Laura
Estávamos nos despedindo de Diná quando uma moça muito linda chegou. Pelo que entendi, ela é neta de dona Diná. Pele clara, alta, cabelos pretos e ondulados, muito bem vestida e educadissima. Parecia atriz de novela ou modelo internacional.
Estranhei meu coração acelerar quando ela se aproximou. Sei que sou uma garota estranha, tímida e perto dela, muito mal vestida e feia. Mas não era para tanto. Meu coração não precisava fazer aquele escândalo todo.
-Está melhor, minha filha? Sua amiguinha vai ficar bem viu. -Saímos do hospital e pegamos um táxi.
-Mas ela não era para ta ali, mãe.
-Eu sei que não! Até agora não entendi aquela história que você contou, mas a culpa não é sua.
-Tudo bem!-Eu contei a história a mãe retirando algumas partes e realmente ficou sem sentido. Mas eu não podia contar tudo. - Qual o nome daquela garota que chegou lá?
-Eu não lembro mais. Bonita, não é?
-Muito!
Kell
Algo estranho aconteceu quando vi aquela garota amiga de vó, mas não dei muita ousadia a meu corpo. Não posso ver mulher que já estremece todo, e uma garota de 15 anos já era ser cafajeste demais para mim.
Já fazia mais de meia horas que olhava para Eduarda através do vidro e ela não movia um dedo se quer. A médica havia sumido e minha vó tinha ido tomar café.
-Senhorita Sykes.-Me virei para olhar a pessoa da voz atrás de mim.
-Oi doutora. -Sorri.
-Como eu sei que você é uma acompanhante obediente vou deixar você passar mais meia horinha com a paciente e quando sua vó chegar deixarei mais meia hora. Uma de cada vez, tá bom? Vá lavar as mãos com álcool ali. -Sorri novamente para ela e fui ao banheiro passar álcool nas mãos.
-Obrigada!
Eduarda
Eu sabia que estava viva, mas era como se eu tivesse em um lugar sem nenhuma passagem de luz, embrulhada completamente com fita crepe. Não conseguia me mexer e nem gritar.
Senti o toque das mãos de Kell e eu queria vê-la para ter certeza que ela estava ali mesmo. Concentrei todas as minhas forças nos meu olhos até conseguir abri-los. Ela se aproximou sorrindo e saiu correndo. Minha cabeça doía e minha perna mais ainda. Mas eu não lembra o porquê de está ali no hospital. Alguém abriu meu olho direito e ligou um luz e logo depois fez igual com o outro.
-Que bom que acordou, moleca! Tá na hora de parar de dá esses sustinhos e melhorar de vez heim. -Ouvi a voz de Kell mas eu não sabia mais falar. -A história de deixar você me desenhar nua era brincadeirinha viu. -Ela cochichou no meu ouvido. Senti vontade de rir mas eu não conseguia. Eu não sabia fazer nada além de mover os olhos para lá e para cá.
Vózinha Diná apareceu e eu queria abraça-lá, gritar que estava tudo bem. Mas como?
-Agora que ela acordou, vamos ter que anestesia-lá novamente. -Ouvi uma voz feminina estranha e eu queria dizer que não queria dormir mais. -Vamos tirar os aparelhos que ajuda na respiração e ela precisa dormir para não força muito os pulmões.
-Não corre risco dela voltar para o coma? -Vó Diná pergunta.
-Não. -A voz novamente fala. Escuto mais algumas outras coisas que elas falavam, mas eu não entendia. Apaguei novamente.
Laura
Estava mexendo no notebook quando mãe veio até meu quarto. Já era quase nove horas da noite.
-Tenho boas notícias. -Mãe senta na cama com um sorriso estampado no rosto. -Sabe quem acabou de ligar? Dona Diná!
-O que ela disse?- Com certeza é sobre Eduarda. -Fala mãe, por favor.
-Sua amiguinha acordou.
-Sério mãe? -Fiquei feliz instantaneamente e abracei-lá. -Me leva lá mãe.
-Não senhorita! Chega de hospital, minha querida.
-Por favor, mãezinha. -Coloquei as mãos postas e fiz biquinho, mas não teve jeito.
-Não, Laura. Vai dormi que eu sei que você não tem dormido bem ultimamente. -Ela me beijou a testa e saiu.
No fundo minha mãe tinha razão. Meus olhos estavam cada vez mais pesados e eu precisava dormir. Desliguei o note, demorei um pouco olhando o teto e acabei adormecendo.
Kelly
A médica falou que Eduarda dormiria a noite inteira. Como Duda não corria risco algum e não precisaria de nós lá, foi difícil, porém consegui convencer vó a ir-mos para casa.
Chegamos e a casa estava uma bagunça. Arrumamos enquanto o jantar ficava pronto, jantamos e fomos deitar. Continuei no quarto de Eduarda que tinha uma varanda com vista para algumas partes da cidade. Armei uma rede e fiquei olhando as estrelas. Não sei quanto tempo eu passei ali até adormecer. Acordei com o frio da madrugada, olhei em meu celular e eram 1:40 da manhã, tinha duas ligações perdidas de Rick e uma de um numero não salvo. Fui para a cama e voltei a dormir.
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A Breve História De Kelly e Laura
Любовные романыQuem ama antes do beijo, antes do toque, entende o que é amor de verdade. Mal sabia Kelly Sykes que aos 20 anos apaixonar-se pela primeira vez, ainda mais pela namorada de sua prima seria algo tão doloroso. Laura Mendes, quinze anos. Envolvida em...