Laura
Já fazem dois dias que não voltei ao hospital para ver Eduarda. Acabei de ouvir mãe em uma ligação com dona Diná, ela parecia está bem animada.
-Bom dia, mãe. Bom dia, pai.
-Bom dia, minha filha! -Mãe beija minha testa. -Acabei de falar com dona Diná.
-O que ela disse?
-Que daqui a pouco sua amiguinha receberá alta. -Fiquei feliz e agradeci aos céus por isso.
-Posso ir a casa dela mais tarde?
-Nós estamos pensando em passar esse fim de semana com seus avós, querida. -Meu pai fala e já vi tudo. Vou ter que ir junto.
-Mas...
-Termine seu café e vá arrumar suas coisas. -Pai fala.
-Tudo bem! -Me levantei e fui para o quarto.
Estava colocando algumas coisas na mochila que iria precisar enquanto estivesse na casa de vô quando ouvi o bip do celular. Era uma mensagem de um numero não salvo. "Oi laura. Ficou brava comigo pela última vez que esteve aqui? Estou saindo do hospital e não quero nenhum clima estranho entre nós. Eduarda." Pensei mil vezes no que responder, até que.. "Eu sei que foi só uma brincadeirinha boba. Iria ai hoje, mas meus pais vão passar o fim de semana com meus avós e eu vou também." Enviei e continuei selecionando tudo que precisaria até ouvir novamente o bip "É que eu queria lhe apresentar minha prima antes dela ir." "sinto muito. Tenho que ir agora. Pai está me chamando. Melhoras e desculpa pelo que eu te fiz. " Não demorou muito e novamente o celular bipá "O que você me fez? Estou com alguns lapsos e não lembro do dia do acidente. Só sei que cai da escada porque vó me falou." Fiquei novamente sem saber o que responder, então só me despedi dela e logo depois mãe veio me chamar para pegar a estrada. A casa do meus avós fica a quase duas horas daqui. Coloquei algumas frutas na mochila para comer no caminho, já que não consegui comer no café e "pegamos" estrada.
Eduarda
Na minha conversa por mensagem com laura duas coisas me chamou atenção: brincadeirinha boba e ela me pedir desculpas pelo que me fez. O que ela me fez? O que aconteceu no dia que eu cai? E eu pedir um beijo, não foi brincadeirinha boba. Eu quero ela e isso é sério.
-Vamos, minha querida?-Vó entra no quarto. -Já assinei sua alta.
-Eba! Não aguentava mais ficar nesse lugar.-Tentei levantar, mas minha perna doeu. -Cadê a bruaca de kell? Ela falou que ia me ajudar a sair daqui.
-Ela estava comigo na sala da médica. -Vó se aproxima. -Vem! Se apóia em mim.
-Sala da médica, né? Entendi!
-E ai, filhote de hiena com diarréia, vamos? -Kell entra no quarto.
-Hanrá! Toda animadinha assim por quê? Dessa vez lembrou de limpar o batom borrado?
-Batom? Kelly nunca gostou de usar Batom. -Vó nos olhava sem entender nada e Kell me fuzila com o olhar.
-Ai... Me pega direito bruxa! -Senti minha perna doer quando Kell me pega no colo.
-Cuidado no que fala ou eu te jogo de escada abaixo novamente. -Kell fala baixinho, só pra eu escutar. - Desculpa priminha! Foi sem querer. Prometo ser mais cuidadosa.
Kell
Pela manhã quando chegamos ao hospital, minha vó e eu, fomos avisadas que devíamos passar na sala de doutora Fernanda. Chegamos lá e recebemos a notícia que Duda teria alta. Vó Diná assinou uns papéis e saímos da sala juntas. Não sei se minha vó percebeu ou não, quando a médica me chamou de volta a sala dela. Dei meia volta e fui. Doutora Fernanda me puxou e me beijou. Eu achei uma atitude impensada e lugar impróprio, já que era em um hospital e não havia acabado o plantão dela ainda. Me afastei, agradeci, me despedi e sai da sala direto para o quarto de Duda que estava falando de mim mais vozinha. Peguei Eduarda no colo e coloquei-a cuidadosamente (Sentiu a ironia?) em uma cadeira para levá-la até o carro. Chegamos em casa e tive que subir todos os degraus com ela no colo.
-Da próxima vez que a madame decidir quebrar o cambito, lembre-se de emagrecer primeiro. -Coloquei ela na cama.
-Eu já sou light por natureza. -Eduarda se ajeitava na cama parecendo uma minhoca na terra quente. -E obrigada por me carregar até aqui, escrava. Hahaha, escrava! Sou sua dona e terás que fazer meus mandados ou chamo a vovó.
-Ha ha ha nada. Ta me devendo uma e quero cobrar agora.
-E nessa república os servos tem direitos agora é? -Ela fez gestos de indignada e eu fui até a porta olhar se vó estava por perto, fechei, voltei e sentei perto dela. -Ui! O que foi Kell?
-Sabe aquela garota que estava no hospital com você naquele dia que eu tava borrada de batom?
-Hunrum! Sei.
-Eu não paro de pensar nela e queria te pedir o número. Você pode me ajudar?
-NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ ME PEDINDO ISSO! -Eduarda se altera e tenta levantar da cama, mas eu a impesso.
-Ei! Fala baixo, tá legal? Não me diga que ela é sua...
-Falar baixo? Cara! -Ela fica passando a mão no cabelo, isso é sinal que ela está nevosa e foi ai que eu percebi... Eduarda gosta da garota. -Poxa Kelly! Não a cre di to.
-Tudo bem, Duda! Desculpa, tá? Eu achei que fosse só amizade entre vocês duas. -Levantei e sai. Encontrei vó Diná subindo as escadas com uma bandeja nas mãos.
-Não vai lanchar com sua prima, minha filha? -Ela pergunta.
-Estou sem fome, vó. Vou dá uma volta na cidade. Posso ir no seu carro?
-Pode sim!
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A Breve História De Kelly e Laura
RomanceQuem ama antes do beijo, antes do toque, entende o que é amor de verdade. Mal sabia Kelly Sykes que aos 20 anos apaixonar-se pela primeira vez, ainda mais pela namorada de sua prima seria algo tão doloroso. Laura Mendes, quinze anos. Envolvida em...