Epílogo

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POV. HERMIONE

Me sentei na maca no mesmo instante, o movimento rapido me causando vertigem. Mas isso era o de menos. Um desespero começou a tomar conta de mim e balancei a cabeça em negativa. Eu não queria aceitar as palavras de Harry, nem o significado por trás delas.
— Por favor Harry, não. Não fale uma coisa dessas, Draco esta bem, não esta ? Ele não pode ... Harry, me diz que ele esta bem ! — minha voz começou a embargar e lagrimas se apossaram de meus olhos. Fiz menção de levantar mas a mão de Harry gentilmente me empurrou para tras, fazendo-me deitar mais uma vez.
— Se acalma Hermione — ele pediu, o tom de voz contido.
— Me diz que o Draco esta bem ! — balbuciei, o coração tão apertado que parecia que ia estourar.
— Fique calma, ele esta bem ... — falou depressa, passei a respirar mais devagar, aliviada — quer dizer, mais ou menos — emendou Harry.
Prendi o ar alguns segundos antes de conseguir assimilar e falar.
— Explica — exigi.
Harry molhou os labios e respirou fundo.
— Prometo te explicar tudo. Mas por favor Mione, me deixa chamar o Curandeiro. Você ficou desacordada por oito dias, precisa de cuidados.
Aquilo me surpreendeu, eu tinha a impressão de que apenas horas haviam se passado. Chocada com o tempo em que fiquei inconsiente apenas assenti para ele. Harry depositou um beijo rapido em minha testa e saiu apressado pela porta. Suspirei, de repente me senti extremamente exausta e afundei um pouco mais no travesseiro, perguntando-me como estaria Draco naquele mesmo momento.

O Curandeiro passou minutos interminaveis me examinando e me explicando meu quadro medico. De acordo com ele a lança que me atingiu além de ter atravessado meu corpo, também perfurou meu rim, gerando uma hemorragia grave, mas que depois do procedimento deles - que eu não fazia a minima ideia de qual era - esse problema havia sido resolvido, deixando para tras apenas um corte em processo de cicatrização. Ele garantiu que mais uma semana e nem daria para notar a cicatriz. Como perdi muito sangue precisei de uma tranfusão de emergência. Haviam varios hematomas, arranhões e cortes por meu corpo que ele garantiu serem superficiais. Curiosa por causa dos dias em que me desliguei perguntei a ele porque fiquei todo esse tempo desacordada, ele disse que foi por causa do ferimento, que as chances de eu não ter me recuperado eram bem maiores do que as chances de sobrevivência. Fora tudo isso eu estava bem - assustada e quase sucumbindo de preocupação. Quando o Curandeiro finalmente deixou o quarto meus olhos dispararm na direção de Harry, ele suspirou mais uma vez, puxou a poltrona para perto da maca e sentou-se.
— Comece — mandei.
Ele ajeitou os oculos e me olhou com atenção.
— Primeiro, como você foi parar em uma floresta na Irlanda ? — Harry questionou.
— Recebi uma encomenda no trabalho, era a chave de um portal, nem sabia que estava na Irlanda — falei, minha voz um pouco rouca, minha garganta arranhava tanto que eu sentia como se tivesse fumado cem cigarros de uma só vez.
Harry franziu o cenho e respirou fundo.
— Sua mãe me ligou, estava preocupada porque você ainda não tinha ido pegar o Hugo. Achei que você estava no Ministerio ainda, atolada em algum trabalho. Então voltei pra la para checar. Quando entrei na sua sala percebi que alguma coisa estava errada ... — ele fez uma careta e tomou folego para prosseguir — Vi aquela caixa no chão e foi aí que tive certeza que alguma coisa tinha acontecido. A primeira coisa que me veio em mente foi o Malfoy, acho que meu instinto é sensacional — seu tom passou de serio para brincalhão no fim.
Mordi o labio inferior ainda sem entender muito bem. Eu não estava tão surpresa por Harry ter sido rapido em ligar as coisas, ele tinha um ótimo tato quando estavamos na busca das Horcruxes.
— Fui até a mansão dos Malfoy — continuou — Depois de muita insistencia uma Elfa apareceu. Eu perguntei a ela sobre Malfoy, mas ela disse que não o via a tempos. Imaginei que estivesse mentindo, então contei a ela que alguem poderia se machucar feio se ela não me contasse a verdade. Daí ela me entregou isto — Harry enfiou a mão no bolso de seu jeans e de la tirou um pedaço de papel amassado.
Ele o entregou a mim, li rapidamente:

"Pepper Palmer Park - Irlanda - Chalé da Tortura.

Cuide-se querido e lembre-se que eu o amo."

Franzi a testa, as coisas ainda não faziam sentido para mim, mesmo porque eram muitas coisas para absorver, assimilar, pensar ...
— Foi assim que encontrei vocês — disse ele interrompendo meus pensamentos, desviei os olhos do bilhete para ele — a Elfa disse que Malfoy havia ficado agitado ao ler esse papel e aparatou logo em seguida, disse também que a mãe dele havia sido levada por Lestrange ... não foi tão dificil ligar as coisas.
A imagem de Narciza Malfoy sem vida, encarando-me, invadiu minha mente. Engoli o nó na garganta.
— Você ainda não me disse como esta Draco — acusei, minha voz tremeu um pouco diante do nervosismo.
Harry esfregou a tempora com os dedos e fechou os olhos, como se estivesse pensando em alguma coisa.
— Anda Harry, para de me enrolar. Eu preciso saber como ele esta — murmurei atordoada.
Ele abriu seus olhos verdes e levantou-se da poltrona.
— Eu não podia ir sozinho, achei que seria arriscado demais. Então antes de ir chamei o Ron — Harry parecia mais nervoso a cada palavra — Quando chegamos ao tal chalé ele estava vazio, entramos em um porão e pela janela conseguimos ver um homem correndo um pouco a frente. Nós o seguimos, é claro, mas foi tudo muito rapido. Vimos ele jogar uma lança, mas não vimos você, vimos apenas Malfoy ...
Respirei fundo, esperando Harry continuar, mas ele não o fez.
— Argh, Harry ! Diga de uma vez o que aconteceu — falei irritada.
— Ron, ele ... — sua voz tremeu quando ele hesitou — Bom, ele se descontrolou. Usou a Maldição da Morte contra Draco, mas errou — disse depressa — A maldição ricocheteou em algumas arvores, em uma delas um tronco caiu e acertou Malfoy na cabeça. Ele ficou desacordado uns dois ou tres dias.
Respirei fundo, sentindo-me melhor ao saber que Draco respirava, ele estava vivo e era isso que importava.
— E Lestrange ? — perguntei.
Harry bufou em frustração.
— Não sabemos. Ele aparatou no exato momento em que Maldição ricochetou para o lado dele; ainda não sabemos se o acertou ou não, mas vamos acha-lo — seu tom era decidido.
Mesmo sabendo que tudo tinha terminado razoavelmente bem, o fato de Ron ter tentado matar Draco tinha se cravado em minha mente e estava me incomodando de uma forma quase insana, eu mal podia acreditar ! *Como ele ousa ?* eu pensava com incredulidade.
— Quero ve-lo  — falei.
Harry franziu o cenho para mim.
— Quem ?
— Draco. Quero ver ele — não pude deixar de corar um pouco diante de minhas palavras.
Harry ia achar que eu estava sendo estupida, ou qualquer coisa do tipo. Talvez eu estivesse. Mas, mais uma vez eu vi de perto o quanto as coisas são fora de nosso controle e não quero perder tempo com bobagens. Não estou dizendo que vou ceder assim tão facil, mas, também não vou trancar meu coração e meus sentimentos por ele a sete chaves.
De repente Harry teve um acesso de tosse, que eu suspeitava ser puro fingimento e enrolação. Havia algo a mais ali que ele não tinha me dito. Contei mentalmente até dez, tentando manter o pouco de paciência que ainda tinha. Ele foi parando aos poucos, com um suspiro resignado disse:
— Mione, ér ... não vai ... ser possivel.
Estreitei os olhos desconfiada.
— Porque não ? Eu sei o que você vai falar, mas ... — comecei.
— Mione, não é isso — Harry me interrompeu — Não vai ser possivel porque ... Assim que Draco acordou ele ... ele ...
— Ele o que ?! — eu quase gritei.
— Ele foi levado. Foi levado para Azkaban.
Uma batida de coração dolorosa, pisquei atordoada com a informação, um "não" mudo atravessando meus labios. Isso não podia estar acontecendo. Fui ficando tonta, senti que ia desmaiar a qualquer momento. — Eu sinto muito Mione, mas não pude impedir — murmurou.

. . .

FIM DA PRIMEIRA TEMPORADA

SEGUNDA TEMP. EM VREVE NO MEU PERFIL. ASSIM QUE POSTAR AVISO AQUI. ❤

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora