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Laura

Fiquei um bom tempo conversando com Eduarda e acabei esquecendo de perguntar o nome da prima dela. Por falar na prima de Eduarda, ela que atendeu a chamada que fiz. Tentou explicar o motivo, mas eu não entendi muita coisa. Pelo que entendi, ela confundiu os celulares e quando conectou, parecia que procurava alguma coisa e acabou se assustando quando percebeu o erro. Por sinal, mais uma vez eu pude perceber o quanto aquela mulher é linda.

-Tira essa garota da mente, dona Laura.

-Falando sozinha, amor?-Bruna beijou meu rosto e sentou do meu lado na cama. Estava anestesiada pelos pensamentos ainda, então não liguei muito. -Tomara que essa garota seja eu.

-Ham? Ah, não. E não me chama de amor. Somos primas.

-Primas... Primas bem distante.

-Não importa. Primo é primo.

-Tudo bem. Mas fica comigo só hoje?

-Oi? Não! Você está louca?

-Só um beijo. Um beijo só. -Ela ficou de joelhos em minha frente.

-Não. -Levantei da cama. -Eu tenho namorada.

-Ela não vai saber, Laura.

-Ela não vai saber porque isso não vai acontecer. Tá legal? -Bati a porta do quarto e sai.

Passei pela sala e estava bem mais vázio que logo cedo. Mal vi meus pais durante esses dias que estive aqui e o dia de Natal logo ia chegar ao fim. Terei mais três dias para aproveitar essa vida no campo, meus avós, meus primos, os gêmeos... As estrelas, as arvores, o rio... Não que isso não tenha por lá, mas na cidade não ligamos muito para isso. Estava me acostumando. Dia vinte e oito vamos para a capital, vamos passar o reveillon lá.

-Olhando as estrelas? -Meu pai senta no tronco de árvore caída que estava. Sim, meu pai. -Saudade da cidade?

-Bem bonito o céu visto daqui. Eu sei que o senhor não gosta muito dela, mas da cidade eu só sinto falta de Eduarda.

-Eu gosto dela sim, filha. Mas você tem que entender meu lugar de pai.

-Entender o que?

-Suas amigas... Elas são estranhas.

-Tudo bem. Então vamos supor que eu fosse, o que o senhor faria comigo?

-Você não é.

-Mas se eu fosse?

-Bom, eu não sei. Você não é e pronto.

-Você não iria mais gostar de mim?

-Ah, filha! Amor de um pai é incondicional. Eu iria ficar muito chateado, mas...

-Pai, por que o senhor e a mamãe não tem outro filho?

-Quem sabe... -Ele se levanta. -Não fica muito ai pra não resfriar.

Kelly

-Oi, amor. -Maria Luiza falou ao conectar a chamada.

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora