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Laura

Meu corpo estava dolorido e pelo que sei é que não volto mais hoje para casa por causa de outros exames que tenho a fazer. Minha mãe me deixou só, teve que ir em casa buscar algumas coisas que não trouxe por causa da correria e irá precisar para passar a noite aqui. Me sinto mal por está fazendo ela passar por tudo isso. Apesar da raiva que sentiu de mim, mãe foi a única que não me abandonou. Bom, eu não tinha muitas pessoas para me abandonar, mas Carol, tio Mário e pai fazem bastante falta.
-Oi! -Mariana, a nerd que estuda na minha sala apareceu por trás da porta meio aberta. -Posso entrar? -Confirmei mexendo a cabeça. -Fiquei sabendo que estava doente...
-É! Ultimamente tenho passado bastante tempo aqui.
-Você tem que se cuidar mais... Está muito diferente de antes. Talvez sua namorada não vá gostar quando acordar e te ver assim.
-Eu vou melhorar...
-Laura, eu sei que você não tem muitas amigas... Igual eu. Mas se você quiser...
-A gente virar amigas?
-Isso! Confidentes. Pode confiar em mim... Eu não contaria nada seu para ninguém. Afinal... Eu não tenho ninguém para contar.
-Quem sabe com o tempo... Não sou de fazer muitas amizades assim.
-Eu sei... Diferente de mim, você pode escolher se quer ter amigas ou não. Eu nunca entendi você... Você é a garota mais linda de todo o colégio. Eu lembro quando fomos transferida para aquele colégio... Algumas garotas se aproximavam e você nunca quis amizades com ninguém.
-Não sou a garota mais linda do colégio e eu queria amizade com algumas garotas... Mas meu pai nunca quis que eu tivesse amigas.
-Seu pai é meio bizarro.
-Ele dizia várias coisas horríveis sobre ter amigos e de todas só mantive com Carol que era-mos criadas juntas.
-Ora, ora... Quem eu vejo aqui. -A médica deu um beijo no rosto de Mari. -Não é a sobrinha mais linda que eu tenho?
-Oi, tia. Sou a única, não é!
-Que bom que já conheceu meu bebê, Laura.
-Vocês....
-Sim. Ela é minha tia!
-Deveria ter me tocado... Vocês são colegas! -Doutora Fernanda fez cara de surpresa. -Teria facilitado bastante meu trabalho.
-Você se aproximou de mim a pedido dela? -Perguntei para Mariana.
-Não! Realmente meu pai quer comprar a casa que está vazia.
-Diga para meu irmãozinho desistir! Quem vai morar naquela casa sou eu com minha futura esposa Kelly Sykes. -Doutora Fernanda falou e me deu um negócio estranho parecido com o que eu sentia quando alguém se aproximava de Eduarda.
-Tá, tia! Eu vou embora, Laura. Se amanhã não for a aula eu pego a matéria para você.
-Obrigada! Tchau! -Mariana foi embora e ficou só Fernanda e eu no quarto. -Então quer dizer que você e Kelly...
-Mais ou menos! Kelly não me quer. -Ela ligou uma luz branca no meu olho. -Acho que está para nascer a mulher que vai amarrar aquela garota. Bicho solto, come de tudo. -Ela trocou de olho. -Sabe como é, não é? Não se contenta com uma carne só.
-Meio machista falar assim, você não acha?
-Vou mandar sua mãe te levar a uma nutricionista! Verdade. Mas é a realidade de Kelly. Tenho experiência!

Kelly

Peguei a blusa que Laura pediu, já era noite quando me despedi dos meus pais e a bruaca da minha irmã. Marquei com a turma para irmos a churrascaria e eu fui a primeira a chegar. Alguns minutos depois foi juntando a turma na mesa em que eu estava.
-Quem concorda que o último a chegar vai pagar a conta levanta a mão. - Todos levantaram menos Rick. -Lascou-se Rick.
-Não estava sabendo dessa regra não. Vamos dividir entre nós!
-A maioria que decidiu! Não é justo isso galera?
-Não acho! Vamos comer que depois decidimos. -Rick atacou a carne que o garçom trouxe.
Começou o rodízio e todo mundo a falar altas porcarias, não demorou muito a hora passar e quando vi na tela do celular já eram quase meia noite.
-Bom gente, deu por hoje! Carol, está tudo pronto para a amanhã? -Perguntei.
-Sim. Pode deixar comigo!
-Eu também queria ir. -Hunter.
-Mas se você for, quem vai me ajudar? -Rick fez carinha de triste.
-Isso! Quem vai ajudar Rick lá na sala do estoque, não é?
-Fica na sua Kelly. Não sei nem onde fica essa tal sala de estoque. Nunca fui lá. -Hunter.
-Ai bixa braba! Se virem com a conta. -Arrastei a cadeira para sair.
-Nãnãnãnã doninha. Pode abrir a carteira também. Vamos dividir geral!
-Você paga a meta e nós divinos entre nós a outra metade.
-É! -Todos confirmaram.
-Vai Ricardo, deixa de ser covarde!
- Okay!
- Aê!- Comemoramos.
Já fora da churrascaria, entreguei o embrulho a Carol e fiz as últimas recomendações do que ela deveria fazer. Nos despedimos e voltei para casa na companhia de Rick. Tomei um banho, joguei todas as roupas que estavam sobre a cama no chão, conversei um pouco com Fernanda por mensagem e acabei dormido assim que me despedi.

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora