QUARENTA E SETE

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- Gael? – Repetiu Sofia ainda processando a informação. – Você disse que se chama Gael? Aquele Gael que está matando todos os amigos de Zuriel?

- Não, eu não matei ninguém. – Defendeu-se o rapaz.

- Meu Deus, porque será que eu só me envolvo com psicopatas? Eu tenho que sair daqui agora.

- Espere um pouco Sofia, nós precisamos conversar. – Disse Gael segurando a enfermeira pelo braço.

- Me largue! Mas... o que está acontecendo? O que está fazendo comigo?

Sofia tentou retornar para seu corpo mas não conseguiu, era como se Gael estivesse aprisionando sua mente junto à dele.

- Como você consegue fazer isso? – Questionou ela irritada. – Me deixe sair daqui agora.

- Eu não posso te deixar ir ainda. – Insistiu Gael. – Veja bem, meu corpo e mente estão muito fracos e provavelmente não conseguirei te segurar aqui dentro por muito tempo, mas eu preciso te explicar o que está acontecendo, então eu te suplico que pare de lutar e me deixe falar Sofia.

- Como você sabe meu nome? Eu nunca te vi antes.

- Você promete que não tentará fugir?

Sofia ainda desconfiada, consentiu com a cabeça.

- Ótimo! – Disse Gael sorrindo. – Você tem razão, eu realmente não te conhecia até você invadir meus pensamentos.

- E como você tem consciência de que eu estou aqui? Normalmente eu entro e saio sem ser percebida

- Bom, você já deve ter percebido que guillen e humanos apesar de fisicamente parecidos, são bem diferentes, não é mesmo? – Continuou o rapaz. – Nossa fisiologia é um pouco diferente, por isso nosso cérebro funciona de uma maneira peculiar. Você só conseguiu invadir minha mente porque eu permiti e isso acabou criando uma ligação entre nós que me deu acesso a sua mente também.

- Quer dizer que nesse exato momento você também está vasculhando minha cabeça?

- Sim.

- Que coisa estranha, nunca tive ninguém fuçando em minha cabeça antes.

- Pode ficar tranqüila que não irei espalhar nenhum de seus segredos. – Riu o guillen.

Sofia franziu as sobrancelhas desaprovando o comentário.

- Mas o que eu preciso te falar é outra coisa. – Continuou Gael. – Vi em suas memórias que mah zarifon estão achando que eu sou o causador das mortes, é isso mesmo?

- Sim, eles têm absoluta certeza que é você quem está arrancando as cabeças por ai.

- Sofia, você precisa acreditar em mim. – Suplicou o rapaz. – Eu não fiz nada, estou preso aqui desde o dia que isso tudo começou.

- Mas se não é você, quem é então?

Gael respirou fundo e mordeu o lábio em sinal de nervosismo.

- Veja bem, eu provavelmente não conseguirei mais sair desse lugar com vida. – Continuou ele. – Eu sinto que não vou conseguir sair dessa, mas não posso morrer sabendo que meus irmãos estão achando que sou um traidor. Então eu preciso que você conte para eles a verdade, não deixe eles enganados Sofia.

- Bom, eu também não sei se conseguirei sair daqui com vida, as chances parecem bem remotas, mas se conseguir me provar sua inocência, com certeza lhe ajudarei.

- Ótimo. Muito abrigado. – Sorriu Gael. – Sendo assim, preciso que veja algo.


Elafium: A guerra ocultaOnde histórias criam vida. Descubra agora