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Laura

Senti alguém subindo em cima de mim e o cheiro de Carol invadia meu quarto.  Como estava em um sono profundo, achei que fosse meu subconsciente idealizando minha amiga pela falta que ela faz.  Senti alguns beijinhos no meu rosto e eu forcei meus olhos para abrir, mas o sono impedia. Não senti mais a presença de minha amiga e acabei relaxando.
-Aaaaaaaah! -Senti meu rosto molhado e alguns pingos d'água entrando no meu ouvido.
-Sempre funciona!  -Carol ria com um copo na mão.
-Desgraçada!  O que estás fando aqui?
-Vim te ver! -Ela abriu os braços. -Cadê meu abraço? 
-Poderia nem falar contigo... -Me levantei e abracei ela. -Mas eu estava com tanta saudade. No entanto, isso vai ter volta, viu!
-Sem tinta dessa vez! -Ela se afastou e sentou na cama. -Senta aqui, Laura!
-Já sei... Estou magra,  doente e blá blá blá.-Sentei perto dela. -Você não tem noção do que eu tenho passado ultimamente.  Eu sei que isso não justifica, mas... na boa, eu estava sem chão.
-Eu faço parte desse seu sofrimento?
-Senti sua falta. - Carol e eu já estava-mos chorando. -Fiquei meses sem falar com ninguém.
-Eu não imaginava que você gostava tando dela... Eu deveria ter feito alguma coisa... Estou com tanta raiva de pai! Ele deveria ter falado para mim como estava.
-Você perguntava por mim? 
-Sempre! Mas ele dizia que você estava bem...
-Ele sabia de mim...-Fiquei decepcionada com tio Mário.-Mas ele deve ter os motivos dele.
-Desculpa, Laura! -Ela passou a mão em meu cabelo e me abraçou. -Te amo!
-Também te amo. Me afastei dela. -Por que veio?
-Vim a trabalho! -Ela sorriu. -Por sinal... -Ela levantou e foi até onde estava uma bolsa. -Alguém te mandou isso aí! -Ela me entregou.
-Kelly... -Falei ao lembrar da última vez que conversamos. Abri o pacote e o cheiro de Eduarda exalou da blusa dela . Respirei fundo sentindo o perfume de Eduarda.
-Eu que falei pra ela que você gostava de livros!  -Carol entregou outro pacote.
-Cidade de papel... Queria mesmo esse. Amei! -Olhei outro. -A sereia... Esse eu nem sabia que existia! -Abri um página aleatória. -Os livros é um porto seguro, um mundo separado do meu.
-E ainda tem esse... -Carol me entregou mais um pacote.
-Não acredito!  -Quase tive um treco quando abri e tirei um pijama branco com unicórnios cor de rosa e uma pantufa em forma de unicórnio. -Coisa mais linda. Amei!
-Me arrependi no memento em que falei para ela do seu bendito pijama de unicórnio.
-Ele é lindo, Carol!
-Só você acha, queridinha.-Carol se jogou na minha cama. -Posso dormir aqui, né?
-Não! Pensa que eu esqueci da sua brincadeirinha?
-Obrigada por deixar.-Carol já estava coberta com meu lençol. -Aquilo não era hora de está dormindo.
Olhei a hora no celular e já eram dez e vinte da noite. Me ajeitei em um pequeno espaço que restou da minha cama e acabei dormindo novamente.

Kelly

Já era madrugada ai no Brasil quando o avião pousou na Inglaterra e minha vó estava me esperando. Abracei-lha e um primo que também me esperava e fomos para a casa de um parente, onde ficaria os dez dias que permanecerei aqui.
Muitas conversas com minha vó no percurso, mas ela me convenceu a não ir direto para o hospital como planejei durante a viagem. Estáva muito cansada e precisava urgente de um banho e algumas horas de sono. Porém, amanhã ou hoje, eu não sei como está o dia com a confusão do fuso horário, eu iria ver minha prima assim que acordar. 
Cheguei a tal casa de uma prima da minha vó e fui muito bem recebida, tomei banho e comi alguma coisa que até agora não sei o nome, porém como dizia Eduarda: -É  comestível! -Segui os concelhos da minha ex-professora de inglês e tentei traduzir só as palavras que eu realmente sabia o significado e juntar para formar as frases e se querem saber o resultado: Me ferrei! Não consigo entender nada sem a ajuda de vozinha.
Me levaram para o quarto de uma garota que dormia e me acomodei em uma cama posicionada perto da parede. Fiquei alguns minutos tentando mexer no celular que estava todo modificado e abandonei ele de lado depois que desisti. Encarei o teto por mais um tempo e acabei dormindo.
"Laura e Eduarda discutiam por trás de uma vidraça e eu tentava me aproximar. Andava de um lado a outro tentado encontrar uma brecha para eu conseguir passar. Eu sentia que o próximo passo de Eduarda seria machucar Laura.
-Eduarda não faria isso!  -Encontrei uma pedra e joguei com força no vidro e vi estilhaços voarem para todo lado.
-O que faz aqui? -Eduarda tinha ódio nos olhos enquanto Laura chorava sentada no chão. Ouvi umas risadas um pouco alteradas e procurei saber quem mais estava ali.
-Deixa Laura em paz! -Empurrei Eduarda.
-Ora,  ora Kelly Sykes. -Beatriz se aproximou. -Vai machucar a priminha por causa dessa garota?  -Soquei o rosto dela quando ela empurrou Laura com o pé..."
-Girl! Awake!  Please, awake! -Fui acordada, no momento em que apanhava feio de Beatriz, pela garota que antes dormia na cama ao lado.
-Nossa! -Passei a mão no meu rosto soado. -Obrigada por me acordar.
-Sorry! I am not understand!
-Nem eu consigo te entender! -Sorri! - I... Speak that... Agradecer?! Thank for... For não... to awaked...
-Ah você quer me agradecer por ter te acordado é isso?
-O que?  Tais de sacanagem comigo?  Você sabe falar português? 
-Nao muito! Se falar lento entendo um... Pouco!
-Que bom! Por que eu não entendo nada.  -Olhei a hora na tela do celular.-Acho que não é essa hora! 

A Breve História De Kelly e LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora