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Kelly

No meio da tarde, sai da casa de Rick, peguei um táxi e minutos depois estava em frente a casa dos meus pais.  Olhei alguns minutos para a porta implorando para Eduarda sair correndo lá de dentro. Mas isso não aconteceu. Eduarda estava na Inglaterra, lugar que planejava ir no aniversário de dezoito anos dela.  Era um plano nosso.

-Oh Kelly... Por que as minhas amigas ficam dizendo que eu sou inglesa?-Minha irmã apareceu não imagino de onde.

-Inglesa? Ah! Eu acho que é por causa do seu sobrenome Sykes. Mas não é inglesa, somos descendentes de britânicos.

-Por que?

-É uma história bem bonita que o papai conta.  Vamos ver se ele pode te explicar?

-Vamos!-Ela saiu me arrastando até a onde papai estava.

-Pai... Explica para ela o por que de Sykes.

-Claro... Sentem as duas ai...-Papai abre espaço no sofá. -Sua vó é de uma cidade da Inglaterra chamada Sheffield... E quando ela casou com o meu pai, eles foram obrigados a vir para cá. Eu já era nascido... Tinha alguns mesês de vida só.  Então eu também sou britânico.

-Mas a mãe de Eduarda é brasileiro igual nós duas. -Falei.

-Como assim o papai é estrangeiro e a irmã dele é brasileira? -Minha irmã pergunta curiosa.

-Quando mãe e pai vieram para o brasil eu só tinha um ano de idade...-Meu pai continua. - Sua tia veio nascer dez anos depois de mim, já quando moravamos aqui.

-E papai tem quantos anos?

-Quarenta e dois.

-Então a titia que eu não conheço só tem trinta e dois anos? E Eduarda já tem dezesseis. Hum! Confuso.

-A mãe de Eduarda teve ela com dezesseis anos.  -Falei. -Dezesseis de quando ela ficou gravida mais dezesseis de Duda igual a trinta e dois.

-E papai teve eu com quantos anos?

-Eu tinha tinta e dois anos e de sua irmã eu só tinha vinte e dois.

-O senhor se arrepende de ter filhos? -Minha irmã pergunta. 

-De mim ele não se arrepende não. Só de você. -Falei.

-Ah! Mas se papai soubesse que a filha era você ele teria esperado mais um pouco.

-Não comecem! -Papai tentava segurar o riso. -Eu não me arrependo. Vocês duas são os meus tesouros. Tudo o que eu tenho de mais precioso.

-Oh! -Eu e minha irmã abraçamos papai.

-Quero abraço gostoso também! -Mãe se aproxima. 

Fomos interrompidos pelo celular de pai tocando. Era minha vó. Eduarda seria operada as oito horas da noite.

Laura

Estava tudo muito estranho. Parecia que todos queriam esconder algo de mim. Falei com Hanter e ele só respondia, não tivemos uma conversa espontânea, um diálogo agradável como sempre foi. Carol perguntou se eu sabia de Eduarda e quando eu falei que ela estava internada com a garganta inflamada, ela logo mudou de assunto. Fora que pareceu que a prima dela estava mentindo pra mim.

Kelly

-Onde você estava? -Rick pergunta assim que eu fechei a porta. Ele me esperava de braços cruzados. 

-Na casa de pai!

-Tentei te ligar. Fiquei um pouco preoculpado quando cheguei e você não estava.

-Descarregou! -Mostrei o celular, dei um beijo nele e subi para meu quarto.

Peguei o celular de Eduarda. Na galeria tinha muitas fotos e vídeos dela e a namorada.  Não me cansava de ver. As vezes minha mente me permitia ficar no lugar de Eduarda. Mas hoje eu me sentia mal com meus pensamentos. Eles não deveriam ser assim. Minha prima estava em uma mesa cirúrgica e tudo o que eu queria era beijar a namorada dela.

-Ô... Oi... Oi Laura. -O celular começou a tocar de repente e com o susto atendi sem querer.

-Está assustada? -Laura estava do outro lado da tela.

-Não... Imagina... Eu assustada? Não. Eu não.

-É o que parece! Mas tudo bem... Eu queria um favor seu.

-Um favor meu? O que pode ser?

-Eu quero que você leve o celular até o hospital e deixe eu ver Eduarda.

-No hospital?

Laura

Já eram umas oito e meia. Eu precisava ver minha namorada. Bom, eu sabia que hoje seria impossível. Mas eu tinha que pedir pra a prima levar o celular para o hospital assim que desse e eu queria falar com Kelly novamente também. Por sorte ela atendeu.

-No hospital?

-Sim. Por favor!

-Então... Não vai dá... Acabou o horário de visita.

-Amanhã. Amanhã você faz isso para mim? Por favor.

-Mas... Tudo bem. Amanhã!

-Sério? Eu vou ficar conectada o dia inteiro.  Eu esperarei.

-Okay meu amor.

-Amor?

-Amor? Não, não... Amor sem nenhuma maldade. Desculpa.

- Tudo bem.

-Acho melhor eu desligar.

-Oi! -Um rapaz apareceu por trás de Kelly. -Sou o Rick. Deve ser a Laura, certo?

-Sim. Eu mesma! Já ouviu falar de mim?

-Você não imagina o quanto.-Ele se aproximou mais da tela. - Realmente é muito bonita.

-Quem? Eu? Imagina. Fiquei sem jeito. Você é modelo?

-Modelo? -Ele rir. Claramente ele era gay. -Sou empresário.

-Ah! Então você é o patrão de Hunter e Thais.

-Isso! Bom. Foi um prazer te ver. Tinha muita vontade que esse momento chegasse logo.

-Tomara que não tenha se assustado... Ou se decepcionado.

-Impossível! Você é uma deusa. Bem que o quanto eu já ouvi falar de você... É como se eu já te conheceste a tempos.

-Tomara que seja de bem.

-Pode acreditar... Vamos Kell?

-Vamos sim... Amanhã eu levo o celular ao hospital.

-Até amanhã então. Beijo!

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora