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Laura

Já era quase meio dia quando acordei molhada de suor. Ativei o Wi-Fi e chegou várias mensagens de Eduarda. Olhei todas e não respondi nenhuma. Estava com muita fome, já era hora do almoço e não tinha comido nada até então. 

-Acordou, bela adormecida? -Minha mãe fala, beijando meu rosto em seguida.

-Pois é! Bom dia.  -Sentei a mesa e comecei a me servi.

-Bom tarde, filha. -Pai me olha. -Sua amiguinha está por aí, né?

-Carol? Sim. Vamos sair no fim da tarde, pode?

-Não acho ela uma boa influência para você, querida! -Pai.

-Minhas escolhas não depende das delas.

-Deixa as meninas, Bernardo! Pode ir sim, filha.

-Tudo bem! Mas volte antes das dez.

-Obrigada!

Acabamos de comer e pai voltou para a empresa. Se ele trabalha nos sábados? Sim. As vezes até mesmo no domingo.

Eduarda

-Sai. Sai de cima! -Acordei com o peso do americano falsificado em cima de mim. -Gordo!

-Sou "esbelto"! -Ele espelhava vários beijos no meu rosto. -Venha cá, me dê um cheiro vá.

-Sai seu desviado. Tais me babando toda. Eca que nojo, baba de gazela.

-Sou é viado mesmo.

-Onde tais aprendendo essas gírias nordestinas?

-Sou bilíngue. Esqueceu?

-Imaginei mesmo que você fosse uma cobra.

-Não sou cobra! Sou um unicórnio. Será que tem comida nessa casa?

-Unicórnio? Sei!  Você não conhece mais a mestre Diná?

-As comidas da tua vó são as mais gostosas.

-Igual as netas.

-Convencida! -Ele se afasta e eu levanto indo direto para o banheiro. -Rápido!

-Mar mínimo, tenha paciência vá. -Fiz minha higiene e voltei para o quarto. -Foi vati e vuti.

-Eba, rango! - Hunter saiu do quarto correndo e eu fui logo atrás, bem mais devagar para não magoar minha perna. -Corre bruxa, vem.

-Minha perna... Esqueceu? -Cheguei a cozinha e Hunter já estava se servindo.

-Demorou em!

-E você que me trocou por comida!

-Você sabe que comida é comida, né?

-Pensamentos de gordo ponto com.

Kelly

Fiquei esperando Rick terminar de preparar o almoço e lembrando do sonho que tive.

-Rick! Você acha possível sonhar com uma pessoa que você nunca viu na vida?

-Cientificamente isso é impossível. -Ele lavava as verduras. -O cérebro não consegue inventar rostos... Se você sonha com alguém é porque já viu ela em algum lugar...

-Então eu já vi a garota namorada da menina do elevador?

-Sim. Talvez em fotos ou na tevê ou mesmo pessoalmente andando na rua... Não quer dizer que elas sejam namoradas na realidade. -Rick começa a cortar as coisas de frente pra mim, mas sem me olhar. -Talvez seu cérebro tenha associado os rostos delas com a cena do sonho.

-Entendi! E o suposto sequestro, poder ser uma visão?

-Bom! Isso pode ser uma lembrança de outras vidas ou você já assistiu isso em filmes e está se associando a cena. -Rick colocava a mesa. -Mas se for lembrança de vidas passadas, a garota pode te perseguir nessa vida também, o que seria a visão. 

-Como assim?

-A garota pode não ter superado o ódio da vida passada e te perseguir nessa vida. -Rick andava de lá pra cá sempre com alguma coisa na mão. -Isso é quase impossível de acontecer... Porque as almas tem uma preparação celestial antes da reencarnação. Mas algumas não conseguem se restabelecer e por isso a psicopatia de algumas pessoas. 

-E se eu não acreditar em outras vidas?

-Bom... -Ele para de frente comigo. -Então convenhamos que não existe visão... Não existe sentimentos, amor, ódio... Não existe alma e nem Deus... Isso foi só uma invenção dessa vida mesmo.

-Eu acredito em Deus!

-Então acredita em outras vidas também! -Ele me puxa. -Esquece isso e vem comer.

-Vou andar pela cidade daqui a pouco.

-Esquece isso, Kelly.

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora