Um pouco de sangue começou a escorrer da orelha do Weasley. Ainda achando pouco chutei a leteral de seu corpo no chão.
— Levanta Weasley — falei entre dentes dando mais um chute em suas costelas.
Assim seria facil demais, eu queria ele em pé para poder arruinar aquela cara de idiota dele.
— Draco pare ! — exclamou Hermione me segurando pelo cotovelo ao mesmo tempo em que Potter se abaixava ao lado do Weasley.
— Você é louco Malfoy !? — esbravejou Potter.
Weasley começou a piscar, recuperando os sentidos. Uma vozinha perversa em minha cabeça me incitou, *acabe com ele*. Ele abriu os olhos e tentou erguer a cabeça para levantar, me preparei para outro chute. Hermione me puxou para tras com força antes que eu pudesse acerta-lo. Cambaleei para tras e a olhei irritado.
— Hermione, me deixa acabar com esse palhaço — falei baixo, com raiva.
Atras dela o Cenoura havia se sentado e esfregava o lado da cabeça, ele me olhou com raiva.
— Eu vou acabar com você Malfoy — grunhiu.
— Pode vir Weasley ! — falei abrindo um sorriso em desafio.
Ele se levantou e Hermione entrou na minha frente e Potter o agarrou pelos braços, segurando-o para que ele não avançasse.
— Hermione — disse Potter gesticulando com a cabeça em direção a porta.
Hermione assentiu, sacou a varinha, houve um click da porta sendo trancada e em seguida ela murmurou "Abaffiato".
— Ninguem vai brigar aqui, certo ? — disse Potter.
— Ta do lado dele agora, é isso mesmo ? — falou Weasley, indignado.
— Não estou do lado de ninguem Rony. Vocês dois estão errados — disse olhando de mim para o pobretão.
Eu ri com desdém.
— É serio Draco ! Ja parou pra pensar que os irmãos de Ron estão aí ? — disse Hermione com severidade.
— E dai, acabo com todos eles em dois segundos — falei presunçoso.
— Argh ! Eu to falando sério. Não importa o que Ronald fez, nada justifica isso — disse ela alarmada, olhando de mim para a pequena poça de sangue no chão.
Cruzei os braços no peito, na defensiva.
— Não vou ficar no mesmo lugar que esse ... — começou o pobretão.
— Ouse terminar essa frase e eu arranco seus olhos das órbitas — ameacei interrompendo-o.
— Draco — disse Hermione em tom de sensura.
Revirei os olhos.
— Qual é Hermione, esse cara aí te agarrou a força e você quer que eu deixe pra la ? — falei descrente.
— É exatamente o que eu quero. Draco, escuta, perder a razão não é a melhor maneira de resolver isso. Aliás nem era preciso, conversamos sobre isso e eu disse a você que ja tinha resolvido — disse meio irritada.
— E você não vai embora — disse Potter ao Weasley.
— É claro que eu vou !
— Não to falando pra você ficar colado no Malfoy, to falando apenas pra ficar — Potter estava irritado.
Weasley bufou e se soltou de Potter, pegou a varinha e apontou para a porta murmurando "Alohomora". Lançou um olhar a todos ali, se demorando em mim. Ergui ainda mais a cabeça, aquilo fora pouco, se Potter e Hermione não estivessem ali, ah ... o pobretão estaria morto !
— Vai ter volta — disse ele ao passar por mim.
— Vou esperar ansioso — retruquei, uma risada curta de desdém escapando de meus labios.
Ele saiu e bateu a porta com força, fazendo-a vibrar. Hermione me olhou com desaprovação. Oras, eu não estava errado, não me sentia assim. Ele merecia muito mais.
— Desculpe Harry — disse Hermione
— Não se preocupe. Eu entendo um pouco o Malfoy — abri um sorriso de deboche — um pouco ! — enfatizou.
Hermione arregalou um poucos os olhos, eu entendia a surpresa dela, eu também estava um pouco surpreso, só não me manifestei. Permaneci impassivel, os braços cruzados com tanta força que meus musculos doíam.
POV. HERMIONE
Era isso que acontecia quando havia muita testoterona em um unico ambiente: briga. Depois que as coisas foram "resolvidas", Draco, Harry e eu subimos de volta a sala onde todos pareciam alheios ao pequeno confronto que houve na cozinha.
— Ainda é esquisito ver vocês dois assim — comentou Gina fazendo uma careta.
Draco me abraçava por tras, o rosto apoiado em meu ombro enquanto balançavamos sutilmente no ritmo da musica que tocava. Toda hora um dos Weasley nos olhava com certo choque. Posso imaginar o quanto essa "cena" é desconcertante para eles.
— Só porque Malfoy era um cretino com a Mi ? — perguntou Luna sem o menor senso de "filtro", como sempre.
— Era, aham — desdenhou Gina.
— Era, não é mais. As pessoas mudam — falei dando de ombros, querendo mudar o assunto.
— Sera ? — provocou Gina.
— Como você é irritante Ginevra Weasley ! Draco mudou sim, você sabe.
— Todos merecem uma segunda chance, até mesmo um ex-Comensal da Morte — disse Luna a Gina, com um toque de sarcasmo.
Comecei a contar mentalmente até dez para ter paciência, mas Draco interrompeu minha contagem.
— Da pra vocês pararem de falar de mim como se eu não estivesse presente — resmungou Draco.
— Só verdades — murmurou Gina — vocês brigavam como cão e gato e agora estão assim, agarrados. É estranho — continuou.
— Você pegou metade de Hogwarts e agora esta com Potter, é estranho. — debochou Draco tentando imitar a voz dela.
Dei um beliscão discreto em seu braço, alertando-o para parar.
— Não tem nada de estranho nisso. E não "peguei" metade de Hogwarts seu idiota — rebateu a ruiva constrangida.
Antes que Draco pudesse retrucar arrastei ele para um canto distante da sala. Ele ergueu as sobrancelhas em tom de pergunta.
— Ta querendo começar outra briga? — falei.
Ja estava irritada com ele com o que acontecera na cozinha, então qualquer coisa que ele fizesse agora resultaria em uma explosão de nervos da minha parte.
— Merlin ! Ela pode dizer o que quer e eu não ? — retrucou ele frustrado.
— Gina e Luna falam sem pensar. Você fala mal intencionado, é diferente — respondi.
Ele riu com desdém.
— Ah claro, suas amiguinhas são inocentes.
Suspirei.
— Só ... se controle — pedi.
— Não, não vou me controlar. Não quero ficar aqui Hermione, eu ... não me sinto bem com essas pessoas, não entende ? — disse ele, seu tom uma mistura de cansaço e irritação.
— Logico que não, você não se esforça nem um pouco pra pelo menos tentar — rebati frustrada.
Olhei brevemente para tras para ver se alguem estava reparando em nosso pequeno confronto, mas todos estavam concentrados em suas proprias conversas. Draco balançou a cabeça em negativa.
— Não me esforço ? — falou incrédulo — Só de eu estar aqui ja é um esforço e dos grandes! Um esforço que fiz por você — disse irritado.
Ta, talvez ele estivesse certo, só de vir aqui eu sabia que era um grande passo se tratando dele. Mas eu estava irritada demais pra adimitir isso.
— De má vontade não adianta — falei.
— Quer saber, eu não to a fim de discutir. Muito menos por causa dos Weasley — ele pronunciou o sobrenome como se fosse um palavrão.
— Não estamos discutindo por causa deles e sim por seu comportamento ...
Me interrompi diante do olhar de Draco, ele parecia devastado, mordi meu labio um pouco confusa. Eu não tinha sido tão dura com ele a esse ponto. Então porque ele estava assim ? Ele percorreu as mãos pelo cabelo, uma mania, notei a algum tempo que ele faz muito isso quando esta irritado e impaciente. Mas seus olhos pareciam dizer outra coisa.
— Vamos embora ? Por favor ? — pediu ele em voz baixa.
Seus olhos perfurando os meus.
— Draco ...
— Por favor ? — pediu de novo.
Respirei fundo.
— O que você tem ? — perguntei.
— Nada, só estou de cabeça cheia. Precisava ficar só com você ... ficar em paz.
Tinha alguma coisa errada com ele. Me peguei pensando se tinha algo a ver com seus silêncios repentinos durante o dia. Quando ele parecia ter deixado o proprio corpo e encarava a rua la fora como se fosse infinita. Ele passou o dia meio distante, ainda assim achei que ele estava inquieto por ter de vir aqui. Por fim, concordei em ir embora - em parte porque estava curiosa e achava que ele fosse me contar o que estava acontecendo quando estivermos a sós, em parte porque seja la o que for que estiver atormentando-o sinto essa vontade quase incontrolavel de conforta-lo. Harry não conseguiu evitar a carranca quando falei que estava indo embora. Não dava pra agradar a todos, definitivamente.
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Reverse - Dramione
Fanfiction"Minha vida toda foi uma cilada. Eu errei, fui fraco e me submeti a ordens de um mestiço imundo, virei um assassino e me orgulhava disso. A marca negra ainda estava ali em meu ante braço para me lembrar todos os dias do quão desprezivel minha vida e...