A Breve História De Kelly e Laura

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Kelly

Acordei cedo para conferir os documentos e chegar a tempo no aeroporto.  Acordei Rick, o motorista que ia me levar. Tomamos café da manhã juntos e ele saiu arrastando a mala, seguido por mim, até o carro.
-O que esse bando faz aqui? Vieram para ajudar a empurrar o avião?
-Queremos carona! -Hunter falou.
-Pois é Kelly! Vocês nos levam? -Carol.
-Claro bonitinha! Só tenho que encaixar essa mala. -Rick destravou o carro.
-O banco da frente é meu. -Corri, mas Hunter foi mais rápido.
-Ah amadinha....-Ele sentou como se fosse a primeira dama ao lado de Rick. -Se eu for atrás vai ficar muito apertado.
-Desgraçado! -Sentei ao lado de Carol e Taís. -Acelera essa bagaça que eu não quero perder o vôo.
Com a velocidade de Rick competindo com lesma, chegamos ao aeroporto...
-Com Kelly reclamando o caminho todo...
-Cala-te que a narração não é tua. Continuando... 
Chegamos ao aeroporto faltando poucos minutos antes de anunciar o vôo. Fiz o check-in e me despedi de todos. Em alguns minutos já estava no avião voando para Inglaterra.

Laura

Acabei dormindo sozinha no hospital e eu fiquei bem mais tranquila quando doutora Fernanda conseguiu por milagre convencer mãe a ir dormi em casa, já que ela iria passar a noite em um lugar bem mais confortável que aqui.
Agora a pouco minha mãe chegou para me levar e como da última vez que estive aqui, a médica foi nos deixar em casa. 
-Hoje está tudo pronto! Toma café com a gente? -Mãe perguntou direcionada a médica.
-Mas é claro! -Fernanda desceu do carro.
- Então vamos!
-E a senhorita?  -Fernanda colocou um dos braços em meu ombro.
-Eu o que?
-Comer? 
-Vocês vão fazendo isso!  Estou sem fome.
-É o que? -Mãe gritou já servindo o café. -Nem que eu enfie guela a baixo, mas vai comer.
-Eu ajudo. -Fernanda levantou a mão.
-Traidora. -Falei em tom de brincadeira no ouvido da médica.
-Que bom que todos aqui com cordão que por livre e espontânea vontade, Laura que vai comer.

Kelly

A horas dentro do avião, cada segundo eu me aproximava mais da minha prima e por ironia me afastava cada vez mais de Laura. A vida deveria facilitar em algumas coisas, por exemplo, não canso de indagar o porquê não eu no lugar de Eduarda? Será que Eduarda vai sair dessa?  E Laura?
Iludi tanto a vida em vinte anos, que agora o tapa, a rasteira, a surra, o espancamento que ela tá me dando, vai ficar doendo para as próximas vidas.  Vocês podem está achando que é drama,  mas eu não escrevo aqui um por cento de todo o meu sofrimento.
A horas dentro do avião de olhos vidrados para o nada e o cansaço já me corrói. Tento por varias vezes dormir, mas parecia que há um balde de terra dentro dos meus olhos. 

Laura

Já faz um bom tempo que a médica foi embora e se quiseres saber, já estou com saudades. Com ela aqui eu posso conversar, minha mãe fica gentil comigo. Mas agora estou aqui no quarto vendo bobagens no Facebook e pelo horário, já faz um bom tempo que Kelly está viajando.
Queria que ela ficasse online para conversar comigo.

Kelly

Até que eu consegui apagar agora a pouco, mas uma pequena turbulência acabou me acordando. A aeromoça vem passando como o carrinho entregando o almoço, que pela hora deve ser jantar. Mas pela fome que eu estou, pode chamar de rango que eu estou comendo.
-Aqui, senhorita! -A aeromoça serviu um prato.
-Obrigada! -Agradeci educadamente. Assim que ela passou para entregar os demais eu ataquei ferozmente o meu prato. 

Laura

A horas mexendo nesse bendito celular e nenhuma mensagem de Carol ou Hunter. Acho que eles, mesmo trabalhando muito como dizem, deveriam mandar um oi de vez enquando, falar se estão bem . Porém não aparece nada. Nenhum fica online e para perguntar a tio Mário sobre a filha eu não vou. Já sei a resposta que ele vai dá mesmo.