Laura
Depois que me despedi de Eduarda no facebook ontem, fiquei algumas horas a mais navegando e todas as vezes que eu olhava, ela estava of-line. Acabei pegando no sono e acordei com o maldito despertador do celular escandalizando as 6:20 da manhã. Fiz toda minha rotina e logo estava na sala de aula com o professor dando a primeira aula. Eduarda não apareceu e eu contava com a presença dela no segundo horário e nada dela aparecer. Terceiro, intervalo, quarto, quinto, sexto horário e nada. Ela não veio hoje e espero que não tenha acontecido nada ou não seja por que ela não quer me ver. Durante as aulas, naveguei pelo meu celular e ela não ficou online em nenhum instante. Cheguei em casa e minha mãe estava me esperando na porta com o celular na mão. Rezei mentalmente para que nenhum professor tenha reclamado para ela sobre eu estar usando o celular durante a aula.
-Oi mãe! -Tentei manter a calma.
-Minha filha, entra. -Mãe seguia com o braço em meu ombro, conduzindo-me até o sofá. -Coloca suas coisas aí.
-Aconteceu alguma coisa, mãe?-Meu nervosismo começava a ser incontrolável.
-Sua amiguinha teve um problema e está no hospital. -Minha mãe falava e eu já imaginava mil coisas que poderia ter acontecido com Carol dentro de um avião.
-Fala mãe. -As lágrimas já caiam pelo meu rosto. -O que aconteceu com Carol?
-Não aconteceu nada com a Carol. -Mãe tentava me controlar abraçada comigo. - Eduarda, querida! Eduarda está hospitalizada e a dona Diná me ligou pedindo para te levar lá.
-Vamos! Vamos logo! -Fiquei um pouco mais aliviada por não ser Carol, mas meu coração parecia ter uma pedra em cima de tanta dor quando ouvi o nome Eduarda. Puxei mãe até o lado de fora da casa. -Vamos mãe.
Chegamos no hospital minutos depois e logo vimos dona Diná andando de um lado a outro. Falamos com ela e ela explicou que Eduarda teve uma febre alta durante a noite e a trouxe para cá.
-Então minha querida, ela está na enfermaria e não parava de chamar por você. -Diná parecia bem abatida, não era mais a senhorinha alegre que vi nos últimos dias. -Queria que você estivesse com ela quando acordasse. É sempre bom acorda ao lado de quem se sonha no estado dela.
-Claro! -Tudo o que consegui dizer ao ouvir o que dona Diná falou. Uma enfermeira apareceu e Diná pedio para ela me levar até onde estava a neta.
Eduarda parecia um anjo dormindo apesar de está um pouco mais pálida que antes. Me aproximei devar, as lágrimas que corriam pelo meu rosto traziam a vontade de trocar de lugar com a garota deitada alí. Minha mão tocou a dela e lembranças do parque ressurgiram. Ela apertou minha mão e aos poucos foi acordando.
Eduarda
Lembro-me vagamente que estava olhando o perfil de Laura quando veio uma dor de cabeça e um frio insuportável. Vesti uma calça moletom e uma blusa de frio, mas não servio. Me enrolei com alguns lençóis e nada. Minha vó checou minha temperatura e saiu com cara de preocupada. Adormeci e só lembro de alguns sonhos com Laura. Acordei com o choque térmico de uma mão quente em minha mão gelada, mas não conseguia vê de quem era, imaginei ser de Laura. Achei que ainda sonhava. Olhei aos redores até onde minha vista podia enxergar, só vi paredes brancas e luzes no teto. A parede da frente tinha um crucifixo, então coloquei toda a força que tinha para me virar e consegui ver Laura ao meu lado.
Uma imensa felicidade conroia meu corpo e com um pouco de dificuldade consegui sorrir. Ela chorava, mas logo ela me olhou retribuindo o sorriso.
-Onde estou? -Falei no tom mais alto que consegui.
-No hospital, meu anjo. -Falou ela aproximando seu rosto do meu, beijando minha testa. -Que bom que acordou!
-Que bom que veio.-Não sabia se deveria contar sobre o sonho com ela. Mas... -Sonhei com você.
-Tou sabendo! -Ela sorriu limpando às lágrimas. -Por isso estou aqui.
-Como sabe? -Me bateu a curiosidade. E ela apenas ria mais ainda. -Hum! Vózinha tá aí?
-Sim!-Ela soltou minha mão. -Vou chama-lá.
Laura saiu e pouco tempo depois vó Diná apareceu no quarto. Me deu um monte de bronca e eu acabei dormindo em seguida.
Kell
Acordei com o bip do celular, me virei para pegar e era uma mensagem de minha vó: oi minha querida, passei a noite no hospital. Aconteceu de novo, mas já está tudo bem! Ela está em observação. Beijos, te amo.
Pensei em pegar um avião e ir direto para casa da minha vó. Corri até o quarto de Rick.
-Rick! -Bati na porta. -Rick!
-Oi. -Rick apareceu na porta sonolento. -Aconteceu alguma coisa?
-Tenho que viajar agora! -Falei. -Vou para casa de vó.
-Espera um pouco! Me fala o que aconteceu. -Fomos até a sala e eu falei da mensagem para ele. Ele pedio para me acalmar e ligou para minha vó para pegar o endereço. -Ela já acordou e está em observação. Você não pode fazer muita coisa lá. Acho melhor não ir e sua vó também prefere que não vá.
-Tudo bem! -Respirei fundo e vi uma garota se aproximar logo atrás dela vinha Carlos.
-Aconteceu alguma coisa meu amor? -A garota fala e eu tento lembrar o nome.
-Está tudo bem Helena!
-Helen! Posso tomar um banho aqui? Estou muito atrasada para ir em casa .
-Ali!-Apontei para o banheiro e a garota entrou. -Arruma uma toalha para ela, Rick.
-Claro! -Rick beijou minha testa e foi até o quarto.
A garota foi embora junto com Carlos, deixando só eu e Rick no apartamento.
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A Breve História De Kelly e Laura
RomanceQuem ama antes do beijo, antes do toque, entende o que é amor de verdade. Mal sabia Kelly Sykes que aos 20 anos apaixonar-se pela primeira vez, ainda mais pela namorada de sua prima seria algo tão doloroso. Laura Mendes, quinze anos. Envolvida em...