CINQUENTA E TRÊS

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- Eu sabia que tinha algo de errado com essa cretina! – Gritava Sofia inconformada andando de um lado para o outro. – É Micaela quem está por trás de toda essa loucura. Matou os próprios amigos.

- Sim, é isso mesmo. – Concordou Gael com certa tristeza no rosto.

- Esse tipo de biscate deveria queimar o rabo no fogo do inferno para toda a eternidade.

- Eu acredito que de qualquer maneira isso irá acontecer.

- Mas ela estava usando a sua arma. Porque você deixou esse cruzamento de Judas com Visconde de Sabugosa usar sua arma? Perdeu o juízo por acaso?

- Não! – Defendeu-se Gael surpreso com a agressividade da garota. – Quase todos os guillen da minha Casa tinham permissão para usar minha kasini. Normalmente somente nossos kifon podem fazer isso quando estão nos treinando, mas os outros também ajudaram Sarina no meu treinamento.

- Mas você deveria ter previsto que essa mulherzinha ardilosa não era confiável. Agora todos os seus companheiros estão em seu encalço achando que você é o responsável por isso tudo. Se te encontrarem inconsciente dentro daquela jaula em que estamos você não vai ter nem tempo de dizer bom dia antes de ser pendurado pelo pescoço.

- É por isso que estou te contando a história verdadeira. E de qualquer forma eu não creio que conseguirei sair desse lugar vivo. Zaaria e Lecto Sirrah me torturaram por muito tempo e meu corpo está bastante debilitado, provavelmente não aguentarei muito tempo mais.

- Não, isso não vai acontecer. Você sairá daqui comigo nem que seja arrastado.

- Não se preocupe com isso, apenas arranje uma maneira de sair daquela cela e honrar a minha memória. Conte a verdade para mah zarifons e não permita que minha morte tenha sido em vão.

Sofia comovida, se aproximou e colocou suavemente as mãos no rosto de Gael.

- Não se preocupe, você mesmo irá lhes contar tudo.

Gael apenas retribuiu com um sorriso e um olhar duvidoso e cansado.

- Está bem, Sofia. Eu confio em ti. - Então uma luz branca explodiu entre eles.

Quando sua visão se restabeleceu, Sofia se encontrou novamente ajoelhada no chão da prisão ainda com as mãos sobre a cabeça de um Gael desacordado. No outro canto da cela Plínio permanecia sentado, mais pálido que o usual e suando exageradamente enquanto lhe observava com estranheza.

- Está tudo bem com você? – Questionou Sofia correndo para verificar o homem. – Você está pelando em febre.

- Você ficou muito tempo ali na mesma posição. – Respondeu o farmacêutico com certa dificuldade. – O que aconteceu?

- Descobri tudo que precisava. Você não vai acreditar quem é esse cara aí no chão.

Plínio exibindo um olhar vago, parecia estar prestes a desmaiar a qualquer momento.

- O que está acontecendo contigo afinal de contas? – Questionou Sofia.

- O composto 23. Eu acho que tenho pouco tempo agora.

- Precisamos te tirar daqui então. Gael também.

- Quem é Gael?

A enfermeira ignorou a pergunta e correu para a entrada da cela onde do lado de fora o homem truculento - antes possuído por Lecto Sirrah - continuava deitado inerte no chão. Sofia enfiou o braço por entre as grades esticando o máximo que podia para tentar alcançar a chave que estava ao lado dele. Seus dedos quase encostavam nelas, mas por mais que tentasse, ainda lhe faltava alguns centímetros para alcançar. Tentou por diversas vezes sem êxito até seu ombro começar a doer.

Elafium: A guerra ocultaOnde histórias criam vida. Descubra agora