Laura
-Vamos ficar o dia todo aqui? -Carol pergunta.
-Que horas são?
-Dez e vinte. Que tal ir-mos ao parque?
-Melhor não...
-Vamos?
-Tô cansada.
-Isso é tédio. Vem?-Ela pega uma mochila e me puxa até a cozinha.
Carol coloca algumas frutas na mochila e passamos em casa para avisar a mãe e pegar meu celular que ficou carregando. Liguei o aparelho e várias mensagens chegaram.
-Hum! Já até imagino de quem é.
-Não é nada demais. Vamos logo antes que eu desista de ir.
Andamos uns dez minutos até chegar no parque. Sentamos perto da árvore, aproveitando a sombra e ficamos jogando pedras no rio.
-Foi aqui seu primeiro beijo, né?
-Foi. E sua namorada?
-Não muda de assunto, doninha!
-Só queria saber, uai!
-Olha! Vamos ter companhia. Eduarda e Hunter se aproximam por sua esquerda. -Carol ria.
-Não brinca.
-Tô brincando não. Oi. -Carol se levanta.
Eduarda
Chegamos no parque e o americano queria ir na árvore que eu tinha falado várias vezes para ele. Não acreditei quando vi Laura e Carol sentadas próximo a ela. Nos aproximamos delas e só Carol levantou para nos receber. Cumprimentei-lha e sentei perto de Laura enquanto Hunter e Carol se afastavam.
-Oi? -Tentei beijar o rosto dela que se afastou rapidamente.
-Oi!
-Tudo bem? Por que não respondeu nenhuma mensagem?
-Não tinha visto. -Ela olhava pra todos os lados, menos para mim. -Não uso muito celular.
-Por que tá tão nervosa?
-Eu não estou nervosa. -Ela levanta.-Carol, vem cá!
-Oi. -Carol se aproxima.
-Eu já vou. Vai comigo?
-Mas... -Carol me olha. -Não. Eu tenho algo para mostrar pra Hunter ainda.
-Tudo bem, tchau! -Laura se afasta. Parecia irritada com resposta da amiga.
-Vai... -Carol dá um chute de leve em mim. -Pai não tá em casa uma hora dessa. Toma a chave.
-Sério? Valeu heim. -Levantei em um pulo e sai, tentando ir o mais rápido possível.
Laura
Sai com muita raiva de Carol por ter preferido ficar com o tal Hunter e por saber que pai vai me deixar de castigo quando me ver chegar sozinha em casa. Ouvi uns passos vindo em minha direção e eu pensei em mil coisas ruins. Aumentei os passos, não tive coragem de olhar para trás. Estava com muito medo. Comecei a correr. Faltava duas ruas para chegar em casa e não via ninguém para me ajudar, continuei correndo. Já estava chegando perto da minha casa quando alguém me segurou por trás.
-Socorro! -Tentei gritar, mas estava com tanto medo que minha voz falhou. Me encolhi e chorei.
-Laura! Luara, sou eu. Olha pra mim? -Ouvi a voz de Eduarda. Abracei-lha. -Desculpa meu amor?
-Era você? -Empurrei Eduarda e tentei enxugar as lágrimas.
-Não queria te assustar. Me desculpa? -Ela se aproxima novamente e eu me afasto. -Tudo bem. Vou te deixar em casa.
-Como? Se meu pai me ver assim...
-Tou com a chave da casa de Carol.-Ela mostra um amontoado de chaves.
Eduarda
Fiquei muito mal por ter assustado Laura, por ter feito ela chorar. Chegamos em frente a casa de Carol e Laura ainda estava assustada e eu estava muito envergonhada pelo que fiz. Fui a cozinha e peguei um copo d'água com açúcar.
-Bebe. -Entreguei e ela bebeu. -Eu não queria te assustar.
-Tudo bem, passou. -Ela senta no sofá. -Como conseguiu a chave?
-Carol me entregou assim que você saiu. -fiquei de cócoras frente a ela. -Acho que temos um cupido!
-Vou cortar as asinhas de alguém ainda hoje. -ri-mos. -Eduarda...
-Sobre ontem? -Nos encaramos por um instante.
-Eu não sou lésbica... Entende isso!
-Eu estou apaixonada por você. Entende isso! -Me levantei e sentei no colo dela que ficou sem reação. -Eu te amo.
-Mas... -Ela ia falar algo que interrompi com um beijo.
-Não tenho muito tempo para desperdiçar conversando.
-Como assim? -Ela me olhou confusa. -Não é a primeira vez que fala isso.
-Não é nada. -Tentei sorrir para disfarçar o quanto aquela frase tinha sido falada em um momento impróprio.
-Não me beija mais. -Ela me coloca sentada no sofá e fica em pé.
-Porquê? Você não gosta de mim? Não sente nada quando me beija? -Levanto também e fico por trás dela.
-Não... Não é isso... Eu... -Ela se vira e me beija.
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A Breve História De Kelly e Laura
RomanceQuem ama antes do beijo, antes do toque, entende o que é amor de verdade. Mal sabia Kelly Sykes que aos 20 anos apaixonar-se pela primeira vez, ainda mais pela namorada de sua prima seria algo tão doloroso. Laura Mendes, quinze anos. Envolvida em...