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Kelly

-Que história é essa de hospital? -Rick estava com a sobrancelha elevada e de braços cruzados. Já vi que não poderia mentir para ele.

-Tou com fome!

-O jantar já está pronto. Agora me diz!

-Dizer o que?

-Não se faça de boba, senhorita.

-Tudo bem! Falei para ela que amanhã levaria o celular pra ela ver Eduarda.

-Hum! Que mais?

-Eu não sei o que fazer. -Me joguei na cama.

-Você vai ter que falar para ela. -Ele senta na cama. -Você não vai ter como esconder isso por muito tempo.

-Tá certo. -Sentei na cama ao lado de Rick. -Vou ligar para ela.

-Sinto muito. Mas não tem outra escolha.

-Okay! -Peguei o celular, coloquei a senha e procurei nos contatos o numero dela. -Mas não vou conseguir ver o rostinho dela triste.

-Vou te deixar só. -Ele se levanta e sai do quarto.  Fiquei alguns segundos olhando para o contato e procurando a coragem que estava muito bem escondida dentro de mim. Se é  que ela existe.

Laura

Depois de encerrar a ligação com Kelly, tentei falar com Carol. Mas ela não estava online. Ela deve está com a namorada. Deixei o celular de lado e peguei um livro. Não demorou muito e o celular me interrompeu. Era uma chamada, de início pensei ser Carol, mas era o número de Eduarda. Kelly, já que ela quem está com o celular de minha namorada. Chamou, mas no mesmo instante desligou. Chamou novamente e antes de conseguir atender, novamente a ligação foi interrompida. Esperei mais um pouco de olho para não perder a próxima ligação.

-Alô! -Falei assim que atendi antes de completar o primeiro toque. 

-Laura. É a kelly novamente. -A voz dela parecia embaçada.

-Oi Kelly! Que bom que ligou.

-É que eu tenho que te falar... É sobre Eduarda...

-Pode falar. -Meu coração começou a palpitar anormal, tentei me controlar, mas eu já chorava. A ligação caiu.  -Kelly... Kelly.

Kelly

Desliguei o celular e desci a escada da casa de Rick correndo.  Ele estava debruçado no sofá.

-Rick... Rick... Ela estava chorando Rick! Eu não consegui falar. -O celular em minha mão tocava. 

-Eu sei que não é fácil. -Ele se levantou e me abraçou. -Mas você vai ter que falar a verdade.

-Eu não consigo!

-Calma tá! Você vai conseguir sim. Você é a garota mais desenrolada que eu conheço. -Ele se afasta um pouco para me olhar. -Tenta novamente!

-Eu não consigo.... Você poderia fazer isso por mim?

-Poderia... Mas é de você que ela precisa ouvir.

-Tudo bem! -Me afastei dele e voltei a subir a escada. -Vamos Kelly Sykes!-Cheguei no quarto e o celular ainda tocava. Desliguei, tomei um pouco d'água quem tinha em uma jarra, encarei o celular e fiz uma chamada de vídeo.

-Kelly, fala pra mim o que aconteceu. Fala pra mim que Eduarda está bem. -A garota do outro lado da tela chorava.

-Ela... Não chora por favor.

-Desculpa!-Ela tentou enxugar as lágrimas. -Agora eu imagino! Ela não está doente como você disse antes. Ela pediu para você mentir.

-Oi? Como assim?

-Ela não quer mais voltar... Ela não tem ninguém aqui... Ela não me ama... Ela mentia para mim. Não é isso?

-Não!

-Pode falar a verdade... -Ela continuava tentando fazer com que as lágrimas parasse de cair. -Ela não me ama e pediu para você falar que ela estava no hospital. Ela mentia para mim esse tempo todo.

-Talvez seja isso! -Tentei segurar minhas lágrimas ao vê-la chorar. -Talvez ela te ame. Mas ela vai passar mais tempo aqui do ela imaginava.

De repente a ligação foi encerrada. -Acho que é melhor assim. - Desliguei o celular de Eduarda, fui até onde Rick estava. 

-Ricardo, guarda esse celular. -Entreguei o aparelho a ele. -Só me devolve quando Eduarda estiver de volta.

-Você conseguiu falar com ela?

-Pede pra Hunter, Thais e a namorada vir aqui urgente.

-Kelly?

-Por favor? Me liga quando todos estiverem aqui? -Sai da casa sem rumo.  Precisava andar um pouco pela cidade.

-Olha, olha... Quem procura sempre acha! -Beatriz apareceu em minha frente. Já tinha andado alguns quarteirões.

-Hoje não! -Passei por ela irritada.

-Isso quem decide sou eu. -Ela pegou em meu braço, me fazendo parar imediatamente. -Qual é meu amor? Só queria te falar que sinto muito por sua prima.

-Não ouse em falar da minha prima! -Puxei meu braço e voltei a caminhar.

-Que bom que terminou com aquela modelozinha. -Ela andava lado a lado comigo, como sempre com o sorriso maléfico estampado. -Já estava providenciando isso. Mas você facilitou bastante.

-Qual é a sua? -Parei de frente com ela. -O que quer de mim? Espero que não seja que eu te assuma como minha namorada.

-Quero você! É algo de outras vidas. Está marcado. Você deve ficar comigo.

-Está para nascer a pessoa com quem eu vou me amarrar! -O celular tocou, era Ricardo. -Agora me deixa em paz.

-Vou te deixar porque eu sei que está nervosa por sua prima... Mas não ouse em namorar outro alguém além de mim.-Ela aumentou os passos. -Você é minha Kelly Sykes.

-Táxi! -O carro parou. -Oi Rick... Segue para o centro pelo caminho mais longe, sempre olhado se não tem ninguém nos seguindo. Já estão todos aí, Rick?

-Sim! O que aconteceu?

-A louca de Beatriz novamente!  Você pode me esperar na porta com dinheiro?

-Pede para o motorista buzinar, okay?

-Até já.

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora