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Laura

-Filha!- Mãe bateu na porta. Estranhei já que mãe nunca me acordava. -Filha, acorda!

-Oi mãe. -Levantei em um pulo quando imaginei ser notícias de Eduarda. -Alguma novidade?

-Você que não acordou para ir a escola. -Olhei ao redor e o quarto estava claro pelo sol que invadia. -Não vai hoje?

-Que horas são? -Peguei o celular e ele não ligou. -Descarregado!

-Então foi isso? Ainda dá para chegar para a terceira aula.

-Terceira? -Voltei para a cama. -Vou mais não! Não tem nenhuma prova hoje mesmo.

-Tudo bem querida. -Mãe sai e bate a porta.

Coloquei meu celular para carregar e já eram 7:52AM. Fiquei deitada por um longo tempo até sentir fome.  Fui a cozinha e minha mãe estava mexendo em umas coisas por lá.  Tomei meu café e mãe continuava andando de lá para cá sempre com alguma coisa na mão.

-Mãe!

-Sim!

-Eu posso ir ao hospital agora de manhã?

-Melhor não, minha filha. -Ela para e me olha. -Tenho que fazer o almoço e não posso te levar, né?

-Ah mãe! Eu tenho 15 anos já, né? -Dei um sorrisinho para aliviar o clima e continuar. -Eu posso ir só. Não é nem 15 minutos daqui lá.

-Não sei, minha querida. Seu pai não vai gostar de saber disso. -Meus pais são super protetores em questão de me deixar sair sozinha porque alguém tentou me sequestrar quando tinha uns 10 anos.

-Nossa, mãe... Eu vou todos os dias sozinha para escola e o hospital não é tão longe de lá. E outra, já sei me cuidar, tá bom?

-Tudo bem! Mas quando chegar lá me liga e quando estiver saido de lá me liga de novo. -Revirei os olhos, mas aceitei. -Ligação! Não quero mensagem.

Voltei para meu quarto e coloquei uma roupa que eu adorava, era uma blusa preta com umas flores que formavam uma caveira e um short jeans desfiado, uma tênis e alguns acessórios. Me despedi de mãe e fui. 

Procurei por dona Diná e não consegui encontra-la. Fui até o vidro para ver Eduarda e ela não estava mais lá.

-Oi mocinha! -Uma mulher se aproximou. Era bem bonita e achei um pouco exagerado a cor do batom para o lugar e a hora, mas tudo bem.  -Está aqui para ver Eduarda Sykes?

-Sim. Você sabe dela?

-Sou a médica plantonista do turno da noite e responsável pelo caso. -Estranhei ela não está de jaleco ou algum crachá. -Ela já está no quarto 26. Virando a direita no fim do corredor.

Kell

Acordei com minha vó batendo em algumas coisas no andar de baixo e eu levantei, me vesti de um jeito bem simples e fui tomar café. Eram umas oito e pouco, esqueci de olhar a hora, mas suponho ser isso.

-Bom dia, vozinha. -Beijei a testa dela que sorriu. -Alguma ligação do hospital?

-Não minha filha.

-Graças a Deus! -Hospitais só ligam quando alguma coisa de muito ruim acontece, pelo contrário agradeça. -Tem café?

-Tem sim! -Ela me serve com algumas torradas e manteiga. -Não deu para fazer o bolo que você tanto gosta.

-Não tem problema vozinha. -Sorri e tomei um gole do meu café.

-Rick ligou para mim... Tentou falar com você mas não conseguiu.

-Vi algumas ligações mesmo.-Terminei meu café. - Vamos dona Diná?

-Vamos sim, querida!

Subi correndo as escada, peguei meu celular e desci direto para o carro de vó. Ela fechava as portas e as janelas.

Chegamos no hospital, minha vó entrou e eu fui estacionar o carro em uma vaga.

-Bom dia!?

-Bom dia, Sykes! Tenho um ótimo presente para você. -A médica estava escorada em um carro sem o jaleco e destacando bem a boca com um batom. 

-Que seria...?

-Meu numero. -Ela me entrega um papel.

-Muito obrigada! Quando estiver doente, juro que eu te ligo. -Falei ironizando a cena.

-Não precisa ser só quando estiver doente. -Ela pisca um olho e entra no carro.  Eu dou a volta e entro do lado do passageiro. -Hum! Gostei.

Puxei a médica fazendo ela sentar no meu colo e a beijei. Ali dentro não estava muito confortável admito, porém a médica beijava muito bem e acabei esquecendo da mal posição. As coisas estavam esquentando e no meio do beijo lembrei da minha vó e parei imediatamente.

-O que foi? -Ela pergunta.

-Minha vó e minha prima estão me esperando.

-Verdade! Mas você não precisa ir agora. -Ela tenta me beijar novamente e eu me esquivo. -Tudo bem! Vai lá. -Ela volta para o banco do motorista. -Posso ganhar pelo menos mais um beijo?

-Claro! -Ela vem até mim e nos beijamos por menos de um minuto. -Tchau.

-Tchau! -Quando sai do carro ela fala.-Ah, e sua prima não está mais na UTI. Levaram ela para o quarto 26. -Sorri e dei um bay bay com a mão e ela partiu.

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora