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Laura

Acabei entrando sozinha na casa onde Kelly estava depois de Carol ter me abandonado. Pensei em desistir várias vezes, mas afinal, era só um pedido de desculpas.
Cidade tranquila, todo mundo confia em todo mundo, deixam as portas abertas e esses garotos não são diferentes.
-Okay, Laura. Coragem! -Comecei a subir as escadas e quando cheguei perto da porta, entrei fazendo o mínimo de barulho possível e sentei em uma cadeira. 
Kelly dormia toda embolada nos lençóis, com a cara enfiada no travesseiro, apertando contra seu próprio peito, que descia e subia ritmadamente, os cabelos negros bagunçados escorriam fazendo um lindo contraste no travesseiro branco.
Estava diante de mim, com toda certeza, a cena mais linda que eu já havia visto.
-Ai Lau... Vai Laura...  Vai.
-Como é? Está me usando nos seus sonhos sem vergonha?

Kelly

"Laura em pé a minha frente, tirava a roupa para mim. Ela mais uma vez ia ser minha. Meu corpo tremia de desejo. Já nua, girava o corpo vindo em minha direção, me beijando em seguida. As mãos sem vergonhas, percorriam meu corpo, enquanto nossas línguas dançavam.
-Ai Lau. -As mãos delas massageava minha abertura. -Vai Laura. -Implorava para ela enfiar os dedos em mim. -Vai... -Ela sorriu maliciosa e quando eu ia sentindo o prazer..."

-Socorro! -Acordei sufocada. Laura estava de joelhos na cama com um travesseiro nas mãos.  -Quer me matar, garota?
-Tarada! Ai que raiva, Kelly!
-O que eu fiz?
-I qui i fizi? -Ela jogou o travesseiro em mim. -Sem vergonha, cachorra, safada... -Cada palavra, era uma travesseirada. -Tarada, bandida...
-Para! Laura... Para... -Eu tentava desarma-la, até que ela desequilibra e cai sobre mim. -Arrarrarrarrai. Ai, ai, ai.
-Desculpa! Eu não deveria ter vindo. -Laura saiu de cima de mim, ajeitou os cabelos e ia saindo do quarto. Tinha poucos segundos para impedi-la de ir.
-Socorro! -Me joguei e cai com tudo no chão.
-Kelly! -Ela voltou correndo e eu fiz drama, é claro! -Calma... Vem... Se apóia em mim.
-Ai, dói... Dói muito... Ai, ai, ai!
-Por que você fez isso? Quer se suicidar é? -Ela tentava me levantar e eu aumentava o peso do meu corpo para ela não conseguir. -Vem, Kelly! Levanta.
-Tá tudo dodói! -Puxei ela que novamente caiu por cima de mim. Dessa vez, estávamos no chão, Laura montada sobre minha barriga, desviando o olhar do meu, fingindo não querer me ver e isso durou exatamente vinte segundos. Tempo suficiente para eu ficar completamente louca por ela. -Te amo!

Laura.

Meu coração acelerou, era estranho, só sentia isso com ela, um sentimento completamente diferente.
-Também te... -Coloquei a mão na boca imediatamente tentando apagar o que eu havia acabado de falar ou não deixar nenhuma palavra a mais sair sem permissão.
Kelly tirou minhas mãos da boca e me puxou. Fui me curvando lentamente até encostar nossos lábios. E eu, em meio aquele beijo, pude mais uma vez confirmar o que era inegável: Eu estava completamente apaixonada por Kelly. 
Tudo acontecia como nos filmes de romance de príncipes e princesas, onde na hora do beijo fica em câmera lenta.  Mas de repente...
-Não é por nada não, mas o que é isso? -Peguei um negócio duro que estava debaixo da cama.
-Não acredito! -Kelly colocou as mãos no rosto. -Que vergonha!

Kelly

Estava Laura e eu na maior cena de romance quando de repente, parecia que o CD do filme estava arranhado na melhor parte. Ela estava segurando meu "brinquedinho" preferido e eu fiquei vermelha. Procurava mentalmente um buraco para enfiar minha cabeça e nunca mais sair de lá.
-Eu tinha perdido! -Peguei das mãos dela e escondi no bolso do short de Hunter que eu ainda estava vestida.
-Fala o que é, por favor.
-Não! Esquece que viu isso.
-Diz vai, Kelly. -Laura fazia charme. -Diz o que é.
-Deixe de ser curiosa.
-Diz, vai. -Laura saiu de cima de mim e deitou a meu lado. -Por favor! -Ela passava a mão na minha perna e eu imediatamente tirei. -Ah, Kelly!
-Não! -Passei a mão sobre a cama e encontrei o travesseiro.
-Vai, Kelly! -Dividimos o travesseiro para nós duas. -Vai Kelzinha. Deixa eu ver de novo!
-Não.
-Por favorzinho.
-Não.
-Af! Chata. -Ela se virou de costas para mim e eu aproveitei pra esconder o "brinquedinho" sob o colchão da cama.
-Lua.
-Só volta a falar comigo quando for pra dizer o que é.

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora