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Kelly

"Era uma noite fria, eu saí pra fora e não vi a lua. Sei lá, o clima estava tenso, somente as lágrimas eram minha companhia em um viela escura. Não conseguia ver ninguém o clima estava tenso, eu não me sentia bem. Senti um arrepio, a maldade estava ao meu lado. O celular em meu bolso toca, uma jovem bem desesperada, tropeçando nas palavras diz: -Você vai ter que ser forte. Ela está lá junto a Deus. Vou falar em poucas palavras, morreu..."

Acordei desesperada. A janela batia fazendo um barulho estrondoso. Era o vento invadindo o quarto. Estava frio, mas eu suava. Laura dormia do meu lado. Coloquei ela em meu colo.
-O que foi, Kelly? -Ela falou acordando lentamente em meu colo. -Está chorando?
-Um sonho ruim! -Ela passou a mão em meu rosto, enxugou minhas lágrimas e apertou o corpo dela no meu.
-Sorrir para mim. -Laura pede. -Eu amo seu sorriso!
-Boba! -Sorri e beijei a boca da garota em meu colo. -Te amo!

Laura

Acordei no colo de Kelly. Ela chorava. Queria vê-la sorrindo e pedi. Amo ver o sorriso dela. Amo ouvir a voz dela. No entanto, não posso dizer que a amo também.
-Que horas será? -Pergunta ela se esticando para pegar o celular. -Duas e dez da madrugada! -Ela colocou o celular em minha frente para ver a hora e vi a foto dela e Eduarda na tela de bloqueio. -Quatro mensagens?!
-Nossa que senha difícil!
-Depois eu te ensino! -Ela sorriu. Senti meu coração disparar quando vi o nome do contato da mensagem. Diná. Kelly tirou o celular da minha vista.
-Kelly! -Montei nas pernas ficando de frente pra ela. -Kelly! -Ela me abraçou. -Kelly... O que foi Kelly? -Peguei o celular da mão dela. -Morreu? -Ela balança a cabeça confirmando.

Sai de cima de Kelly e vesti o short que estava jogado no chão. Meu rosto logo estava encharcado de lágrimas e meu coração parecia que ia estourar de tanta dor.

Olhei para Kelly que estava com a cabeça apoiada nos joelhos e soluçando.

Sai do quarto e fui até o de Eduarda. Os desenhos na parede, o cheiro, os livros que ela gostava estava tudo lá.

Várias e várias lembranças me rodeavam. Parecia ter um imenso telão reprisando o que a gente viveu.

Kelly

Eu me sentia perdida, fraca... E cada vez que eu lia as mensagens, era uma porrada maior.
"Meu amor, não tenho boas notícias."
"O médico acabou de sair daqui e infelizmente Eduarda se foi."
"Eu não entendi direito o porquê dele ter dito que ela teve uma parada cardiorrespiratória."
"Kell meu amor. Aguenta firme. Te amo. "

Meu corpo parecia ter várias facas me perfurando de dentro pra fora.
Vó Diná já dizia que quanto mais fraca estivesse, mais usasse o que sentia naquele momento para levantar e caminhar. E tudo o que eu mais sentia naquele momento, sentada naquela cama, era dor.

Laura estava sentada no chão abraçada com o travesseiro de Eduarda.
-Está frio! -Coloquei ela no colo e acomodei-lha na cama.
-Não... Pre... Cisa... Cuidar de mim! -Ela soluçava em meios as palavras. -Seus problemas são bem maiores que os meus.
-Nossos problemas agora são iguais. Estou sofrendo o tanto quanto você. -Sentei na cama de Eduarda e coloquei a cabeça de Laura em meu colo. -Mas eu preciso ficar perto de você para me sentir melhor.

Laura

Kelly fazia carinho em meu cabelo enquanto várias questões surgia em mente.
-E dona Diná?
-Já mandei algumas mensagens, mas ela não responde.
-Será que ela sentiu dor?
-Acho que não. -Kelly se aconchega na cama junto comigo. -Para de pensar nisso e dorme.

-Kelly! -Kelly despertou quando falei uns cinco minutos depois. -Você acha que Diná pode está enganada?
-Vou rezar para que seja isso! -Kelly beija minha testa. -Agora fica quietinha e dorme, meu amor.
-Tá! -Fechei meus olhos. -Kelly! -Olhei para ela, mas ela parecia dormir. Voltei a fechar os olhos.

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora