Agoura ou Nunca

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POV. DRACO
 

Eu não sabia se dava risada, se socava a cara do Ministro ou simplesmente chorava.
— Patético — murmurei comigo mesmo.
Hermione me lançou um olhar aflito, mordendo seu lábio inferior. Péssima hora para morder o lábio, eu precisava me concentrar e me tirar daquela enrascada.
— Quais foram os Aurores que prenderam Lestrange ? — Potter perguntou de repente.
Kingsley o analisou por um breve segundo e então indicou com a cabeça o Auror que me puxara de Hermione.
— Foi você ? — Potter perguntou ao brutamontes.
— Sim. Holfmare e Weasley estavam comigo. Também ajudaram a dominar o suspeito — respondeu.
Potter estreitou os olhos por um segundo, então voltou seu olhar ao Ministro.
— Ontem eu troquei de turno com Holfmare. Ele não devia estar fora de seu posto — Potter disse em voz baixa, parecendo meio disperso.
— Isso será averiguado — disse o Ministro — Mas o garoto vai ter de retornar a Azkaban pela sua tentativa de fuga — insistiu.
Abri a boca para protestar, Hermione fez o mesmo, mas todos fomos calados pelo gemido vindo do canto esquerdo da sala. Da cadeira a qual Rodolphus estava amarrado. Meus olhos - assim como dos outros - caíram sobre o homem que se remexia, acordando. Senti dedos se enrolando nos meus, os dedos de Hermione, e apertei sua mão na minha. Rodolphus acordou, seus olhos passaram por cada rosto da sala até se deterem em mim, faiscando de puro ódio.
— Seu desgraçado ... — comecei a levantar.
A mão de Hermione puxou a minha, me forçando para baixo. Mas eu resisti.
— Malfoy, sente-se — escutei Kingsley advertindo-me.
Ignorei. Desvencilhei minha mão da dela e assim como havia feito quando o trouxeram desacordado para aquela sala, avancei.
— Eu vou matar você, seu ... ! — murmurei sentindo-me meio louco.
A meio passo dele mãos se agarraram em meus braços detendo-me. Me debati tentando me soltar, acabei acertando uma cotovelada no estomago de um dos Aurores. Pude ver pelos olhos de Rodolphus que ele sorria, desafiando-me a tentar.
— Draco, não ... — ouvi Hermione, exasperada.
Consegui me soltar dos Aurores e no segundo seguinte virei um soco na cara de Rodolphus fazendo-o cair com a cadeira. Sua risada abafada foi ouvida e subi em cima dele. Nada ia me parar. Acertei mais um soco em seu rosto, arrancando sangue do supercilio.
— Impedimenta ! — ouvi.
O feitiço me atingiu no pescoço, criando entre mim e Rodolphus uma parede de ar, lançando-me para tras, direto contra o corpo de um dos Aurores que se apressou em agarrar meus braços, forçando-me para tras. Não lutei contra. Me deixei ser levado de volta a cadeira em que eu estava, o outro Auror ergueu Rodolphus do chão.
— Controle-se — advertiu Kingsley.
Olhei para ele furioso.
— Ele esta aqui ! Porque não acaba com isso de uma vez por todas ? — vociferei.
O Ministro me encarou sem dizer nada por um longo tempo, depois passou seu olhar a Potter, qie assentiu, encorajando-o talvez. Kingsley franziu seus labios, lançou um olhar a Rodolphus e suspirou.
— Retirem-se. Quero falar com os suspeitos separadamente — ele falou por fim, em seguida apontou um dedo para o Auror ao meu lado — O'Donell, traga a Veritaserum.
Meu estomago borbulhou de ansiedade ao ouvir aquela frase. Hermione e eu trocamos um olhar, apreensivos.

Saí na frente, Potter atras de mim, seguido de Hermione e os Aurorres. Nos sentamos nos bancos do lado de fora, um Auror permaneceu conosco enquanto o outro desapareceu pelo corredor. Potter andava de um lado a outro, inquieto. Hermione estava a alguns centimetros de mim e isso estava me consumindo. Mas pensar o que podia estar passando pela cabeça dela não me permitiu me aproximar. E se ela estiver com medo de mim, pela minha reação la dentro ? Ou simplesmente temendo esse interrogatorio, os crimes que cometi e seriam ditos sem o menor pudor ? Estremeci diante de meus proprios pensamentos. Tudo seria dito, não haveriam inverdades.
— Eu não posso esperar  — Potter disse depois de um tempo, arrancando-me de meus devaneios.
— Harry, esta tudo bem ? — Hermione murmurou.
Olhei de um para o outro. Ela ainda estava retraida, braços e pernas cruzados. Sua linguagem corporal era clara para mim: não se aproxime. Potter estava branco feito papél; balançou a cabeça ligeiramente.
— Não muito. Preciso ir, depois conversamos.
Ele não esperou pela resposta dela. Nos deu as costas e saiu em passos rapidos pelo corredor no mesmo instante em que o Auror retornava com um pequeno frasco na mãos. Respirei fundo enquanto ele passava por mim, adentrando a sala mais uma vez. Virei meu rosto para Hermione encontrando seus olhos. Ela me olhava com instensidade, preocupação estampada em sua expressão. Forcei minha mente até a dela, usando a Oclumência.

Reverse - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora