POV. HERMIONE
Viktor Krum havia mudado, seu cabelo estava um pouco maior, arrumado impecavelmente em um topete, o cavanhaque não estava mais ali. Seus olhos me avaliavam, ele parecia surpreso em me ver ali.
— Não esperava te encontrar aqui — disse ele ainda sorridente.
Dei um meio sorriso.
— Vim para assistir ao jogo amanhã — disse, *obvio Hermione Granger*.
— Nossa, você ... cresceu — disse ele torcendo a palavra — Não nos vemos desde o casamento.
— Pois é — falei olhando para os lados.
Não me sentia avontade sobre seu olhar atento que ia de cima a baixo por meu corpo, inconscientemente corei.
— Esta com os Weasley? — perguntou ele, seguindo meu olhar para o lado.
— Hã, não ...
Ele sorriu mostrando todos os dentes, pareceu satisfeito com a minha resposta.
— Se quiser pode ficar na barraca em que eu estou, pelo menos não ficará sozinha — disse ele enfiando as mãos no bolso como quem não quer nada. Mordi o labio inferior e ergui as sobrancelhas, eu percebi as intenções por trás de suas palavras.
— Não estou sozinha — respondi rapido.
Ele murchou um pouco, decepcionado. Lancei a ele meu melhor sorriso de desculpas.
— Entendi ... Bom, eu vou jogar amanhã para os Appleby Arrows — disse com presunção — Vai torcer por mim, não vai?
Ele abriu um sorriso novamente, suas covinhas na bochecha aparecendo.
— Claro que sim — falei meio tímida.
Ele assentiu piscando, me deixando sem graça. Um silêncio constrangedor baixou, não tínhamos assunto.
— Então é ... Não quer dar uma volta? — perguntou ele passando a mão na nuca.
— Obrigada, mas não — falei automaticamente.
Tentei sorrir para ele mais não saiu direito eu acho. Krum se aproximou um passo de mim. Ele se inclinou para falar perto de meu ouvido.
— Podemos fazer como antes em Hogwarts, você se lembra? — disse.
— Viktor se não se importa não quero falar sobre isso — falei com gentileza me afastando um passo.
Ele pareceu sem graça quando sorriu levemente.
— Ta legal, não esta mais aqui quem falou — disse .
Expirei. Olhei para trás ansiosa, esperando ver Draco voltando, mas não o vi. Comecei a beter o pé impacientemente.
— Me desculpa, mas ... com todo o respeito, você esta linda Hermione — murmurou.
Arqueei uma sobrancelha e mordi o lábio agoniada.
— Viktor, por favor — falei parecendo cansada.
— Não consigo evitar — falou com um dar de ombros, sorrindo com zombaria.
— Ta tudo bem aqui? — disse Draco bem ao meu lado, me dando um susto.
Levei a mão ao coração e o olhei.
— Pelas barbas de Merlin, quer me matar do coração Draco?! — reclamei.
Ele fitava Krum dos pés a cabeça com os olhos meio semicerrados, nada receptivo, os braços cruzados no peito, a postura ereta.
— E você, quer o que? — indagou ele indicando Krum com a cabeça.
Eu olhava de um para o outro.
— Estava apenas conversando com Hermione. Não nos vemos a tempos — respondeu Krum, completamente alheio ao humor de Draco.
— Já conversou. Pode ir agora — disse Draco com grosseria.
Lancei a ele um olhar de sensura, ele não precisava ser grosseiro.
— Calma cara, somos só amigos agora — disse querendo provocar, distorcendo a palavra "agora".
Suspirei, irritando-me com os dois. Draco se remexeu.
— Mesmo assim acho melhor você ir — falou Draco baixo, soando ameaçador.
Krum analisou Draco brevemente, em seguida me olhou de esguelha.
— Você não fala por ela — respondeu Krum calmamente.
— Não estou falando por ela. To falando por mim, não quero você de conversinha com a minha namorada — disse Draco devagar.
Era a primeira vez que ele falava daquele jeito "minha namorada". Ao ouvir essas palavras saírem de sua boca senti-me vivendo a vida de outra pessoa, não conseguia me associar a "namorada de Draco Malfoy" ... Mas ao mesmo tempo me senti estasiada e apaixonada. Ver ele falar assim só mostrava o quanto as mudanças nele foram significativas. Ainda assim não estava gostando desse assunto dos dois, Draco era explosivo e sentia que a qualquer momento essa "conversa" acabaria em duelo.
— Acho melhor ambos irem embora — falei com um sorriso de lado — Vamos Draco?
Ele me olhou de canto, desconfiado.
— Ta avisado — disse ele apontando o dedo para Krum enquanto passava o outro braço por meu ombro.
— Tchau Viktor — murmurei com um leve aceno de mão.
Draco me impulsionou para a frente, e seguimos, deixando Krum para trás. Respirei aliviada.
— Conseguiu uma barraca? — perguntei.
— Uhum — murmurou.
Fitei seu rosto por alguns segundos, Draco estava de cara fechada. Percorremos uma grande parte da floresta, uns 15 minutos mais ou menos, seguidos pelo som de risadas, assovios e cantorias vindo das varias pessoas que ali estavam. Paramos em um trecho afastado, em baixo de uma grande árvore, havia uma tenda um pouco a frente, mas só. Os demais estavam longe da vegetação, mais próximos ao rio. Draco armou a barraca com um aceno da varinha e um feitiço não verbal, assim que terminou entrou sem falar absolutamente nada. Fechei os olhos contando mentalmente até dez antes de entrar também. Então entrei. Como esperado era muito espaçoso lá dentro - o oposto do que se via por fora, que era quase como uma barraca de criança -, era tudo muito limpo, lustroso e diferente da barraca que fiquei na Copa Mundial de Quadribol e a que acampei com Harry e Ron. Era menor em relação as outras, e irritantemente verde. Onde quer que eu olhasse havia verde, vaaaaaaarios tons de verde. Havia um sofá vitoriano grande e verde escuro defronte a uma lareira onde um fogo baixo estalava, o chão era um carpete verde oliva; mais próximo a entrada tinha uma mesa preta com quatro cadeiras e a frente uma pequena cozinha verde esmeralda, ao fundo depois de um pequeno degrau, encoberto por uma cortina fina e verde clara se encontrava uma cama - sua estrutura era de ferro, que se ondulava, lembrando uma cobra, o mosquiteiro era de um verde escuro como o sofá, a coxa da cama prateada com quatro travesseiros grandes verde claro por cima. Nas paredes da barraca haviam alguns pôsteres de um time de quadribol que eu desconhecia, em cima da lareira o brasão da Sonserina. Eu devia imaginar. Draco estava deitado no sofá com o braço direito tampando os olhos. Me aproximei dele devagar e sentei-me a ponta do sofá, perto de suas costelas, onde havia uma pequena brexa. Ele tirou o braço do rosto e me olhou, parecia nervoso.
— Hermione você ficou com aquele cara? — perguntou ele de repente.
Processei sua pergunta alguns segundos.
— Apenas no ano do Torneio — respondi em voz baixa, sendo sincera.
— Preferia ouvir que não aconteceu nada entre vocês — disse ele.
O fitei confusa.
— Preferiria que eu mentisse?
Franzi o cenho.
— Não, é que... na época do Torneio, durante o baile de inverno, eu fiquei me perguntando por horas se vocês tinham se envolvido, se eram mais que amigos — ele riu-se de si mesmo, mas não chegava ao seus olhos.
— Não tem importância, já passou — murmurei.
Ele sentou-se rápido, parando com o rosto a centímetros do meu.
— Vai me achar muito louco se eu disser que eu ainda me importo? — murmurou ele, o hálito gelado entrando em minha boca entre aberta, deixando-me atordoada.
— Queria que esses caras nunca tivessem passado por sua vida. Queria ter sido o único — disse ele uma vez que não respondi.
— Considere-se o único ... Eu nunca fui tão longe com alguém como é com você — falei um pouco corada.
Ele me olhou confuso, analisando minhas palavras. Era verdade, eu nunca tinha ido tão longe com alguém antes. Quer dizer, Ron deve ter sido o mais próximo. Não chegamos a fazer sexo e ficamos juntos por um ano; e não, não foi por falta de oportunidade, pode se dizer que tivemos muitos "quase" e que Ron era meio devagar. Não vou por a culpa inteiramente nele, eu morria de medo de me entregar assim, não me sentia pronta. Quando Draco entrou naquela "banheira" comigo, quando me beijou e eu senti seu corpo no meu, eu o quis. Era pra acontecer, eu não tive receios em relação a ele, a me entregar a ele, era pra ser. Draco pareceu compreender o que eu quis dizer, seus olhos de arregalaram um pouco fazendo-me corar mais.
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Reverse - Dramione
Fanfiction"Minha vida toda foi uma cilada. Eu errei, fui fraco e me submeti a ordens de um mestiço imundo, virei um assassino e me orgulhava disso. A marca negra ainda estava ali em meu ante braço para me lembrar todos os dias do quão desprezivel minha vida e...