VINTE E OITO

62 10 3
                                    

- Às vezes eu acho que na verdade você sente algum prazer com este tipo de trabalho, Golias. – Afirmou o agente Barbara observando o companheiro em frente ao computador. – Você está há horas observando estas fotos.

- E você está há horas me observando. – Respondeu o anão olhando por cima dos óculos.

- Gosto desse seu rostinho bonito. - Riu o agente. - Mas isto não muda o fato de que é estranha esta sua obsessão.

- Não existe nada de estranho em se dedicar ao trabalho, coisa que você também deveria fazer ao invés de ficar me enchendo o saco. Finja pelo menos que serve para alguma coisa e me ajuda a encontrar mais evidências.

- O que mais você acha que pode encontrar? Você já ficou um tempão analisando o corpo da guillen nas grutas, agora não desgruda das fotos dela.

- Sempre existe algum detalhe que podemos estar perdendo.

- Sei, para mim isso se chama tara, das mais bizarras aliás.

- Pare de falar asneiras. Eu até concordo que possuo alguns costumes bizarros, mas fora o fato de medir aproximadamente três quartos da altura média de um homem adulto, eu sou um cara bem comum.

- Coitado do agente Golias, não se conforma por ser baixinho. – Zombou Barbara despenteando os cabelos do outro.

- Muito pelo contrário. Eu assumo que até certa idade isto me incomodou muito, mas hoje não mais. Apenas não gosto quando pessoas ridículas feito você, que se acham lindas e perfeitas se sintam superiores e no direito de zombarem de minha cara por puro esporte.

- Contenha a sua inveja agente Golias, afinal de contas eu não me acho perfeito, eu sou perfeito. Olhe só esses cabelos louros, parecem fios de seda e o que falar destes olhos azuis cristalinos então? - Provocou o agente sorrindo.

- Você é um perfeito imbecil, Caco Antibes. Isso sim. – Insultou em tom alto ignorando o telefone que tocava.

- Não fale assim. Olhe para este bíceps. Dá uma apertadinha, eu sei que morre de vontade. – Disse Barbara pousando a mão de Golias sobre o músculo.

- Chega! Você é um ser desprezível agente Barbara. – Respondeu o anão irritado resgatando a mão de volta. – Sinceramente eu não entendo como uma organização como esta permite que um ser tão inútil como você, venha trabalhar aqui.

- Inútil? Taí uma coisa que eu não sou. – Respondeu Barbara acertando a postura. – Eu sou um agente de verdade, pronto para a ação. Já enfrentei e matei diversas criaturas que te derrubariam com um simples sopro, enquanto você não passa de um rato de laboratório prepotente que só serve para analisar fatos ocorridos e tratar com desprezo e repulsa aqueles que te intimidam. Deus sabe por que te fez pequeno amiguinho, você já é insuportável deste tamanho, imagine só se pudesse olhar as pessoas de cima.

- Ah, senhor Barbara se você soubesse o tamanho da minha repugnância por ti, não se atreveria em me dirigir a palavra. – Respondeu Golias subindo na cadeira para encarar o agente nos olhos. - Mas apesar da minha altura você pode ter certeza que eu ainda irei te olhar de cima e tenho absoluta convicção que neste dia você implorará por ajuda e eu simplesmente irei rir de sua cara patética.

- Eu adoro quando você mostra sua verdadeira face, criaturinha. - Respondeu Barbara apertando as bochechas de Golias. - Eu sei que você esconde algo de nós. Algo perverso que somente o pequeno Golias sabe onde está guardado, mas escreva minhas palavra pequenino, um dia eu irei te desmascarar.

- Estou interrompendo o momento íntimo das duas moças por acaso? – Perguntou o agente Wilson invadindo a sala.

- De maneira alguma chefe. – Respondeu Barbara encabulado se recompondo.

Elafium: A guerra ocultaOnde histórias criam vida. Descubra agora