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Kelly

Como prometido, ajudei Rick nas finanças e distribuição dos pagamento dos funcionários. Apesar do desfalque por bancar minha viagem, as vendas mais uma vez cobriu tudo direitinho como esperado.
-Então, Rick... É que eu vou ter que viajar novamente! -Falei me escondendo atrás da mesinha do escritório.
-Como é? -Ele gritou do outro lado. -Não, não e não! Estou pensando em abrir mais uma filial e vou precisar da sua ajuda.
-Filial?-Perguntei surpresa. -Mais uma?
-Sim!
-Numa crise dessas?
-Mesmo nessa crise!
-Não sei se é uma boa ideia! Mas fala o que pretende.
-Assim, oh... Há algumas empresas decretando falência, certo? 
-Certo! 
-Então o que eu pensei...-Ele organizava um amontoado de papéis. -Eu compro um ponto mais barato do que o preço de mercado.
-Sei... Desdobrar para quem não entrar em falência ser nós! Mas pensando bem... 
-É uma excelente idéia... Nossa mercadoria é vendável mesmo em tempos de crise...
-Okay, Rick! Onde abrir uma nova filial? -Encostei na mesa e cruzei os braços esperando a resposta.
-Onde tiver um galpão em bom estado e super barato! -Ele colocou uns papéis em uma pasta. -Já escalei Hunter para fazer algumas pesquisas.
-Entre! -Falei ao ouvir algumas batidas na porta.
-Licença, chefinhos!  -Hunter entrou. -Fiz o que o senhor pediu!
-Hum, senhor? -Ri com a formalidade do rapaz e ele me deu língua.
-Como estava dizendo...-Ele começou a mostrar algumas fotos a Rick e eu me aproximei do "casal" para ver também. -Esse aqui é no Rio de Janeiro... Por trás das fotos, estão os preços sugerido pelos donos e mais algumas informações.
-Obrigado, Hunter. -Rick falou olhando foto por foto e quando chegou em uma específica, eu surtei.
-Esse... Esse...  Compra esse!
-Seja mais profissional, Kelly Sykes! -Rick tomou a foto das minhas mãos. -É bem bacana mesmo.
-É excelente! -Falei. -Faço questão de negociar tudo pessoalmente.
-Esse é o número do dono? -Rick apontou para um número.
-Isso! -Hunter. -Tem mais algumas fotos na internet e parece ser o melhor até agora. Sem falar que o preço está razoável. Pena é a distância!
-Mesmo lá que eu não me impor de ir...  -Peguei a foto de volta. -Deixa vai Rick.
-Calma, criança! Eu vou conversar com o dono e se por ventura eu ver que é realmente um bom negócio, eu te mando para lá.
-Faz isso rápido! Eu nunca te botaria em uma enrascada!
-Vou fazer isso ainda hoje! 

Laura

Cheguei da escola e meus pais, mais uma vez estavam brigando. Ouvi as vozes alteradas ainda do lado de fora. Pensei em voltar e ficar no banco da praça até eles se acalmarem, mas no fim iria sobrar para mim. Abri a porta, tentando fazer o mínimo de barulho possível e quando tentei adentrar na casa, tropecei em algumas malas que estavam próximo da entrada. Eles me olharam assustados.
-Desculpa! -Baixei a cabeça e dei alguns passos em direção a meu quarto.
-Filha... -Mãe falou e eu parei. -Lembra daquela conversa que tivemos naquele dia que eu e seu pai não estávamos bem? 
-Lembro! Não se preocupe comigo. Já espera que isso fosse acontecer.
Fui para meu quarto e chorei por horas, até minha mãe aparecer com um sanduíche e um copo com suco.
-Trouxe para você....-Ela colocou tudo em cima do criado-mudo. -Seu pai já foi embora!
-Certo! 
-Come para não ficar doente novamente!
-Deixa ai.
-Laura, minha filha... -Senti uma parte do colchão afundar com o peso dela.-Seu pai nunca vai deixar de ser seu pai mesmo com a nossa separação! A gente não vivia bem e descobrir que ele tem outra,  foi o estopim! -Senti ela puxar o lençol que cobria meu rosto. -Você vai ter um irmãozinho! 
-Como assim? -Sentei de repente na cama. -Quem vai ter um bebê? A outra? -Mãe sorriu para mim e levantou-se. -Fala!
-Depois, quando comer, eu te conto. -Ela saiu do quarto e eu comi todo o sanduíche que ela tinha trazido para mim.
-Aqui! -Cheguei a cozinha com o prato e o copo vazio. -Quem é a outra do papai?  É daqui?
-Acho que é uma colega da empresa!
-Será que ele vai deixar eu conhecer o bebezinho? -Perguntei já aceitando que a mãe do bebê seria a outra do papai.
-Pode ter certeza que sim!
-Ele está com tanta raiva de mim!
-Mas eu não estou! -Ela sorriu novamente.-Vai pensando em um nome para meu bebê.-Ela passou a mão na barriga.
-Sério? -Meus olhos encheram de lágrimas com tanta felicidade.
-Não vai me dá nenhum abraço? -Ela abriu os braços e eu corri. -Você queria tanto, não era? 
-Vou cuidar muito dele...
-Ou dela...  Vou precisar muito de sua ajuda, já que o pai...
-Pode deixar, mãe!

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora