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Laura

Como Kelly planejou na noite que começamos a namorar, ela viajar, voltar e contamos tudo para meus pais.
Isso estava acontecendo dia após dia, Kelly e eu nos falamos sempre, de meia em meia hora pra ser mais exata, desde que ela viajou. Meu pai já está se recuperando do tiro que levou, minha mãe deixou ele voltar para casa, mas ele está dormindo no meu quarto enquanto eu durmo com ela. E como eu que estou cuidando dele, estamos super próximos novamente.

-Lau... -Carol se aproxima de mim e Marianna, sentando-se entre nós duas. Estávamos de frente ao colégio esperando a hora do sinal bater. -Preciso te falar uma coisa!
-Fala, ué!
-Eu terminei com Thais!
-Por que?-Olhei para Carol e Marianna que estavam visivelmente nervosas e logo pensei "será? " -Vocês duas...
-Sim! -Elas pegaram-se nas mãos disfarçando para tio Mário não ver. -Longa história... Eu nunca te falei com quem eu tinha me apaixonado antes de meu pai mandar embora... Resumindo, era Mari.
-Caramba! Okay! Mas você vai voltar para lá depois da inauguração. E ai?
-Pois é! -Carol baixou a cabeça. -Mas eu não vou parar com Mari por causa disso! -Ela olhou para a garota e beijou o rosto dela.  -Te amo!
-Se é assim... -Encostei minha cabeça no ombro dela.
-Kelly chega logo mais a noite. O que vão fazer? -Carol pergunta.
-Ela não tira da mente a ideia de falar para meus pais. No início eu até concordei, mas agora... Sei lá, tou angustiada... Com medo.
-Vai dá tudo certo, meu amor!
-Tomará! Não quero pensar nisso agora.  -olhei para as mãos delas ainda juntas. -E vocês duas, quais são os planos?
-Casamento! -Carol.
-Oi? -Mari ajustou os óculos. -Sabendo disso não!
-Que bom que aceitou! -Carol beijo a mão da namorada. -Tocou. Venho buscar as duas mais tarde. Amo vocês!

Kelly

Ai meu Deus que nervosa que eu estou. Estava cada vez próxima da minha namorada e consequentemente, dos pais dela também.
-Kell! -Rick me abraça assim que bato a porta da casa da minha vó. -Morrendo de saudades!
-Oi Kell!-Hunter descia os degraus correndo. -Larga ela, Brutus!
-Calma, calma que tem Kelly para todo mundo. -Abracei os dois e subi para o quarto. Peguei uma toalha e meus materiais de higiene e fui para o banheiro.

Laura

-Amor! Que saudades.-Abracei Kelly assim que abri a porta da minha casa e ela estava com um urso de pelúcia nas mãos e ele segurava um coração vermelho com a frase "Eu Te Amo". 
-Trouxe para você! -Ela me entregou o bichinho de pelúcia. Queria beijá-la e dizer alto que a amava, mas meus pais estavam em casa. -Te amo! -Ela falou perto do meu ouvido.
-Também te amo! -Gesticulei com a boca e abracei o ursinho em meus braços. -Vamos entrar.
-Você tem certeza? -Neguei com a cabeça, mas puxei ela pela mão até onde meu pai estava assistindo tevê.
-Cadê mãe?
-Lá na cozinha!-Pai.
-Estou aqui. -Minha mãe se aproximou. -Kelly?
-Oi! -Kelly se encostou por trás de mim. -Eu falo?
-Eu falo. -Engoli seco. 
-Certo!
-Pai... Mãe... -Um nó imenso em minha garganta me impedia de falar de uma vez e acabar com a farsa logo. -Eu estou com Kelly. 
-Como é? -Minha mãe nos olhou incrédula. -Eu vou te processar, sua doente!-Minha mãe gritava apontando o dedo para Kelly que estava um pouco atrás de mim segurando em minha mão. -Minha filha é de menor!
-Ângela... -Meu pai pegou na mão de minha mão, impedindo-a de continuar vindo em nossa direção. -Não! -Ela o olhou e ele balançou a cabeça negando o que ela queria fazer. Kelly se encostou ainda mais em mim demonstrando o medo que estava e eu me mantive firme apesar de querer desabar. -Seja bem vinda a família, Kelly! -Pai estendeu a mão em nossa direção e eu olhei para o olhar trêmulo de Kelly que deu um passo a frente e pegou na mão do meu pai.
-Sério? -Minha mãe peguntou em voz alta o que eu havia perguntado várias vezes mentalmente.
-Obrigada, senhor!
-Fica me devendo mais uma vida e essa não tem preço.
-Cla... Claro... Con... Concordo!
-Tem que ir a um fonoaudiólogo tratar dessa sua gagueira ai em minha... Genra ou nora? Bom, não importa! Fica para jantar?
-Não sei se é uma boa idéia!
-Aceita! -Minha mãe fala, agora bem mais tranquila não sei por que.
-Está bem!
-Que alivio! -Falei soltando o ar.
-Mas as duas nem pense que vai ter vida mansa. Se acha que vai dormir todo dia com a sua namorada, está bem enganada.-Minha mãe fala.
-Verdade! Vai ter regras severas a cumprir, doninha! -Pai. -Vamos para a mesa?
-Tudo bem.  Como vocês quiserem! -Kelly apertou meus dedos e sorriu. -Te amo! -Falou próximo a meu ouvido.
-Te amo muito! -Coloquei o urso no sofá e fomos para a mesa ouvir as tais regras do papai.

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora