QUARENTA E TRÊS

42 9 14
                                    

- Eu juro que foi sem querer mãe. Eu não queria matar ninguém.

- Eu sei disso meu filho, você não foi culpado de nada. Estava apenas tentando ajudar.

- Mas ele morreu mãe. Caiu em um buraco sem fim, e por minha causa.

Bernadete Sulivan estava sentada ao lado do filho tentando consolá-lo, enquanto ele repousava a cabeça sobre suas pernas chorando desesperadamente. Em pé logo a frente se encontrava o agente Wilson e o agente Golias observando a cena sem saberem ao certo o que dizer.

- Axel, a morte do agente Barbara não foi sua culpa. – Reforçou Wilson. – Tire isso da cabeça.

- Não agente Wilson, eu derrubei ele. Anabella está me ajudando a controlar a telecinésia e eu achei que estava indo bem. Tinha certeza que conseguiria trazê-lo para cima assim como fiz com o agente Golias.

- Mas você não o derrubou, infelizmente um galho acertou violentamente sua cabeça e você desmaiou, não foi isso Golias? – Questionou Wilson.

- Sim, exatamente! – Concordou o pequeno agente. – Tinham várias pedras e galhos flutuando ao redor de Axel enquanto ele se concentrava para nos erguer e um deles acabou atingindo a sua cabeça com muita força.

- Você não tinha como controlar isso filho. - Reforçou Bernadete.

- Mas mãe, se eu tivesse me esforçado mais como a Anabella me ensinou, nada disso teria acontecido. Ela nunca mais vai olhar na minha cara.

- Claro que não meu filho. Tenho certeza que ela compreenderá.

- Puxa, mas eu gostava tanto do agente Barbara, porque não deixei o Golias cair no lugar dele?

Golias cerrou o cenho visivelmente ofendido.

- Chega filho, vamos embora desse lugar imediatamente. – Ordenou Bernadete puxando Axel pelo braço. – Eu sempre te disse que essa brincadeira de agente secreto não ia dar certo.

Axel se assustou com a reação da mãe.

- Não mãe, dá certo sim. Foi só um erro bobo na verdade. – Disse sendo empurrado pela mãe para fora da sala.

- De repente virou um erro bobo? – Ironizou Bernadete. – Erro ou não, isso custou a vida de outra pessoa.

- Mas mãe, isso não vai mais acontecer, eu prometo.

- Ah, mas disso eu tenho certeza, porque nunca mais você vai entrar neste local.

- O que? Não mãe, por favor, não faz isso comigo. – Suplicou Axel já na saída do prédio.

- Não adianta choramingar, já está decidido. Agora entre no carro Axel.

- Não, eu não vou entrar. Eu tenho que trabalhar. – Disse cruzando os braços e batendo o pé feito um criança de cinco anos.

- Axel Nataniel Sulivan, eu contarei até três e se você não estiver dentro desse carro até lá, vai se arrepender.

- Eu não vou entrar. - Insistiu.

- Um...

- Mãe, para.

- Dois...

- Ai que saco! Eu te odeio! – Praguejou antes de entrar no veículo e bater a porta com toda a força.

Bernadete Sulivan então retornou para a entrada do prédio onde os outros dois agentes esperavam constrangidos.

- Dona Bernadete, a senhora não precisa ser tão dura com o rapaz. – Começou Wilson. – Ele tem muito potencial...

Elafium: A guerra ocultaOnde histórias criam vida. Descubra agora