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Kelly

Dia primeiro de janeiro. Quatro dias que Eduarda está no hospital e ela não acordou. Estava Rick e eu na casa dos meus pais arrumando uma mala para vó.

-Vai dá tudo certo, meu amor. -Rick ajudava a enxugar minhas lágrimas.

-Você tem idéia que ela pode morrer nessa viagem?

-Mas ela não vai morrer. -Ele beijou minha testa e pegou a mala da minha vó. -Vamos! Vó Diná está nos esperando.

Laura

-Ninguém responde! -Eu enviava mais uma das tantas mensagem que eu já tinha enviado para Eduarda.

-Relaxa priminha... Deve ter acontecido alguma coisa com o celular dela. -Bruno estava do meu lado.

-O dela, o de Hunter e o de Carol também. Isso não é possível. Deve ser o meu que tá quebrado e eu não percebi. -Bati algumas vezes com a mão no celular. -Mas eu consegui falar com mãe!

-Devem está todo mundo passando a virada na praia, de pernas pro ar... -Bruna ria e eu só dei uma olhadinha pra ela. -Desculpa! Deve ser uma pane geral no sistema de internet lá.

-Impossível! Quatro dias em uma cidade grande?

-Vamos voltar para casa, Laura. -Bruno. 

-Vamos! Só vou mandar mais uma mensagem. -Digitei.  -Vamos!

Kelly

Chegamos no hospital Rick e eu. Thais, a namorada Carol, Hunter e seu Mário, estavam lá nos esperando.

-Cadê vó? -Perguntei para Hunter.

-Está com seu pai ajeitando algumas coisas que ainda faltam. -Ele responde. -Você vai?

-Vó não quer deixar.

-Trouxe tudo que lhe pedi?-Vó Diná apareceu por trás de mim.

-Sim senhora. Está tudo aqui. -Entreguei a mala a ela. -A senhora tem certeza que não quer que eu vá?

-Absoluta, minha filha. Tem minha irmã e alguns sobrinhos que irão me ajudar.

-E cadê ela?

-Ela já foi para o aeroporto... Estou indo também. Rick meu filho, você me leva?

-Claro. A hora que a senhora quiser.

-Só vou me despedir de todos e já vamos. 

Laura

Voltamos a pé para o sítio e por todo o caminho, imaginava mil coisas que pode ter acontecido para todos ter sumido assim. Carol eu até entendo, depois que ela começou a namorar ela sumiu e já não gostava de responder mesmo antes disso. Hunter trabalha, daria para responder a noite, deixar uma mensagem, mas tudo bem.  Agora dona Eduarda tem muita coisa para me explicar.

-Eu não desapareceria assim se você me namorasse.

-Me erra, Bruna. Estou muito preocupada para ouvir suas gracinhas. 

-Eita!

-Calma, Laura.

-Desculpa prima... Vou me deitar um pouco.

-Tudo bem.

Kelly

Depois que vó se despediu dos amigos, fui com ela até o aeroporto. Eduarda mais uma vez estava toda entubada, retiravam ela da ambulância com cuidado e colocavam dentro do avião. Consegui ver ela por alguns poucos minutos, estava pálida. Vó chorava muito. Me despedi dela com um nó enorme na garganta e os olhos lacrimejando, mas eu não podia chorar. Minha vó não merecia isso. Minutos depois o avião decolou.

Laura

"Eduarda e eu estava na casa da vó Diná, no quarto, sentadas na cama dela. Eduarda tinha um dos sorrisos mais brancos e olhos brilhantes que eu já tinha visto. Ela dizia que me amava nos gestos que fazia com boca e eu tentava beija-lá, mas ela se afastava e ria. Acho que ela só deixaria eu beija-lá se eu disser o que ela sempre quis ouvir e eu nunca disse. Eu continuava tentando, mas ela se afasta e continuava sorrindo.

-Eduarda... -Falei e ela fez expressão de séria. -Eu te amo.

-Ela vai precisar muito do seu amor. -Uma voz bem parecida com a de Eduarda ecoou no quarto. Eu me virei procurando a voz. Era a prima dela que estava parada de braços cruzado encostada na parede. Me virei para onde Eduarda estava e não vi mais ela."

-Calma Laura. Está tudo bem... -Bruna estava de cócoras ao lado da cama e segurava minha mão. -Foi só um pesadelo.

-Não era um pesadelo... -Me sentei na cama. Meu coração palpitava rápido. -Era Eduarda.

-Não. Não era Eduarda. -Ela soltou minha mão e levantou-se. Parecia chateada. Bateu a porta e saio. 

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora