sorriso... Ah, Que sorriso! Fiquei toda boba. Dei a partida e fui embora.
Como esperado, a casa estava toda empoeirada. Tentei arrumar pelo menos o quarto, mas não teve jeito.
-Oi Fernanda! -Liguei para a médica. -Seu convite ainda está de pé?
-Claro que sim! Não vou está em casa por causa do trabalho, mas minha sobrinha vai te esperar para entregar a chave.
-Obrigada! Fico te devendo mais uma.
-Pode deixar. Eu vou cobrar, okay. -Saquei a sacanagem na voz dela e já me arrependi.
-Okay! Estou indo para lá.
-Vou ligar para Mari... Beijo!
Desliguei e voltei para o carro. Cheguei em frente a casa da médica e nada da garota.
-Desculpa a demora! -Mariana chegou depois de dez minutos. -Aqui!
-Obrigada, Mariana!
-Se precisar de mais alguma coisa...
-Preciso... Você estuda mais Laura, não é?
-A alguns anos. -Ela fala. -Mas só agora que estamos mais próximas!
-Hum! Quais os horários vagos dela?
-Antes ela só chegava atrasada... Mas desde a época de Eduarda ela chega dez, quinze minutos antes do sinal bater.
-Vocês estudam de manhã? -Perguntei curiosa.
-Isso! Começa as sete. Nove e quinze temos quinze minutos de intervalo, mas ela não sai da sala! Saímos de onze e meia.
-Qual a sala?
-Curiosa! -Ela sorrir.-Sala de número... Oito! Fica de frente ao portão. Quando entra, você olha lá para o fundo que vai ver.
-Obrigada!
-Tenho que ir!
-É longe? Eu posso ir te deixar!
-Só um pouco! Mas não precisa.
-Imagina! Já está escuro e é perigoso moça bonita andar só a essa hora.
-Bonita!? -Ela sorriu envergonhada. Realmente ela é uma garota bonita, só é meio nerd. Mas é muito bonita!
-Vamos?
Fui deixar a garota na casa dela que fica do outro lado. Não era longe de carro, afinal aqui nada é longe de nada, mas para andar a pé gastaria uns dez minutos. Destino ou não, acabei errando na volta e passei de frente a rua da casa de Laura.

Laura

Estava na janela de casa, adoro ficar lendo livros e vendo as pessoas passar. Novamente o carro da vó de Eduarda passa. Deu ré e voltou.
-Está na hora da bebezinha dormi! -Ela sorria com a mão no volante.
-Já sou mocinha! -Gritei.
-Posso ir até aí?
-Você viu o final de Romeu e Julieta no que deu?
-Prometo não morrer! -Ela desceu do carro e veio até mim. -Sua mãe ainda não chegou?
-Ela trabalha três dias por semana. Fica até tarde para vagar o resto da semana.
-Até tarde, que horas?
-Oito!
-E se eu te levar para lanchar lá na praça?
-Vou ter que perguntar para mãe antes!

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora