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Laura

-Abre para mim! -Pedi para Carol atender quem tocava a campainha enquanto eu terminava de por uma roupa.
-Já vai! -Ela gritou.
Ouvi vozes vindo da sala. Era Hunter e Rick que acabava de chegar.
-Meninos! -Me aproximei deles. -Alguma novidade?
-Quero saber do vídeo? -Rick.
-Era na farmácia!
-Ai meu Deus! -Rick se desesperou. -Kelly está machucada! -Senti um baque na minha estrutura interna. Eu não havia pensado nessa possibilidade e imediatamente várias e várias lágrimas começaram a inundar meu rosto.
-Olha o que você, seu idiota! -Hunter correu para me abraçar. -Não é nada disso, Laurinha! A garota não machucaria Kell!
-Ela... Ela... -Desisti de tentar falar e me aconcheguei nos braços de Hunter. Rick apenas andava de um lado a outro.
-O que devemos fazer? A polícia não faz nada! -Rick parou um pouco.
-A polícia daqui não foi avisada! -Carol fala. -Mas se nós denunciar que Kelly está por aqui a polícia vai começar a investigar, mas não vai atrás e a tal Beatriz pode fugir.
-Laurinha, depois que a mulher saiu da farmácia você viu para onde ela foi? -Hunter se afastou de mim e olhou diretamente para meus olhos.
-Segui ela com a ajuda de pai!
-Como é? -Carol se irritou e eu me encolhi nos braços de Hunter novamente. -Você viu aquele monstro? Onde?  Sua mãe está sabendo disso?
-Calma Carol. -Rick interrompe Carol que estava furiosa. -Um problema de cada vez!  Para onde ela foi, meu amor?
-Ela... Ela entrou em uma estrada de barro!
-Que estrada? Vamos lá?

Rick

Estávamos na BR. Laura no banco do carona a meu lado chorando baixinho.  Hunter e Carol discutiam sobre chamar a polícia ou não no banco de trás.
-Laurinha, tenta lembrar!
-Eu... Eu não sei...
-Você não viu se tinha algum ponto de referência nessa entrada? Uma árvore? Uma casa? Uma pedra?
-Não... Não lembro. Desculpa!
-Tudo bem, pequena. Você veio durante o dia e muda bastante para a noite. Não chora, tá! -Pedi. -Olha para essa entrada ali..
-Não! Não é. Ele era mais fechada e não tinha casa.
-Okay! Acho melhor voltarmos.
-Meu pai falou que sabe onde é. Mas eu não sei onde meu pai está!
-Você não sabe nenhum amigo do seu pai que possa ter o número dele?
-Só tio Mário, pai de Carol. 
-Eu vou perguntar se ele sabe onde seu pai está, Lau! -Carol se inclinou para a frente. -Assim que eu acha meu pai!

Kelly

Assim que Beatriz saiu do quarto, eu olhei para cada canto do quarto e até onde minha vista podia ver além da porta aberta.
Perto de mim estava a bandeja que ela havia trazido. No recanto, tinha um pedaço de madeira que ela tirou da janela para deixa-lá aberta mais cedo. Havia duas malas no chão. Um guarda-roupa velho. Fora do quarto, eu vi um sofá velho, uma mesinha de centro com um jarro de flor e uma porta trancada mais a frente.
-Vamos, doninha? -Ela pegou em meu braço e eu me joguei no chão.
-Ai, me ajuda! Me ajuda! Ai, ai.
-Calma! -Ela tentou me levanta mais eu pesei meu corpo para ela não conseguir. -Vamos, Kelly!
-Espera... Espera... -Ela parou. -Me solta que eu vou tentar me levantar.
-Kelly Sykes... Tudo bem! -Ela começou a soltar o nó. -Não pense em fazer nenhuma gracinha, okay?
-Relaxa! -Vi, enfim, meu corpo sem nenhuma corda. -Agora me ajuda. -Estiquei a mão para pela. 
-Ai! -Vi ela cair de cara no chão e eu agilizei para me levantar. Desconhecia uma dor tão grande.-Kelly! -Peguei o pau e taquei na cabeça dela com o resto de forças que eu tinha. Empurrei o guarda-roupa que caiu por cima dela e tentei correr.
-Abre! Abre! Abre! -Forcei o trinco da porta e vi um amontoado de chaves. Olhei a marca e a primeira chave que eu girei ouvi o "treck" da porta abrindo. -Ora, ora! E o seu carro é desse? -Arrastei minha perna até o carro e joguei uma pedra no vidro. -Vamos lá, Kelly Sykes! -Puxei os fios e procurei o fio de contato.-Lembram quando eu disse que aprendi a dirigir no fusca do meu avô? Ele não tinha chave! -Juntei os fios. -Oh, glória!-Manobrei o carro e vi Beatriz com uma mão na cabeça e a arma em punho.
-Kelly! -A bala atingiu o parabrisa  e ele estilhaçou. Ouvi outros tiros e o carro começou a cambalear.
-Droga! Droga! Droga! -Levei as mãos ao alto e Kelly se aproximou apontando a arma para mim.
-Espertinha! Desce!-Ela abriu a porta e me puxou.
-Ai, ai, ai, ai. Bea... Beatriz.. Beatriz.. Para... Para... Ai...-Fui arrastada de volta para a casa e fui apagada mais uma vez.

Beatriz

-Que coisa feia!-Arrastava Kelly de volta para a cama. Ela dormia feito um anjo em meus braços. -O que custa aceitar que você é minha?
-Laura! -Ela começou a acordar novamente.
-Quem é essa Laura?
-Ai... Ai...Ai...  Meu... Meu... Pé.. Ai.. Ai.
-Fala quem é essa Laura?
-Uma... Uma garota... Ela é... Ela mora na rua de trás... Da empresa de Rick. Pronto... Pronto. Solta!
-Se você não parar de chamar o nome dela eu vou atrás para saber direitinho sobre essa garota e puf... Finzinho dela.

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora