Laura
Fui acordada com um chute de Carol que fiz a gentil gentileza de retribuir.
-Ai! O que eu fiz?
-I qui i fiz? Você quase quebrou minha perna. -Levantei para analisar o estado. -Vai ficar roxo!
-Desculpa!
-Disquipi!
-Eu não falo assim!
-I ni fili issim!
-Para vai? -Ela falou indo para a gaveta que guarda sempre uma escova dela. -Olha! Ela guardou!
-Passou uns dias na gaveta das minhas calcinhas! Ai, para. Ai, ai... Era eu brincando.
-Bixa nojenta! Vem falar isso pra mim.
-Precisa me espancar?
-Precisa! -Carol mexia no meu guarda-roupa. -O que vamos fazer hoje?
-Você eu não sei, mas eu vou para escola.
-Eba! Vou contigo! O banheiro é meu! -Carol saiu correndo e eu fui atrás. -Oi tia.
-Oi mãe. -Parei esbarrando em Carol quando ela brecou.
-Oi. Carol minha querida, porque não me avisou quando chegou? -Mãe abraçou ela e se quiser saber, eu fiquei com um pouco de inveja.
-Cheguei umas nove, nove e pouco... Achei que a senhora estava dormindo e entrei sem fazer barulho. -Deixei Carol conversando com minha mãe e fui para o banheiro.Kelly
-Kell minha filha...- Estava me vestindo quando vozinha bateu na porta e entrou no quarto.-Vim para saber se vai para o hospital agora?
-Vou sim!
-Te espero lá fora! -Ela saiu e eu fui terminar de me arrumar.
Meia hora depois estava eu no hospital fazendo a ficha de visita e logo em seguida fiz o que o médico recomendou antes de entrar na sala onde minha prima estava bem mais pálida e magra do que nas outras vezes que esteve internada ainda no Brasil.
Olhei para minha prima e por alguns instantes eu pensei se ela realmente estava viva ou se ela queria está naquele estado ou se preferia desligar os aparelhos. Para todas as minhas perguntas a resposta foi sim, afinal eu tenho esperanças que ela vai acordar. Eu sei que ela vai sair dali. Mas isso é o que eu quero, apesar da realidade em minha frente.
-Acorda! Por favor Duda, acorda vai. -Torcia para que ela mexer um dedinho se quer. Mas nada.
-the period finish. -Uma enfermeira entrou no quarto e eu entendi que ela queria que eu saísse.Laura
Já estávamos quase chegando perto do colégio quando notei um comportamento estranho em Carol. Não entendi muito o porquê, mas tive que convencê-la a continua.
-O que foi? É por causa de tio Mário? Ele deve está abrindo as salas lá dentro.
-Não é isso! É que... Eu tenho que ir ao banco!
-O banco só abre as nove e tem uma pessoa que eu quero que veja!-Vi Mari distraída lendo um livro e puxei Carol pelo braço até onde ela estava. -Acho que você lembra dela... Mariana.
-Oi, Laura.-Mari ficou toda sem jeito. Ela não é muito de ter amigos como eu. -Oi, Carol... Quanto tempo!
-Pois é... Quanto tempo! -Carol beijou meu rosto. -Laur, eu tenho que ir.
-Tudo bem! -Retribui o beijo dela. -Vem me buscar?
-Claro! -Carol voltou e eu fiquei tipo: O que aconteceu aqui?
-O que aconteceu aqui?
-Eu... Eu... A mulher da biblioteca chegou. -Mari juntou uns livros. -Eu vou pedir permissão para Mario deixar eu devolver esses livros antes que a aula começa.
-Vai lá que eu fico com suas coisas!Kelly
Deixei minha prima no quarto e fiquei olhando ela por trás de um vidro até a enfermeira fechar a cortina. Fui para o banheiro e chorei quanto uma criança machucada. Enxuguei as lágrimas, lavei o rosto e voltei para a recepção onde vó Diná estava.
-Vó... A senhora não acha que é melhor...
-Ela vai acordar, Kelly! -Minha vó olhou.
-Tudo bem! Mas será que Eduarda quer continuar...?
-Eu não sei, minha filha... Eu não sei.
-Se a senhora quiser assinar...
-Eu não vou assinar nada!
-Tudo bem! Me desculpa!
-Eu tenho fé que ela vai acordar. -Minha vó tinha um terço na mão.
-Está certo!
-Vai conhecer a cidade, filha. Aqui é muito lindo!
-Vou ficar aqui com a senhora!
-De jeito nenhum! Uma cidade linda dessa! Vai passear, vai.
-Tudo bem! Vou ligar para sua prima... Talvez ela possa ir com você!
-Não precisa vó. Eu vou ficar por perto!
-Já estou ligando... Hay, girl... -Me distrai tentando ler alguns cartazes na parede enquanto vó Diná conversava com a garota. -Pronto! Sua prima chega já para te apresentar a cidade.
-Tudo bem! Se prefere assim, né?
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A Breve História De Kelly e Laura
RomansaQuem ama antes do beijo, antes do toque, entende o que é amor de verdade. Mal sabia Kelly Sykes que aos 20 anos apaixonar-se pela primeira vez, ainda mais pela namorada de sua prima seria algo tão doloroso. Laura Mendes, quinze anos. Envolvida em...