Laura
Esse dias na casa do meus avós, tirando a parte que eu não podia conversar todos os dias com Eduarda, foram perfeitos. Pena que tudo que é bom, dura pouco e estou agora arrumando minhas coisa para ir para a capital. Eu queria ficar aqui, passar a virada aqui, porém meus pais programaram isso. Tenho pouco tempo com meus primos, meus tios e avós. Pegaremos a estrada depois das duas. Ficaremos umas seis horas na estrada até lá.
-Você poderia ficar. -Bruna me ajudava colocar minhas coisas na mala. -Seu pais poderiam ir só... Já sei.
-Sabe o que? -Peguei um blusa da mão dela.
-Espera aí. -Ela saiu do quarto quase correndo.
-O que aconteceu com aquela doida? -Bruno entra no quarto e senta na cama.
-Não sei.
-Vai hoje mesmo? Vou sentir tanta saudade. -Os olhos dele lacrimejavam e ele me abraça. -Poderia ficar mais uns dias.
-Bem que eu queria. Mas não chora vai.
-Quem tá chorando aqui? Eu sou macho, tá? -Ele enxugava os olhos.
-Meu machão!
-Uou! Que porra é essa? Quero abraço também. -Bruna se joga em cima de nós. -Por que vocês estão assim? E por que ainda está arrumando isso?
-Vou embora. Esqueceu?
-Nhã nhã nhão! Quem disse? -Bruna tira todas as minhas coisas da mala.
-Não acredito que você fez isso. -Fiquei chateada com a ousadia de Bruna e coloquei tudo dentro de novo.
-Você não vai mais... -Ela tirou tudo de novo.
-Bruna! -Bruno grita. -Deixa a garota em paz!
-Falei com seu pai... Convenci que seria uma má ideia te levar.
-Como você fez isso?
-Truques!
-Filha! -Pai entra no quarto. -Você quer ir ou prefere ficar? Se quiser...
-Eu posso ficar?
-Com as minhas condições, é claro. E terá que seguir rigorosamente cada uma. Okay?
-Okay... Okay... Pode deixar.
Eduarda
Dia vinte e oito de dezembro, acordei bem cedo com muita dor na cabeça. Tomei um comprimido e me deitei novamente. Estava na casa do meu tio com minha vó, Rick e Kell foram trabalhar. A dor não estava passando e eu estava começando a me preocupar.
-Mi...
-Oi Duda.-Minha prima parou o jogo no computador e me olhou. - Está tudo bem?
-Vai chamar vó pra mim, por favor.
-Já volto. -Ela saiu correndo e não demorou muito para vó entrar no quarto desesperada seguida de tia.
-O que aconteceu? -Ela passava a mão no meu rosto checando minha temperatura. -Quente! Chama a ambulância, rápido. -Tia saiu em direção a sala.
-Dói muito, vó.
-Vai ficar tudo bem. -Senti a boca dela encostada na minha testa.
-Se eu não voltar... Explica para Laura... Pede pra ela não chorar... Diz que ela foi a melhor coisa que aconteceu.
-Você vai voltar logo, meu amor. Vai ficar tudo bem.
Ouvi a sirene da ambulância cada vez mais alto. As pisada e as vozes das pessoas pareciam uma manada de elefantes dentro da minha cabeça. Parecia que ela ia explodir e eu torcia para isso acontecer logo, só assim a dor iria parar. Os homens de brancos, por mais familiares que fosse me davam medo. Eu estava com muito medo. Eles falavam alto, eles tentavam falar comigo, mas eu não os entendia e não consegui falar mais nada. Apaguei.
Kelly
A empresa estava uma loucura. Rick e eu decidimos fazer uma queima de estoque e todos nós estavamos nos dobrando para tentar tirar o máximo de proveito possível. Ainda bem que estava tudo indo um sucesso.
-Oi vózinha. Está tudo bem?
-Estou no hospital com Eduarda. Aconteceu de novo.
-Estou indo pra ai.
-Não precisa. Sei que ai está uma loucura. Sua mãe está aqui comigo.
-Está mesmo. Me avisa qualquer novidade?
-Claro querida.
-Tchau vó.
Meu desenvolvimento diminuiu bastante quando eu soube que minha prima estava internada. Mas tentei fazer o possível para ajudar meu amigo até a promoção acabar.
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A Breve História De Kelly e Laura
RomanceQuem ama antes do beijo, antes do toque, entende o que é amor de verdade. Mal sabia Kelly Sykes que aos 20 anos apaixonar-se pela primeira vez, ainda mais pela namorada de sua prima seria algo tão doloroso. Laura Mendes, quinze anos. Envolvida em...