POV. DRACO
Acordei com um barulho estridente e metálico, pisquei algumas vezes desorientado, o topor do sono ainda rodiando minha cabeça.
— Levanta — uma voz masculina ordenou.
Olhei para a origem do som. Um homem de meia idade e careca estava parado aos meus pés, os braços cruzados no peito. Um pouco atras dele, segurando as grades da cela, havia outro Auror um pouco mais novo. Esfreguei os olhos tentando entender o que estava acontecendo.
— Anda logo moleque, não temos o dia todo — disse o Careca.
Franzi o cenho.
— O que esta acontecendo ? — murmurei sonolento, levantando-me desajeitado.
O Auror do lado de fora soltou um suspiro pesado.
— Anda logo com isso — resmungou.
Comecei a me irritar. *Mas que droga esta acontecendo aqui ?*, me agaixei para colocar meu tênis. Assim que os amarrei o Careca me levantou pela camisa rasgada e me empurrou para fora da cela, fechando a mesma em seguida. O mais novo me deu um cutucão nas costas, fazendo um gesto com a cabeça para que eu andasse. Se eu tivesse forças viraria um murro na cara daquele imbecil.Os dois Aurores me levaram por varios corredores - em cada um desses setores havia um Auror lançando olhares curiosos na nossa direção - até chegarmos ao subsolo de Azkaban. Ali era ainda mais escuro, cheirava a podridão e morte. Era repugnante. Havia um barulho irritante de agua pingando em algum lugar, que ecoava pelo corredor; fora isso só se ouvia nossos passos. Andamos alguns metros, viramos a esquerda e ali havia uma grande porta grossa, de chumbo. O Auror Careca me fez parar a poucos metros da porta, segurando em meu ombro; lançou um olhar na direção do mais novo e avançou até a porta, sacou a varinha e tocou no chumbo em pontos especificos. Então com um rangido alto a porta vibrou e começou a subir.
— Pra onde estão me levando ? — perguntei, não pude esconder minha irritação e impaciencia em meu tom de voz.
Ninguem me respondeu e isso me deixou ainda mais nervoso. Assim que a porta subiu por completo pude enxergar direito. Era um cubiculo de pedra, com outra porta ali, essa mais pequena e de madeira, com uma maçaneta de bronze. Arqueei uma sobrancelha, intrigado. Antes que entrassemos no cubiculo a porta de madeira se abriu com um estrepido, um bruxo de cabelo encaracolado, alto e magro se deteve no batente.
— Estava indo agora mesmo mandar alguem atras de vocês — comentou — Sr. Malfoy, entre.
Me desvencilhei dos Aurores que me seguravam pelo braço, lancei um olhar desconfiado aos três e entrei esbarrando no do Magrelo ao passar por ele. A porta se fechou atras de mim e me vi dentro de um pequeno escritorio, as paredes estavam descascando, a mobilha era velha e tudo ali fedia a mofo.
— Sente-se — disse o Magrelo passando por mim e se colocando na cadeira tras da mesa.
Fiquei encarando-o, não me movi um centimetro. Ele suspirou e cruzou as mãos sobre a mesa.
— Bom, então fique em pé. Sou Donald Hamberg, estou aqui como represantante do Departamento de Execução das Leis da Magia — começou rapido — cumprindo ordens diretas do Ministro e não quero perder tempo. Preciso que assine esse papel — dizendo isso ele puxou um pergaminho da pilha de papeis a sua frente e o estendeu a mim. Desconfiado peguei o papel de suas mãos - talvez com uma brutalidade exagerada. Cocei a nuca com uma mão enquanto segurava o papel com a outra. Paralisei. As palavras que cabeçavam o pergaminho estavam em negrito, eu não conseguia tirar os olhos delas. Meus olhos correram por cada letra, tentando memorizar e me convencer de que eu não estava enlouquecendo, que aquilo era real. Eu não conseguia acreditar no que estava lendo:ORDEM DE LIBERAÇÃO - DETENTO 348F - CONDIÇÃO: PRISÃO DOMICILIAR.
— Isso é algum tipo de piada ? — murmurei para mim mesmo.
— Não, não é. Se não se importa preciso da assinatura. Tenho outras coisas a tratar — disse o homem.
Franzi o cenho e balancei a cabeça tentando organizar os pensamentos.
— Estou livre ?
— Tecnicamente, sim.
Um sorriso ivoluntario começou a se espalhar por meu rosto, um alivio - que a anos eu não experimentava - me tomando por inteiro.
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Reverse - Dramione
Fanfic"Minha vida toda foi uma cilada. Eu errei, fui fraco e me submeti a ordens de um mestiço imundo, virei um assassino e me orgulhava disso. A marca negra ainda estava ali em meu ante braço para me lembrar todos os dias do quão desprezivel minha vida e...